[ 11 ] A marca do Diabo

2.6K 496 83
                                    

Reescrito e revisado por: poisontequila

Os demônios estavam suplicando por sangue.
- David Berkowitz.

O padre da igreja onde Jimin e sua família frequenta, reuniu os fiéis para uma visita em outra, situada a quase duas horas de viagem - pelo que foi explicado, a igreja era antiga, erguida em mil e quinhentos antes de Cristo, o local foi preservado o bastante para irem e dar início a santa ceia. No carro, Jimin fazia algumas anotações no Ipad, enquanto sua mãe conversava animadamente com seu pai.

Durante horas a fio do dia anterior, o aloirado pensou no que Hoseok havia dito, no homem que apareceu e Jin ter o tirado a tempo daquele bar, a despeito de tudo que conhecia e o que vem conhecendo, ele simplesmente não conseguia conciliar, ou encontrar um maldito meio termo.

Fora que, não sabia o que sentia pelo demônio, o sexo era sim literalmente de outro mundo, mas isso não bastava - o carnal não bastava para fixar um relacionamento sólido, se é que isso era possivel.

O amanhecer começou cinzento, havia chovido por toda noite e um pouco no início da manhã, suas vestes eram apropriadas para mantê-lo aquecido, num tom suave de rosa e branco, havia optado por preto mas sua mãe o fez mudar de ideia. Assim que chegaram, Jimin deixou os pertences dentro do carro e desceu, agradecendo por estar usando coturnos devido a um pouco de lama e grama molhada - era um lugar bonito, constatou, tinha um ar antigo, o cheiro de terra molhada era um tanto apaziguador.

- Vamos, filho. - Sora o puxa suavemente para acompanhá-la.

O tom terroso era presente em toda área interna, bancos de madeira envernizado, os vitrais coloridos tinham a imagem do céu, anjos e Jesus Cristo, Jimin pensou que ali seria bonito num dia ensolarado, o modo como os raios dourados deixariam tudo ali mergulhado naquelas cores tão vívidas e vibrantes.

Agora parecia estar num filme de terror.

O padre preparada a santa ceia com ajuda dos mais próximos, Jimin ficou sentado observando a enorme cruz e Jesus pregado nela - o arrepio que sentiu pareceu doer sua pele, sentia-se errado por estar ali depois de cometer tanto pecado, conquanto, a paz estava ali, se sentia bem.

Em instantes, a missa havia começado, o terço estava entre as mãos pequenas, conforme a reza seguia, Park manteve os olhos abertos e atentos, sentia-se estar sendo observado, por isso procurou em cada canto que conseguia enxergar, na entrada da igreja viu Jungkook, parado, olhando para si.

- Meu Deus! - sussurrou assustado.

O demônio não entrou, não porque não queria, mas porque não conseguia, fora que não iria querer desencadear mais um problema - verificando se alguém mais havia o visto, Jimin voltou seu olhar para fora, não o vendo mais.

O pão foi servido aos fiéis junto a uma taça pequena contendo vinho - o sangue e corpo de Cristo, o aloirado por opção sensata não participou, seus pais fizeram perguntas onde ele apenas respondeu que não se sentia bem e não sentia que era certo, os mais velhos o olharam preocupados mas nada disseram, ao menos por agora. No fim, Jimin foi o primeiro a sair da igreja, a respiração estava um pouco acelerada e visão turva - seu corpo parecia pesado mas ficou leve em instantes.

- Filho? Está tudo bem? - Sora pergunta preocupada.

- Sim, mãe. Tá tudo bem.

- Vá para o carro, deve estar cansado, vou só me despedir e nós já vamos.

- Ta.

Observando a igreja através da janela do carro, Jimin estava quase adormecendo quando sentiu o cheiro gostoso de patchouli, no assento ao lado, Jeon o encarou, a feição era neutra mas havia algo estranho ali, na imensidão dos olhos escuros.

IMPURO | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora