Capítulo 33

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Tinha acabado de cair no sono quando escutei meu celular tocar, era uma ligação da minha mãe e eu já entrei em alerta pelo horário que ela tava me ligando, já era 2 da manhã.

— Alô?

— Filha, que saudade! Eu quero tanto ver você. - Quase não entendo o que ela fala pelo barulho enorme de música tocando.

— Onde você tá, mãe? São 3 da manhã. - Ouço a gargalhada dela e rio junto.

— Tô no pagode, bebi umas cachaças aqui e não aguentei a saudade, tive que te ligar.

— Ah mãe, eu também tô morrendo de saudade. - Digo já sentindo meu olho encher de lágrima, tudo na minha vida tava tão monótono e cansativo que eu não tinha tempo pra ver minha família.

— Por que você não vem me visitar hein? Vai ter uma comemoração de aniversário do seu tio Leandro, vai ser lá na quadra da comunidade, tudo liberado do jeito que você gosta.

— Não sei mãe, acho perigoso porque querendo ou não agora estou mais conhecida e o último evento que fui não deu bom. - Eu e Gabriel fomos numa festa com o pessoal e a coisa saiu do controle, muitas pessoas tentaram ficar em cima da gente e os seguranças do local ficaram putos por ter que escoltar a gente até o final da festa, me senti super mal de ter que atrapalhar a vida deles.

— Esse não é o problema, só vai ter os conhecidos e alguns amigos do seu tio, garanto que nada vai dar errado, faz um esforço, filha, por favor. - Ela falou com uma voz tão fofa que conseguiu me convencer.

— Tá bom, eu vou conversar com o Gabriel e ver se ele tá afim de ir, mesmo que ele não vá, eu vou sozinha e tudo certo. - Ela comemorou.

— Traz o Bruninho, gosto tanto dele!

— Tá louca mãe? levar o Bruno pra CDD é pedir pra parar essa favela, esqueceu que ele é um fenômeno? - Neguei na hora, Nobru é conhecido em todo lugar, todo lugar mesmo, era impossível andar com ele e passar despercebido, ele não conseguiria curtir nada.

— Você é tão exagerada Maria Luiza. Pelo menos avisa ele, vai que ele quer correr o risco.

— Tá bom, Quando que vai ser isso?

— Esse sábado.

— Mãe, a senhora sabe que hoje é quinta feira né? quinta não, já passou de meia noite.  - Falei suspirando já pensando no estresse que ia ser comprar passagem em cima da hora.

— Que que tem, Maria Luiza? é só comprar a passagem rapidinho e amanhã vocês estão aqui, eu te busco no aeroporto.

— Não precisa não, relaxa, sábado tô aí.

— Ok, beijos. Amo você Luluzinha. - Ela diz debochando porque sabe que odeio esse apelido.

— Começou com esse apelido ridículo, tchau mãe.

Perco meu sono e já entro no site pra pesquisar e comprar uma passagem pro Rio de Janeiro.

Mando uma mensagem pra Gabriel e ele responde depois de cinco minutos, entro na twitch e vejo que ele ainda tá em live jogando 4x4 com os meninos, fico assistindo por mais 10 minutos até ele se despedir do chat.

Meu celular vibra e "Amor" aparece no visor, atendo na hora.

— Oi, tava em live e não te respondi, o que aconteceu? - A voz dele é de cansaço, hoje era o último dia fazendo live pra bater as metas do mês então foram muitas horas seguidas.

— Minha mãe ligou e falou pra gente ir pro Rio, cê quer ir?

— Depende, é pra lugar aberto e cheio de gente? porque você sabe o que aconteceu da última vez.

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