IMPURO | JIKOOK

[ 05 ] Cemitério De Fogo

Revisado e reescrito por: poisontequila

Você sente o último suspiro deixando seus corpos. Você as olha nos olhos. Uma pessoa nessa situação é Deus.
  – Ted Bundy

♰

SEXTO CÍRCULO DO INFERNO!

O sexto círculo do Inferno abriga as almas dos que cometeram heresia, ou seja, quem tinha crenças contrárias àquelas que os sacerdotes ensinam por teologias ortodoxas, como o cristianismo — Dante caminhou por todos os círculos junto a Virgílio, e neste, ele relata que os penitentes não eram católicos fiéis; assim, a punição delas é passar a eternidade dentro de tumbas envoltas em chamas. Como essas almas não seguiram o caminho da vida eterna, elas estão presas para sempre. Ademais, quanto mais severa for a heresia da pessoa, mais ardentes serão as chamas.

Jungkook sentia o cheiro da alma queimando nas tumbas escaldantes, o lamento eterno e o desespero por alívio sem jamais tê-lo, caminhando tranquilamente como se fizesse um passeio calmo, procurou pelo demônio responsável, encontrando-o próximo a uma tumba, o corpo enorme e forte levemente exposto, Namjoon possuía uma beleza bruta, os luzeiros eram da cor do fogo que varria as almas malditas. 

— Tenho algo para você. — tratou de dizer. 

Namjoon sorriu, o tom alaranjados das íris brilhou em expectativa — não eram tão próximos, porém, qualquer chance de ter o que a milênios anseia lhe trazia quase um adoçar na língua que a vingança proporciona, afinal, a criatura era o príncipe da Ira. 

— Diga. 

— Há milênios uma alma pegou fama por todo o reino. Um no qual que desde que fora jogado para sofrer chorou por séculos e séculos num pedido quase eterno pelo cara lá de cima. — a leve ironia fez Namjoon rosnar. — Então, em uma bela noite, um principezinho decidiu mudar a alma para que fosse seu eterno e devoto súdito.  

— Vá direto ao ponto, Jeon! — exclamou. 

— Sei onde ele está. Batendo as asas e se intrometendo em algo que não lhe diz respeito. Posso lhe dar a localização exata, mas quero algo em troca. 

— O que seria? 

— Quero que o impeça e o afaste do humano que é meu. Sabe da aposta e não podemos perder. Aquela alma é minha. — frisou, as orbes vibrando em tom escarlate. 

— Fechado! — concordou. — Diga-me. 

O corpo alheio robusto, tomado por runas, entre elas uma cruz se formou, era o selo do acordo feito. 

— Se falhar, queimará até que nada sobre. — avisou ríspido. 

— Não falharei. 

Dando-lhe passagem, Namjoon desapareceu nas chamas que o tomaram num círculo perfeito — sozinho em meio ao cemitério, ouvindo o ganir do sofrimento, Jungkook sorriu, ouvia seu garoto, logo o encontraria, pois neste momento, tinha assuntos a tratar com seu pai. 

O castelo está  situado no último círculo, Jeon passou pelos portões negros com crânios enfeitando as lanças, ali o sofrimento não era audível, tudo era nada além de silêncio mórbido e voraz — Jeon caminhou sem pressa pelo corredor escuro, de piso adamantino, as portas revestida em escuridão foi empurrada, revelando o salão e o trono logo a vista, e ali, glorioso, perigoso estava seu pai, o tronco despido revelando os músculos firmes, as coxas grossas e torneadas marcada no tecido caro da calça social escura; a aparência  é semelhante a sua, conquanto, este possuía traços selvagens, um deus da guerra, do caos e da dor. Parando a uns metros de distância, a criatura reverenciou Lúcifer.