Capítulo 28 - Sinto sua falta, mas entendo seu ponto

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We came down 'cause there was nothing holding us


Mullingar, Irlanda, segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Eileen


Há alguns meses, aquele dia seria um sonho para Eileen: as duas famílias reunidas e felizes, ver Ethan passar o primeiro Natal com o pai... Mas, naquele momento, era tudo que Eileen não queria que acontecesse, não tinha a menor condição de dividir o mesmo espaço que Niall sem ter vontade de estar ao lado dele ou de chorar até morrer afogada em suas lágrimas.

Ethan, por outro lado, estava animadíssimo com o pai e o primo, sentados na sala da casa dos pais de Eileen, os três brincavam sorridentes e bastante ruidosos, acompanhados de Bobby e Greg. Ellie estava feliz por eles, por ver o filho feliz ao lado de seu pai e bastante animado, mas era horrível ver Niall depois de tanto tempo e com tantas coisas a serem ditas e esclarecidas. Era péssimo estar perto dele e não estar perto de verdade, não poder abraçá-lo e beijá-lo. Era horrível.

- Você está bem? – ouviu Denise, esposa de Greg, perguntar e assentiu. – Não parece.

- É estranho estar no mesmo ambiente que ele depois do término, você sabe...

- Imagino que seja. – respondeu. – Mas tente pensar pelo lado positivo, ele e Ethan estão se divertindo e Niall parece disposto a te ignorar da mesma forma que você parece estar prestes a dar a vida por.

- Que exagero. – Eileen deu um riso fraco. – Eu estou feliz por ele e por Ethan, mas é doloroso vê-lo depois de terminar.

- Vocês sempre podem reconsiderar, Ellie.

- É, mas isso não fará bem a nenhum de nós. Niall precisa viver sua vida profissional em paz, Ethan merece crescer sossegado e eu mereço um tempo.

- Ellie, preciso que você vá ao supermercado. – ouviu a voz da mãe e a olhou com bastante preguiça.

- Sério?

- É importante. – a mais velha falou e Eileen assentiu. – Precisamos de Coca Cola e de um molho para o peru.

- Não vou questionar, só me dê o dinheiro e eu vou comprar.

- Você vai sozinha?

- Vou de carro, volto rapidinho. – deu de ombros.

- Tudo bem, você é quem sabe. – respondeu, entregando o dinheiro para a filha. – Aquele molho que eu gosto, você sabe qual é.

- Mamãe vai saí? – ouviu a voz de Ethan e assentiu. – Leva eu?

- Não amor, tá frio. A mamãe vai rapidinho comprar uma Coca Cola e um molho pra vovó. Fica brincando com o papai.

- Vai 'tazê chocolate? – perguntou esperançoso.

- Posso pensar no seu caso. – falou, dando um sorriso para o menino.

Não demorou a sair da casa e ir até o supermercado, que ela queria que nem estivesse aberto, porque eram quase dez da noite e as pessoas que trabalham no local merecem um descanso e também têm o direito de passar a data com seus familiares. Mas o supermercado estava aberto e muito mais cheio do que deveria.

Pegou a Coca Cola, o molho e os chocolates solicitados, além de um saco de batata chips para comer enquanto esperava na fila quilométrica e que a prenderia ali por mais tempo do que gostaria. Ela tinha trabalhado naquele lugar quando tinha dezesseis anos, tempos que ela nem gostava de lembrar, eram dias de trabalho extenuantes e pouco lucrativos, mas era o que lhe dava dinheiro para comprar ingressos dos shows da One Direction, os álbuns, pôsteres...

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