— H-he-her... — Latisha gaguejou, espigada como um gato, com os olhos arregalados e o ar faltando. — Não encosta em mim... eu... v-vou... chamar alguém... — disse, trêmula, afastando-se.
Byron, que vinha logo atrás, pôs a mão no ombro de Latisha.
— Himeros, o que houve!? — preocupou-se.
O doce perfume passeou pelo corredor e Byron ficou sério.
— O... her... — Sua pele começou a avermelhar, enquanto lascívia passeava, intensificando o perfume. — Foi... um... ac-acidente!
Byron olhou sobre seus ombros e viu Sigmund caído, estático.
— Herdeiro, se acalma! — disse, aproximando-se do menino, rindo. — Não sentirá nada. Himeros, sai... e se acalma... — ordenou Byron, despertando Latisha do transe que lhe acometia.
— Sim, d-de-desculpa... meu tenente-general! — Saiu, aturdida.
Usando sua energia, Byron dissipou o perfume. Pegou a mão do menino, removendo os resquícios da moça que o mantinham estático.
— Herdeiro! — chamou, em voz alta. — Acorda!
— D-desculpa, o que houve? — Ele se assustou, despertando.
— Isto é o porquê não deve tocar em Himeros! Não até amadurecer e saberá quando. Levante! Vamos! — instruiu Byron, ajudando-o a levantar. — Aproveita enquanto pode fugir — riu.
— Não entendi — disse Sigmund, perdido.
Byron foi à cozinha com ele, onde os outros estavam. Latisha, nervosa, estava distante, abraçada em Chase, que ria bastante.
— Lidei com Himeros. O herdeiro está bem? — perguntou Chase.
— S-sim! — respondeu Sigmund, aéreo, sentando à mesa.
Latisha olhou para Sigmund, com culpa e fome.
Um pavor tirou seu ar, como se fosse a presa e ela, o predador.
— Ignora ela e tudo ficará bem! — Chase tentou tranquilizá-lo.
Sigmund fitou à mesa. A mente estava muito confusa. Os rapazes que não compunham a hora chegaram, instaurando o silêncio e despertando os olhares hostis de todos.
— O rapazinho está bem? — arguiu um deles, olhando Sigmund.
— Suficientemente! — respondeu Chase, fechando o semblante, jorrando hostilidade no olhar — Quem pergunta!?
— Perguntei porque parece acoado — respondeu o homem.
— Todos estamos. Vocês causam isto! — ironizou Chase.
— Ninguém tem nada para falar enquanto explodimos, mas nos acalmamos e pronto! Todos têm uma imbecilidade... aarghhh! — reclamou May, estressada. — Claro que está acoado, estamos tentando matá-lo... até vocês devem ter ficado assim!
— O general está estressado — instigou Byron —, gosto!
— Meu pai teve um bom dia, uma boa noite... não façam isto — pediu Chase, engolindo seco a sensação que se intrometiam de propósito. — Por Macária, por Epifron que ilumina o céu de minh'alma...
— Desculpem, não supus que se incomodariam com uma pergunta. Não precisam agir como selvagens! Era só preocupação!
— É nossa natureza — disse Fitz, impedindo Chase de falar. — Algos odeia intromissões, principalmente quanto ao herdeiro. Estão agindo em defesa do pai, não se desculparão por estarem em casa. Você se desculpou. Problema resolvido! Certo!? — perguntou à Chase.
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Algos - Livro α - 3ª Edição
EspiritualSe há dor em tudo, é realmente necessário curar? O que dói em ti? Presente, passado, futuro O tempo. No fim do dia, O anseio de tudo que vive é apenas ser livre! Mesmo que doa. O existir. Loucos podem chorar? Loucos podem lutar? Amar? Doentes podem...