[ 20 ] Anjo caído

1.7K 407 127
                                    

Reescrito e revisado por: poisontequila


Que poder teria o inferno se os prisioneiros daqui não fossem capazes de sonhar com o céu?
— Sandman.

Lúcifer manteve a postura ereta, encarando Jungkook de joelhos, os braços esticados e preso à correntes assim como outra em volta do pescoço, a dor o fazia tremer mas o ódio, esse fazia-o unir forças e tentar se soltar — infelizmente não obtendo êxito, aquelas correntes o deixavam fraco, sugava sua energia, bloqueada seu poder, tornando-o quase um mortal; suas asas, uma ao menos não foi arrancada mas a outra jazia aos pés do rei. Ambos estavam dentro de um poço, o cheiro de carne decomposta junto a poeira e água parada era quase sufocante. 

— Não pensei que chegaríamos a este ponto. — ouviu Lúcifer quebrar o silêncio. — Avisei o que aconteceria. 

— Vá se foder. — rosnou, puxando as correntes, o suor escorria por seu rosto e o sangue seco em sua pele parecia queimar. — Vou matar você e tomar o trono, seu filho da puta. — prometeu. 

— Duvido. — sorriu. — Sairá quando eu tiver o que eu quero. Quando eu assumir tudo o que Ele tirou de mim. Vou fazer da Terra o meu reino. 

— Não vai conseguir. — murmurou. 

Lúcifer não se moveu, mas o seu poder se arrastou pelas pedras úmidas, e Jungkook gritou, o ferro aqueceu para queimar-lhe a pele, outras correntes surgiram, essas com as pontas afiadas e tortas, cravando em sua carne, nos ombros e nas coxas. Seu grito causava tremor nas estruturas ao redor. 

— Pensei que amaldiçoando você iria fazê-lo voltar a me obedecer. Ao invés disto, apaixonou-se por aquele garoto. — a cara palavra dita o ferro queimava mais, o cheiro da carne o instigou a continuar  até que a pele se desprenda dos ossos. 

— É uma pena ter de fazer isso com meu próprio filho. — o cinismo fez Jeon rir em meio a dor, suas lágrimas tornaram-se sangue, manchando a pele alva. 

— Era seu maior desejo, enfim tornando-se realidade. —  suspirou pesado. — não ligo. Faça  o que quiser, mas não irá tocar nele. FIQUE LONGE DELE. — o tom agudo de sua voz estourou a porta de ferro. 

— Farei o que eu quiser. Enquanto ele não voltar a ser quem é, tenho vantagens de tirar apenas o poder imensurável que carrega dentro de si. 

— N-não. 

— Posso jogá-lo aqui para apodrecer ao seu lado enquanto faço o que deve ser feito. — sorriu. — Somos muito parecidos, acho que vou fazer uma visitinha. — ironizou. 

De fato Jeon era sua cópia exata. 

Jungkook ficou de pé, puxando com mais força as malditas correntes. 

— NÃO CHEGUE PERTO DELE SEU MALDITO. — gritou. — VOU ARRANCAR SUA PELE. VOU FAZÊ-LO SE AJOELHAR DIANTE DE MIM E IMPLORAR POR MISERICÓRDIA. 

Lúcifer o segurou pelo pescoço, apertando o aço ali até sufocá-lo. 

— Não está em posição alguma de fazer qualquer coisa. — o jogou no chão. — Que os demônios o devorem. 

Sozinho, Jungkook gritava de dor até a exaustão, infelizmente a benção da inconsciência não cairia sobre ele, a cada dor sentida, mais desperto ficava — em momento algum deixou de pensar em Jimin, de ficar preocupado e temer o que seu pai iria fazer. 

—  Jovem príncipe. — uma voz antiga e rouca chegou aos seus ouvidos, o eco dela fazia doer todos os ferimentos que possuía. —  Filho de Lúcifer, a estrela da manhã.

IMPURO | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora