Althea tomou sua flauta, falando com os despertos: "Preciso de ajuda, me ocuparei por todo o dia". Não tardou para Hakim chegar.
— Mãe, fique à vontade. Cuidarei até os irmãos chegarem.
— Obrigada, meu amor! — Ela sorriu.
Ela pegou a taça, pôs o caderno na axila e seguiu ao grande salão. Guardou o caderno e, ao voltar, Karrick servia a mesa.
— Bom dia, mãe! Miya e Medora se juntaram a Hakim, todos acordaram. Trouxe frutas e chá, por desconhecer convidados e ocasião, optei pela hortelã, afinal ela atende diversas necessidades.
— Obrigada! Receberei a sétima horda. Não irei às refeições.
— Comunicarei — cumprimentou. — Aseth estará pronto para atendê-la, se necessário. Assim limitamos o contato.
Althea assentiu e sentou, acionando Aldous para iniciar.
As irmãs chegaram de braços dados. Latisha carregava o arco de um violoncelo, abraçando-o, como uma criança com sua boneca.
— Madre! — cumprimentaram.
— Olá, crianças! Como estão? — Althea estendeu os braços.
— Bem, mãe! Como a senhora está? Estava com saudade.
— Estou bem, senti sua falta. Estava preocupada! Como estamos, Laura? — perguntou, levando Latisha ao sofá e abraçando Laura.
— Bem, na medida do possível. Foi uma semana agitada, mas estou satisfeita com o resultado. Falará com minha irmã? Posso cochilar na cama e lembrar os velhos tempos — sorriu, nostálgica.
— Quando acordar, come conosco, tudo bem!?
Laura deu um forte abraço na irmã, a beijou e foi ao quarto deitar-se, o relaxamento por estar ali a levou ao sono rapidamente.
Althea sentou ao lado de Latisha, acariciando seus cabelos.
— Agora, que estamos sós, deita a cabeça em meu colo? — pediu.
— Sabe que jamais negaria, não? — Latisha riu, deitando.
— Como estão as coisas em casa?
— Agitadas... O pai está treinando o herdeiro. Esta semana... esbarrei... foi intenso! — Latisha fechou os olhos, arrepiando-se. — Byron está me acompanhando, então suponho que relaxei, não sei...
— Saudade de Algos!? — Althea sorriu, acariciando seu rosto.
— Pouca. O pai está melhor. Teve uma queda... nada grave. Chase conseguiu lidar. Tenho estado preocupada com os irmãos, o pai...
— Não tem com ele há quanto tempo?
— Parei de contar. Não pressiono... sei ser sensível. Himeros nubla a visão... me apavora! Nunca sei quando é pouco ou muito...
— Ele é um homem sábio... Uma sabedoria entendida por poucos! — Althea riu, tirando uma tímida risada de Latisha.
— Fiquei perturbada... com o acidente do herdeiro... não queria, não sei, sabe!? De repente, estava caído... a fome acordou... arrepiei. O prazer passeou como o som ressoa na taça... isso está... afixado em minha mente... Acabei buscando Byron, talvez exagerei... não sei — desabafou, perdida na memória do aparente inofensivo incidente.
— Acalme-se, meu amor! — Althea acariciou seu rosto.
— Não queria atrapalhar, sabe? Invadi-lo... fui imprudente e descuidada, é difícil! — disse, deitando o rosto na mão de Althea.
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Algos - Livro α - 3ª Edição
EspiritualSe há dor em tudo, é realmente necessário curar? O que dói em ti? Presente, passado, futuro O tempo. No fim do dia, O anseio de tudo que vive é apenas ser livre! Mesmo que doa. O existir. Loucos podem chorar? Loucos podem lutar? Amar? Doentes podem...