— Ele quem? — Sigmund olhou ao redor, confuso. Percebeu que um rapaz se aproximava e parecia ser na sua direção.
"Será intenso, controle-se!"
— O quê!? Intenso!? Controle!?
— O protegido do herdeiro de Penia — riu o rapaz.
— Protegido!? — indagou, intrigado. — Deve estar me confundindo. Não conheço um protegido do herdeiro de Penia.
— Claro... diferentes — afirmou, aproximando-se.
— Quem é esse que parece o Tarusa? — indagou-se.
"É um projeto de Tarusa. Menos eficiente, mais velho, tão desnecessário quanto. Gosto quando é perspicaz, monge!", gargalhou.
Sigmund riu, gostando do elogio.
— Com certeza tem algo engraçado acontecendo...
— Não quero, nem posso brigar — cumprimentou. — Até logo!
Sigmund contornou o rapaz, porém, ele tornou a pisar em seu cabelo. O tom púrpuro do cabelo rapidamente desapareceu.
Sigmund caiu de joelhos com o intenso prazer que o tirou o ar.
Os veios púrpuros espalharam-se pelo corpo do rapaz e seu olhar foi tomado por Loucura. Ele gritou com a dor e o pobre instrumento que carregava se despedaçou com a explosão energética.
Um sacerdote correu, não perguntou, mas o desacordou antes que ele acertasse o ataque em Sigmund, que ainda confuso e absorto na intensa sensação que o consumiu.
"Controle-se, monge! Problema resolvido."
Ofegante, ele não respondeu.
Uma moça aproximou-se, dando-lhe a mão.
— Rapaz, está bem!? — indagou.
Ele assentiu, olhou as mãos trêmulas apoiando-se no chão.
— Posso pegá-lo!?
Novamente recebendo assentimento, a moça o pegou no colo para sentá-lo num dos bancos. Observou o corpo de Sigmund e, atestando sua saúde, correu para oferecê-lo um copo d'água.
— Pode ajudar... beba! — sorriu, ajoelhada de frente para ele.
— Agradecemos! — O menino pegou a caneca e a bebeu rápido.
— Posso levá-lo para sua casa... precisa de ajudar?
— Melhoraremos... desculpa preocupá-la... já passou.
— Tudo bem, quer contar o que houve ali!?
— O rapaz, projeto de Tarusa... queria achar um protegido do herdeiro de Penia... acredito que ele queria brigar, não sei!
— Obrigada. Cuide-se! — disse, tomando a caneca e saindo.
"Agora podemos ir para casa!"
— Era isso que queria!?
"Claro! Não pensei ser tão rápido. Uma pena. Queria mais..."
O intenso anseio de seu reflexo espalhou arrepios por seu corpo, mas ele não respondeu, optando por permanecer sentado por algum tempo, recuperando as forças nas pernas.
Quando finalmente levantou, rumou à sétima escadaria.
Gradualmente, o tom púrpuro voltava a tocar seus cabelos.
No salão, Aldous estava sentado. Sério, consultava papéis.
— Enlouquecemos nos degraus? — indagou seu aprendiz.
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Algos - Livro α - 3ª Edição
SpiritualSe há dor em tudo, é realmente necessário curar? O que dói em ti? Presente, passado, futuro O tempo. No fim do dia, O anseio de tudo que vive é apenas ser livre! Mesmo que doa. O existir. Loucos podem chorar? Loucos podem lutar? Amar? Doentes podem...