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À beira do salão, Sigmund dedilhou o saung, vendo sacerdotes e almas nos degraus. Delano chegou dos degraus e sentou ao seu lado.

— Hormes! — cumprimentou.

— Herdeiro! — sorriu. — Os herdeiros de Penia e Praxidice perguntaram por ti, preocupados... Quando tiver tempo, procure-os.

"Quando formos ver o monge, os visitamos."

— Obrigado. Posso perguntar?

— O que precisa?

— Sei que tem problemas e esses... problemas... são difíceis e complexos... Suas relações com os outros são muito afetadas por eles?

— Problemas... Quais? Temos muitos problemas e só conseguimos viver porque estamos em família. — Delano riu.

— Ouvi que tem problemas com os vivos...

— Sou escravo de mim. Apenas me relaciono com a horda porque fazê-lo com outras escadarias é inviável... mas, pouco tem a ver com a problemática- — Delano arfou, arrepiando. — Viva...

— Compreendo... Posso saber o porquê?

— Depende do porquê da pergunta?

— Estou pensando sobre as relações na escadaria e o quanto ela pode prejudicar vocês, afetar vocês e essas coisas...

— A problemática com os outros se dá por problemas passados. Nunca perdoarei como agiram conosco, o quanto nos fizeram mal. Não agirei contra ninguém, mas não os quero perto de mim.

— Justo. — O menino deu de ombros.

— Está treinando para assumir um lugar que exigirá contato. Habituar-se ao convívio pode ser bom e nenhum de nós, sétimos, se chateará. Se pode fazê-lo de forma saudável, merece os parabéns!

— No contato com as almas... sua dificuldade com os vivos age?

— Às vezes. Preciso de muito esforço e paciência para afastar as memórias vivas no contato. Quando não consigo, Potos me ajuda...

Sigmund voltou a dedilhar seu saung, ainda mais pensativo. Delano o acompanhou na canção, em silêncio.

***

Horda! — convocou Aldous, chegando no salão principal.

Surgindo, todos se prostraram para cumprimentá-lo.

— A ordem, agora, é descansar no próximo dia. Cada reclamação os dá mais um dia de folga obrigatória! — disse, olhando-os.

Os poucos que se manifestariam contra, nada falaram.

— Lidarei com tudo, até com a refeição, se necessário!

— Não é reclamação. — May disse. — É sugestão. Seu semblante está pesado e cansado, podia descansar e vamos depois do senhor...

— Ótima tentativa — riu Aldous. — Após seu descanso, prometo fazê-lo; logo, quanto mais demoram, mais tempo fico acordado!

— Sim, senhor! — disseram em uníssono, seguindo ao quarto.

— Dois dias devido à sugestão de Ftisis! — riu.

O mestre observou o salão por algum tempo. Arfou, seguindo na direção do aprendiz e sentou-se com sua lira no colo.

— É um alívio ouvi-lo, mestre.

— Também fico aliviado em saber que está melhor.

"Preciso ter com o mestre!"

Algos - Livro α - 3ª EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora