Capítulo 11

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Parecia impossível que os dois terceiros anos entrassem em consenso sobre algo, e com o trote não foi diferente. A cada mês, as duas salas decidiam suas ideias e os quatro representantes deveriam entrar em acordo, supervisionados pela professora de física, a respeito do escolhido.

No primeiro mês, foi o A que venceu a disputa, propondo o trote country (a professora preferiu em relação a ideia do pijama do B, com medo das roupas indecentes). Em março, o B conseguiu a vantagem, propondo o trote emo/rock, que ganhou da ideia "gala". Mas o mês de abril não estava sendo dos mais fáceis...

─ Patricinha e mauricinho? ─ se horrorizou Jaime ─ Que ideia é essa?

─ A professora Roberta não gostou da nossa ideia, de trote nerd, e nem da ideia do pessoal do A, que era de novo gala. Então ela sugeriu o que, para ela, é um meio termo. ─ explicou Daniel.

─ Mas isso quer dizer que nós vamos precisar vir vestidos de Jorge e Maria Joaquina. Isso para eles nem é trote! ─ lembrou Paulo.

─ Hey!

─ Não reclama não, Jorge, que você usa meio pote de gel no cabelo por dia. ─ desdenhou Kokimoto ─ Eu não sei nem se eu tenho roupa para isso.

─ Tem, no fundo da gaveta, mas tem. ─ contou Bibi ─ Sua mãe inclusive puxou a sua orelha no final do ano, quando foi arrumar o seu guarda-roupa e achou a roupa que você ia usar no Natal toda amassada.

─ Mancada delatar isso, ruiva. ─ reclamou o japonês, corado, enquanto os amigos gargalhavam.

─ Ela já está treinando, porque ano que vem é ela que vai ralhar com ele pelas roupas amassadas na gaveta. ─ lembrou Alicia.

─ Dá para vocês focarem, por favor. ─ pediu Jaime, ainda irritado ─ Eu não estou afim de usar camisa polo, calça social e esse suéter esquisito amarrado no pescoço, igual o Jorge usa fora da escola.

─ Eu já não uso mais esse tipo de roupa há anos. ─ reclamou o riquinho, sendo abraçado pela namorada.

─ Não tem o que nós fazermos, Jorge. A professora propôs, e a outra sala aceitou. A não ser que tivéssemos outra sugestão, melhor, naquele momento, teríamos que aceitar também. ─ se desculpou Carmen ─ Então, na próxima sexta... Todo mundo vestido de Jorge e Maria Joaquina.

~*~

─ Paulo do céu, se eu espremer seu cabelo, dá para fritar batata. ─ se chocou Alicia, vendo o namorado se aproximar com a irmã.

─ O cabelo dele já é oleoso, ele ainda quis passar mousse... Se bobear, dá para polir um sapato usando o cabelo dele. ─ dedurou Marcelina, recebendo um olhar feio de Paulo.

─ Vocês duas deram de implicar com o meu cabelo, hein?

─ Eu não tinha nem gel em casa, pelo amor de Deus. ─ Kokimoto e Mário chegaram naquele momento, os dois com careta ─ E justo hoje saiu uma espinha do tamanho do Alaska na minha testa.

─ Eu até te emprestaria meu pó, Koki, mas eu sou mais morena que você. ─ se desculpou Marcelina.

─ Tudo bem, a ruivinha está trazendo. O lado bom de sermos os dois brancos como fantasmas. ─ o grupo entrou na escola ─ Alicia, sua cara de desgosto está maravilhosa.

─ Eu odeio usar sapatilha, eu sinto que meu pé está cozinhando. ─ explicou a marrenta ─ Isso sem falar nesse casaquinho que a Majo me emprestou. Renda faz minha pele pinicar.

─ Próximo trote, vamos propor skate. Já que tivemos um trote Majo e Jorge, podemos ter um Paulo e Alicia. ─ brincou Mário, fazendo os amigos rirem.

CARROSSEL - Ano da FormaturaOnde histórias criam vida. Descubra agora