Capítulo 31

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O tempo voou após o final das aulas. Com vestibulares aos finais de semana, Koki e Bibi finalizando os preparativos para a viagem, e eles usando os dias livres para ensaiar o musical na casa de Maria Joaquina ou Jorge, o dia do baile chegou depressa.

O usual era que o baile fosse após a colação, mas como a colação deles seria separada do outro 3º ano, e também havia as colações dos 9º e 5º anos, teriam o baile na noite anterior, como acontecia nos filmes americanos.

E o frenesi era tamanho que parecia que eles realmente estavam em um filme americano.

─ A Alicia disse que tem um verdadeiro batalhão de cabelereiros e maquiadores na casa da Maria Joaquina. ─ Paulo leu a mensagem da namorada, rindo ─ E ela está louca para fugir para cá, para jogar videogame com a gente.

─ Até a Kika elas arrastaram para esse dia de spa maluco. ─ comentou Jaime, os olhos fixos na tela da TV de tela plana gigante dos Cavalieri ─ E a Kika é cabelereira, não precisaria que ninguém arrumasse ela.

─ Deixa, cara, ela está se entrosando com as meninas. ─ Daniel estava ao lado do amigo, também com os olhos fixos na tela ─ Exagero eu achei essa história de limusine.

─ Elas ainda não sabem dessa parte. ─ avisou Jorge, animado ─ Estão achando que os nossos pais vêm nos buscar à noite.

─ E o Alan? ─ perguntou Mário.

─ Tinha alguma coisa para resolver no estágio agora à tarde, vem para cá à noite, já pronto. ─ explicou o dono da casa ─ Ele é mais velho, né? Já está um pouco fora da nossa vibe.

─ E vai caber todo mundo na limusine, cara? Achei que elas eram para umas oito, dez pessoas. ─ comentou Cirilo.

─ Penei um pouco, mas achei uma grande. Ela é quase um ônibus de tão grande. ─ riu Jorge ─ Dá para até 22 pessoas.

─ Você podia ter começado com essa história de gastar o seu dinheiro com a gente mais cedo, né? Teríamos nos divertido muito. ─ aporrinhou Kokimoto, e se encolheu logo depois, fazendo os amigos estranharem.

─ Tá doido, sashimi? ─ perguntou Davi.

─ To condicionado, isso sim. Já acostumei a tomar beliscão da Bibi quando falo besteira. A Alicia ensinou, ela gostou da ideia... Vivo com o braço roxo. ─ explicou o ruivo, e os amigos gargalharam.

─ O duro é que você e o Paulo sabem que vão apanhar, e mesmo assim falam asneira perto das duas. ─ Mário negou com a cabeça ─ Eu falo que tem doido para tudo nessa vida.

─ Cara, você beijava o cachorro e depois beijava a minha irmã. Você quer mesmo falar de gente estranha em relacionamento? ─ Paulo arqueou a sobrancelha para o cunhado, que deu de ombros.

─ Tá faltando alguém? ─ perguntou Cirilo, ouvindo a campainha.

─ Não, o clube dos cuecas tá inteiro aqui. ─ Davi contabilizou, momentos antes de Alicia aparecer com um olhar assassino e os cabelos presos em rolinhos ─ Mas que...

─ Não ousem dizer uma palavra, entenderam? Nenhuma palavra. ─ sibilou a morena, os olhos faiscando de raiva ─ Me dá esse controle agora, Jaime Palilo.

O rapaz passou o controle para a amiga, em silêncio, enquanto ela sentava e assumia a vez dele na rodada do jogo. Daniel estava quase imóvel ao seu lado, tentando não rir, e os demais a encaravam, se segurando tanto quanto.

─ Tá tudo bem, linda? ─ perguntou Paulo.

─ Paulo, puxaram o meu cabelo, enrolaram o meu cabelo, cutucaram as minhas unhas e a minha sobrancelha. E você sabe que eu odeio isso. E odeio ainda mais fazer isso com incensos, músicas relaxantes e a Laura tendo uma crise de choro a cada quinze minutos, fazendo todas as outras terem. Porque nós passamos tanto tempo juntas que o ciclo de todas simplesmente se alinhou, e tá todo mundo de TPM. Eu inclusive. ─ explicou Alicia, os olhos fixos na tela da TV.

CARROSSEL - Ano da FormaturaOnde histórias criam vida. Descubra agora