Quando as irmãs começaram a servir a refeição, Chase e Sigmund se juntaram para ajudar e, ao fim, as moças lhes deixaram sós para seguirem ao seu banho.
— Elas parecem melhores. O que houve? — arguiu Sigmund.
— Dosaremos o contato com Himeros; permissão da puberdade!
— Entendo, por isto ela não fugiu tanto o olhar de mim...
— Vocês precisam se acostumar... todos nós precisamos!
— Deve ser difícil não poder tocar ninguém...
— Ela não toca em alguns casos, após comer principalmente. Essa rigidez é necessária. Temos Loucura, individualidade e duas personalidades. Individualidade não interage. Uma persona é movida pela lascívia, suscetível a Loucura, guardada. Outra persona nos fala.
— Pode-se afirmar que a movida pela lascívia dá voz a fome!?
— É a fome! Resultado de instabilidade e abusos inumanos.
— Realmente complexo... Ela já sentia antes de chegar?
— Quando Himeros desperta em alguém, a depender da idade, a fome acordará junto ou permanecerá latente. O problema é o perfume e como os indivíduos ao redor reagirão ao contato com ele.
— É óbvio que será pessimamente!
— Já foi pior. Quando chegou, ela era como uma flor. Muitas pétalas. Foi dois anos de reabilitação. Eu era novato, lidava com ela com a delicadeza de quem manipula cristal. Foi pouco tempo. Desde que perdemos o mestre Esmond, seguimos acumulando Loucura.
— A equação desastrosa recebeu novos traumas...
— Muitos... somos uma geração azarada... e fracassada! — riu.
— Isto não parece engraçado, Epifron. — Sigmund riu.
— Você está rindo!
— Porque você também está... é contagioso!
Suas risadas foram interrompidas pela chegada de todos.
Chase rapidamente encarregou-se de mudar o assunto.
— O pai já partiu — avisou, antes de iniciar a refeição. — Não demorará! Cuidarei do herdeiro, então Profasis e Pseudos já sabem...
— Lidamos! — assentiram.
— O herdeiro tem boa mira! Acertou sete dos dez dardos que atirou. — Byron riu. — Por essa eu não esperava...
— Sempre que precisarmos despertar talentos latentes no herdeiro, lembraremos de ti, Pseudos... — ironizou Delano, rindo.
Todos riram também.
— Epifron, uma moça me parou mais cedo. — Sigmund lembrou.
— Do jeito que está bonito, é claro que te pararam... — reclamou Latisha, aparentemente enciumada. — Quem foi? Matarei ela!
Sigmund silenciou, preocupado de ter feito besteira.
— Calma! É brincadeira... — Laura riu. — A ciumenta sou eu!
Latisha riu da reação do menino.
— Conta. — May disse, interrompendo as meninas. — Quem te parou? Tentou te desafiar ou foi só a puberdade?
— Disse para eu me cuidar, contar com ela... Fiquei confuso! Quando perguntei, ela disse que só falava para quem se lembra...
Chase franziu o cenho.
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Algos - Livro α - 3ª Edição
SpiritualSe há dor em tudo, é realmente necessário curar? O que dói em ti? Presente, passado, futuro O tempo. No fim do dia, O anseio de tudo que vive é apenas ser livre! Mesmo que doa. O existir. Loucos podem chorar? Loucos podem lutar? Amar? Doentes podem...