•RIVAIS•

Capítulo 26

- Só queria que você me falasse pra onde a gente tá indo. - Falo tentando convencer o menino a dizer o lugar que ele me levaria.

- Para de ser apressada, a gente já tá chegando.

Estávamos no carro a uns 30 minutos e ele pilotava pelas ruas de Sp com a ajuda do GPS, já que tanto eu quanto ele não éramos da cidade.

Meu celular toca e o nome de Japa aparece no visor, atendo a chamada e o menino demora a me responder, parece estar discutindo com alguém que tá lá com ele.

- O que é garoto?

- Malu, eu posso comer sua Nutella? - Ele pede forçando uma voz fofa e eu rio.

- Pode comer, depois você compra outra pra mim.

- Viu mano, ela não é egoísta que nem você seu filho da puta. - Ele xinga a outra pessoa que responde um "cala a boca seu corno" reconheço a voz de Fixa. - Obrigada Malu, te amo. - Ele desliga na minha cara sem nem ouvir minha resposta.

- Quem era? - Bak pergunta desviando o olhar da pista rapidamente pra olhar pra mim.

- Japa pedindo pra comer minha Nutella. - Falo rindo e o menino dá um sorriso.

- Esses muleques parecem teus irmãos.

- E eles são pô, tão comigo a tempos já.

Continuei perturbando Gabriel já que estava entediada e o lugar não chegava nunca. Depois de uns xingamentos e alguns stories gravados para os melhores amigos, finalmente chegamos a uma faixada de um restaurante que aparentava ser muito confortável.

Eu não sabia porque, mas estava nervosa, acho que pelo fato de esse ser nosso primeiro encontro e tudo estar tão perfeito, eu não era acostumada a viver coisas desse tipo, sempre preferi algo casual do que ficar com uma pessoa fixa.

Sentamos na mesa reservada e o garçom veio nos entregar o cardápio, fiquei muito tempo decidindo o que comer, olhei por cima do cardápio e Bak estava me olhando, sinto minha bochecha arder e o mesmo dá um risada.

- O que foi? - Pergunto abaixando o cardápio e encarando ele.

- Tu aí procurando o que comer, fica com uma cara de lerda que eu vou te contar viu.

- Nossa Gabriel, que romântico você. - Ironizo e volto a procurar o que comer.

- Eu tento né.

O garçom volta e anota os pedidos, saindo logo em seguida.

- Tu que procurou e reservou esse restaurante? - Pergunto ao menino bebendo um pouco da água que estava na taça, não queria beber nada alcoólico e ele também não por estar dirigindo.

- Pedi indicação pro Coringa e ele falou esse restaurante aqui, só dei uma pesquisada básica e gostei.

- Achei bonito demais, ganhou um ponto. - Falo zoando ele que revira os olhos dando um sorriso.

- Quero ganhar é outra coisa. - Diz malicioso me fazendo rir.

- A noite nem acabou ainda e você já tá pensando em putaria, Gabriel? - Me ajeito na cadeira e encaro ele com a melhor cara de safada que eu tenho.

- Porra, você tá linda nesse vestido, mas eu tô doido pra tirar ele e te foder a noite toda. - Ele diz normalmente como se tivesse falando de ir comprar pão, me engasgo com a água e ele começa a rir da minha cara.

- Meu Deus, você se supera a cada dia. - Falo  quando me recupero.

- Tu gosta que eu sei. - Não nego porque é real, eu gosto disso.

O garçom volta a mesa nos entregando os pratos, continuamos conversando sobre assuntos aleatórios enquanto jantava, ele me contou sobre as novidades da irmãzinha dele, sobre a proposta da Loud de contratar um time emulador e eu fiquei animada vendo a felicidade que ele estava com isso tudo acontecendo.

- Já tem ideia de quem você quer trazer?

- Tô tentando desenrolar com o Playhard sobre o Since e Dantes, mas eles estão com um pé atrás pelo histórico do Dantes de se meter em treta e etc. - Ele me explica.

- Eu até entendo o lado da Loud, mas se é alguém que vai trazer retorno, eu acharia bom pensar bem nisso. - Dou de ombros e ele não me responde.

- Mudando de assunto, dorme comigo hoje? - Ele pede me olhando ansioso pela resposta, não consigo negar e concordo com a cabeça.

- Só queria passar em casa antes pra pegar roupa.

- Dorme com uma blusa minha, tem problema não.

Penso bem e realmente, dar uma volta na cidade pra ir em casa e depois ir pra mansão seria muita burrice.

- Tá bom, vamos direto pra mansão.

A noite continua com um Gabriel me fazendo rir e eu uma boiola que ria de exatamente tudo que ele falava, acho que eu  estava em êxtase de uma noite perfeita.

Saímos do restaurante depois de umas horas, eu não sentia cansaço nem nada, apenas felicidade e meu coração batendo super rápido por estar vivendo algo novo.

Chegamos na mansão em tempo recorde já que pela primeira vez não tinha trânsito nas ruas de São Paulo.

A mansão aparentava estar vazia, mas eu sabia que era porque alguns estavam fazendo live ou apenas descansando da rotina de gravações.

Fomos pro quarto de Gabriel e eu já tiro o salto que tava me matando.

- Que alívio, meu pai. - Exclamo com as mãos pro alto.

- Colocou salto e continuou baixa, como que pode? - Ele me zoa e eu dou dedo pra ele.

- Você gosta de me perturbar né? impressionante isso. - Ele se aproxima de mim me puxando pra perto de seu corpo.

- Eu gosto de te perturbar porque amo ver você irritada, chatinha. - Junta nossos lábios num beijo lento, separo nossas bocas  quando sinto falta de ar.

Ele parece lembrar de algo e se separa de mim me deixando com uma cara confusa.

- Tenho que te dar uma coisa. - Ele diz indo até o guarda roupa. - Fecha o olho.

- Ah não, Gabriel.

- Fecha os olhos cara, juro que não vou te trolar.

Fecho os olhos e sinto ele se aproximar de mim.

- Pode abrir.

Encontro ele na minha frente com uma caixinha vermelha de veludo aberta na mão com duas alianças de prata, uma delas era mais fina e continha uma pedrinha de brilhante.

Meus olhos lacrimejam e ele nem falou nada ainda.

- Gabriel...- Não consigo terminar de falar, ele me interrompe.

- Fiquei o dia inteiro pensando em como fazer isso, eu queria fazer de um jeito cheio de coisa bonitinha, mas tu não é bem assim, parece uma ogra. - Eu rio revirando os olhos. - Vou tentar ser direto e fofo.

- Maria Luiza Reis, você quer esquecer todos os seus contatinhos e namorar comigo? - Ele me olha ansioso e eu abro um sorriso tão grande que sinto minha bochecha doer.

- Sim, sim, sim, mil vezes sim. - Ele coloca a aliança no meu dedo e a outra no dele.

Colo nossos lábios num beijo apaixonado, eu sentia tanta felicidade que não conseguia explicar, só eu e Deus sabemos o quanto amo esse menino e sou grata por ter ele na minha vida. Enfim, juntos.