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Mais um dia passou e Sigmund acordou aéreo. Devagar, pegou seu quíton. O caminho ao banheiro foi lento, dada uma vertigem, que o obrigava a se apoiar na parede para esperar o equilíbrio normalizar.

Uma intensa dor na cabeça o assolou.

"Não estamos bem, monge... é sério. Peça ajuda!", disse seu revoltado eu, perturbado, causando-o uma leve hemorragia nasal.

Sigmund foi ao salão principal, zigue-zagando — afinal, já não haviam paredes onde apoiar. Althea já estava ao salão tomando vinho, absorta em suas anotações, mas ao vê-lo, correu.

— Criança, está bem? — perguntou, ajoelhando-se e apoiando-o.

— Não. — Ele pôs a mão no rosto. — Estou lento... tudo está embaralhado. Estava indo ao banho... ele disse para chamar ajuda.

— Vamos ao banho.

Althea o lavou e vestiu, voltando ao salão principal, em seguida.

— Ainda falta para a refeição, quer descansar mais um pouco?

— Não sei... não estou bem — respondeu, deitando a cabeça em seu ombro —, descansar será bom?

— Diminuirá como receberá os impactos, talvez seja mais confortável — explicou Althea, transbordando preocupação.

— Não tenho sono, Althea Gyi; mas me esforço para descansar.

— Posso induzi-lo e despertá-lo quando tudo amainar — disse, seguindo com ele para o grande salão e o deitando em um dos sofás.

— Assim é melhor...

— Não posso impedi-lo de sentir. — Fitei seus olhos. — A posição em que está é a mais vulnerável. Preciso que seja muito forte!

"Seremos!", respondeu irascível, espalhando arrepios pelo corpo.

— Ele disse que seremos.

Althea beijou sua testa e o adormeceu com uma doce canção.

***

Sigmund viu-se sobre a mandala, olhou para baixo e seu reflexo estava agitado, irascível, vociferando e esbravejando.

— Não estamos bem — preocupou-se o monge.

Não estamos, monge! Por quê!? Não sei! — vociferou.

— Precisa se manter calmo — amedrontou-se.

Claro... obrigado por dizer o óbvio! — ironizou.

O monge sentou, quieto. Vendo o insano andar em círculos.

Gradualmente, alguns cortes surgiram em seu corpo. Assustado, ele olhou ao redor e observou fissuras na mandala.

— Estou quebrando! — Ele exclamou, ofegante, amedrontado.

Hahaha... engraçado. Impossível você quebrar!

— Não brinc-... ajuda... estou quebrando — repetiu, trêmulo.

Sigmund olhou para cima e viu as gotas de sangue no vitral. Tentou ir em sua direção, impedido pelas mandalas mais profundas.

O que sente!? — gritou, batendo na mandala.

— Tem cortes... no corpo... é normal?

Claro que não, monge! Que porcaria é essa!?

— Precisamos falar com Althea Gyi.

Eu vou... doerá... infelizmente, mas eu vou!

Algos - Livro α - 3ª EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora