capítulo 29

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Livy narrando

Duas semanas passaram, e eu continuava sem saber o que dizer para o pai que reapareceu na minha vida! Foram duas semanas de intensos pensamentos, de bastante dor de cabeça também, afinal ainda tinha o projeto para que eu me preocupasse, e todo show que a Ária gosta de dá pensei comigo mesmo, me lembrando do dia que nós reunimos para falar do trabalho.

Alguns dias antes.....

Toc toc

Barti na porta do Daniel que era a onde aconteceria o encontro do grupo.

Daniel: boa noite Livy, bem pontual- falou abrindo espaço para eu entrar.

Eu: Ária e Gabriel ainda não chegaram?

Daniel: não, pior que eles não são conhecidos pela pontualidade! Mas senta, fica a vontade.

Eu: obrigada.

Ficamos a conversar sobre vários assuntos aleatórios, até que depois de meia hora o Gabriel barte na porta, e dez minutos depois a Ária. O projeto era para que a gente pensasse em algo para fazer, que ajudasse em alguma causa social! A Ária não concordava com nada do que a gente falava, citaram sobre a questão do lixo na rua, e ela dizia que isso era repugnante e que não fazia sentido, ela não era gari para pensar no lixo, como ela mesmo disse! E foi basicamente uma reunião para nada, porque não conseguíamos chegar em nenhum acordo, até porque a Ária disse que ela seria a líder, mas não agia dessa forma.

Dia atual....

Meus pensamentos estavam longe, e eu atendia as mesas no automático, sem prestar muita atenção em nada. Quando de repente entra um garoto e senta em uma das mesas vazias, e eu vou lá atender.

Eu: o que irá pedir?

Xxxx: um pouco da sua atenção se não for pedir demais.

Eu: como?- fiquei sem entender.

Xxxx: gostaria de falar com você sobre o seu pai.

Eu: e quem é você? Pera, você é o outro filho dele né isso?

Xxxx: de consideração sim, não sou filho de sangue! Mas se você permitir gostaria sim que fossemos irmãos.

Eu: não sabia que não era filho de sangue, ele não mencionou isso da última vez.

Xxxx: é que ele não gosta de dizer isso, porque ele diz que somos sim pai e filho independente de qualquer coisa.

Eu: entendi, ele te mandou aqui para me convencer é isso?

Xxxx: na verdade ele nem sabe que eu estou aqui, então será que você tem um minuto?

Eu: tá bem, eu estou acabando meu expediente! Espera só um pouquinho.

Após acabar meu expediente a gente vai conversar em uma praça, e nos sentamos no banco.

Eu: então, o que deseja falar comigo?

Xxxx: vim aqui porque queria saber se você pretende perdoar ele, pois eu o vejo sofrendo todos os dias.

Eu: não sei ainda o que devo fazer.

Xxxx: entendo, não estou aqui para te dizer que o que ele fez foi certo, mas quero te contar a minha experiência com o meu pai, para que você possa entender, o motivo pelo qual te aconselho a perdoar ele, mesmo que não queira conviver.

Eu: tá bem.

Xxxx: meu pai era aquele tipo que não dava valor a nada nem a ninguém, ele tinha um vício, jogar! Passava noites e mais noites fora de casa, mal trabalhava, e o que ganhava era para suprir o vício de jogar. Minha mãe que sustentava a casa e tentava fazer de tudo para que eu tivesse uma boa educação, a única coisa que nós tínhamos para chamar de nossa, era nossa casa, mais até isso ele apostou e perdeu! Um certo dia acordamos com a ordem de despejo do novo proprietário, não sabíamos o que tinha acontecido, meu pai não teve a coragem nem de aparecer para contar o que tinha feito, sumiu pelo mundo..... Minha mãe com o dinheiro que tinha em mãos, me levou para ficar hospedado em um lugar bem simples, não tínhamos familiares para nos ajudar, e um certo dia até do lugar que nós fomos ficar, fomos expulsos pois estávamos sem condições de pagar! Foi aí que seu paí apareceu, quando estávamos sendo jogados como lixo ele nos ajudou, ele tinha casas que ele alugava, nos deixou ficar em uma sem cobrar nada! Ajudou minha mãe a conseguir um emprego, e antes de conseguir sempre ajudava com mantimentos também, após um ano já estava tudo em seu devido lugar! Tínhamos uma vida digna de novo, e foi só depois disso que minha mãe e nosso paí, começou a se aproximar até que se casaram.

Eu: acabou?

Xxxx: na verdade não! Ainda tem mais- respirou fundo- meu paí começou a me ligar, eu não atendia! Foi me ver na faculdade eu fugia, tentou de várias maneiras me perdir desculpas, mas eu não deixei! Guardei muito rancor dele por tudo que fez eu e minha mãe passar. Até que um certo dia, eu recebi uma ligação dizendo que ele tinha sofrido um acidente de carro, não aguentou e morreu na hora. Eu não sabia o que pensar, apesar de tudo era o meu pai, e eu sofri, sofri muito ao saber de sua morte! Sofri mais ainda em saber que ele morreu sem eu ter o perdoado, que ele morreu e eu estava magoado demais para falar com ele. Então depois disso eu o perdoei de coração, mesmo que ele não estivesse presente para ouvir as minhas palavras eu falei, em frente ao seu caixão. Por isso eu te peço, não cometa o mesmo erro que eu, não deixe para perdoar seu pai só quando ele não estiver mais aqui.

Meus olhos estavam marejados, a história era triste e ele contava com bastante emoção! Eu não queria me arrepender de não ter dado uma segunda chance.

Eu: diga a ele que quero ver ele.

Xxxx: digo sim.

Eu: a propósito sou Lívia mais pode me chamar de Livy.

Xxxx: eu me chamo Bernardo, mas pode me chamar de Ben!

Eu: é um prazer te conhecer Ben.

Ben: digo o mesmo Livy, espero que possamos nos dá bem.

Eu: sinto que já estamos começando, e obrigada por ter vindo aqui e divido tudo isso comigo, imagino que não tenha sido fácil.

Ben: não foi, mas imagino que valeu a pena- sorri, lhe transmitindo algo caloroso.

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Mais um capítulo, eu estou tão baixinha com vocês 🤭🤭❤

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