Capítulo 17

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─ Eu exijo que essas alunas sejam expulsas. ─ vociferou Geraldo, cuspindo enquanto falava. O rosto do homem estava escarlate, e era possível ver as veias saltadas no pescoço dele.

─ Se acalma, Geraldo, por favor. ─ Débora não estava em melhor condição que o marido, sendo amparada por Helena e Roberta, enquanto Alicia estava encolhida no colo de Paulo, na carteira da sala, cercados pelos amigos.

─ Se acalme, sr. Gusman. ─ pediu a professora Roberta ─ A diretora Olívia já está em reunião com os responsáveis pelas alunas. Eloise, com certeza, será expulsa, mas as outras não tem passagem prévia pela diretoria. Serão provavelmente suspensas, e ficarão de aviso.

─ E o que isso vai ajudar? A nós ou a Alicia? ─ questionou Valéria ─ A Eloise foi ameaçada pela diretora há quatro dias, e planejou essa babaquice sem tamanho.

─ Eu sei disso, Valéria, mas não temos o que fazer. ─ lembrou Roberta ─ A atitude delas foi horrível, um nível de bullying que essa escola nunca havia visto. Mas, com exceção da Eloise, as outras seis não estavam sob aviso.

─ Mas o pessoal do A está provocando nós todos há tempos.

─ Sim, Jaime, mas não tiveram nenhuma atitude diretamente agressiva. ─ explicou Helena ─ Os responsáveis pelas sete garotas já vieram à escola, estão reunidos com a diretora nesse momento. E a Graça já está enviando mensagem aos pais dos demais alunos do 3ºA, os convocando para uma reunião com a diretora.

─ Os pais dessas garotas estão aqui? ─ questionou Geraldo, recebendo um aceno afirmativo ─ Ótimo, então eu quero participar dessa conversa. Faço questão.

─ Eu entendo, sr. Gurman, mas o senhor está muito nervoso.

─ Por isso mesmo, professora Roberta. Queremos que os pais dessas... Sem respeito, para dizer o mínimo, vejam o estado que estamos. Que pensem se fosse com as filhas deles, como se sentiriam. ─ Débora parou ao lado do marido ─ Por favor.

─ Não é uma má ideia, Roberta. ─ Helena concordou com o casal ─ Talvez, a presença deles seja benéfica na reunião.

─ Então vamos descer. Helena, você fica com eles? ─ Roberta indicou os alunos.

─ Acredito que eu seja a pessoa mais indicada para ficar com eles nessa hora. ─ concordou a outra professora.

─ Alicia, meu amor... Nós vamos lá resolver isso, está bem? ─ Débora se aproximou da filha, a puxando para se levantar.

─ Uhum. ─ a garota concordou, ainda de cabeça baixa.

─ Não fica assim, filha. Essas garotas não sabem de nada, são apenas ignorantes e sem noção. ─ pediu a mãe, a puxando para um abraço, sendo acompanhada do marido.

─ Nós te amamos do jeitinho que você é, Alicia. Sem tirar e nem pôr nada. ─ prometeu Geraldo, beijando a testa da menina ─ Paulo, por favor... Cuida dela enquanto estivermos lá embaixo.

─ Pode deixar, sogrão. ─ o Guerra levantou, abraçando a namorada ─ Vão lá resolver essa confusão. Nós cuidamos da Alicia.

O casal mais velho saiu acompanhado da professora Roberta, enquanto Alicia voltava a se afundar nos braços de Paulo, amuada. O restante dos colegas os observava, irritados e incomodados, querendo eles mesmos irem até a sala da diretoria e disparar algumas verdades na cara dos pais das colegas nojentas da outra sala.

Helena também estava bastante irritada. Sabia que, na condição em que estava, esse estresse não era bom, mas não conseguia permanecer impassível. Aqueles alunos eram como seus primeiros filhos, que lhe ensinaram tudo, e quando mexiam com algum deles, era como mexer com ela mesma.

CARROSSEL - Ano da FormaturaOnde histórias criam vida. Descubra agora