CARROSSEL - Ano da Formatura

Capítulo 30

Foram oito dias de provas intensas. Mesmo que fossem apenas as provas, a pressão que sentiam era enorme, e ao fim de cada uma, estavam exaustos. Apesar disso, iam juntos para a casa de algum deles, e passavam a tarde inteira com a cara enfiada nos livros e cadernos, estudando para a próxima.

Cada prova era corrigida no mesmo dia, por um grupo de três professores da matéria, então já recebiam os resultados e eram tranquilizados. Sabiam que todos tinham conseguido nota em todas as provas, e a última era de redação.

─ Muito bem, provas entregues. Os resultados serão divulgados essa tarde, mas fiquem tranquilos: sei do potencial de todos vocês, fizeram redações excelentes esse ano. ─ avisou a professora Mary, sorrindo ─ Estão dispensados.

─ Vocês acreditam que essa foi a nossa última prova? Da vida? ─ perguntou Jaime, assim que saíram da sala ─ Tá, na faculdade tem prova, mas são outros seiscentos.

─ A expressão é quinhentos, Jaime. Outros quinhentos. ─ corrigiu Daniel, rindo.

─ E se todos tivermos passado nela, como nas outras, amanhã ninguém vai precisar fazer segunda chamada. ─ comemorou Paulo ─ E nós vamos passar o nosso último dia de aula no auditório, com a professora Helena e o professor Renê, ensaiando o musical.

─ Que está ficando lindo, aliás. Eu estou surpresa com nós mesmos. ─ confessou Bibi ─ Não esperava que fosse ficar tão bonito.

─ Sendo honesta, até um mês atrás eu não achava nem que íamos realmente conseguir fazer esse negócio acontecer. ─ riu Marcelina.

─ Vocês colocam muita fé na gente. Tem duas semanas ainda, muita coisa pode dar errado.

─ Credo, Adriano, que pessimismo. Achei que depois de dar uns beijinhos ia estar mais bem-humorado. ─ lembrou Valéria, fazendo o grupo rir.

─ Olaf ganhou abraços quentinhos, mas Adriano só teve o coração partido. ─ suspirou o rapaz ─ Ela não quer nada sério. Não é uma pessoa pela qual vale a pena derreter.

─ Se eu não fosse comprometida e apaixonada, talvez me derretesse por você após fazer referências a Frozen. ─ admitiu Laura.

─ Aí ia ser clichê demais, né gente? O grupo todo formar casal. Coisa de fanfic, pelo amor de Deus. ─ Margarida revirou os olhos ─ Se bem que nunca ia fechar a conta, porque somos em número ímpar.

─ Laurinha podia ficar com nós dois nesse caso. ─ Jaime deu o braço para a amiga, enquanto Adriano fazia o mesmo ─ Já pensou? Se eu não tivesse a Kika, e você o Alan, podíamos formar a fanfic "Dona Laura e seus dois maridos".

─ É tanta besteira que a gente fala, que eu realmente estou surpreso de estarmos conseguindo nos formar. ─ riu Cirilo, enquanto saiam da escola ─ E agora, o que vamos fazer?

─ Eu prometi para o Paulo que iríamos no cinema. ─ avisou Alicia.

─ Mas não tem nenhum filme bom passando.

─ E quem disse que nós estamos indo no cinema para ver filme, Carmen? ─ perguntou Paulo, recebendo um beliscão de Alicia.

─ Gostei da ideia. Gostei muito, aliás. Essa semana foi difícil, não tivemos tempo para nada. A favor de irmos juntos ao cinema, e lá dentro fazermos distanciamento social. ─ Jorge apoiou o amigo, recebendo um tapa de Margarida ─ Vai começar com as agressões? Tá parecendo a Alicia.

─ É só não agir como o Paulo que eu não te bato.

─ Vamos todos para o cinema. Eu já estou ligando, para a Kika ir nos encontrar lá. ─ Jaime colocou o celular na orelha, enquanto se encaminhavam para o metrô.