SUA ALTEZA REAL

Trinta e dois.

2/10

O fotógrafo que eles encontram no meio dos arbustos é mais novo do que eu imaginava que seria um paparazzi. Talvez ele seja novato, o que explica o erro de iniciante de ter deixado o flash ligado.

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Apesar da dra. Sorrah nos dizer para sair do salão, parece que o colégio inteiro se reúne no saguão de entrada para observar ela e o sr. McGregor falarem com a polícia local, enquanto o fotógrafo está sentado no banco de trás da viatura. Eu ouço a palavra "invasão" e o sr. McGregor, com o rosto vermelho e borbulhando de raiva, menciona "piche e penas" pelo menos quatro vezes.
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Ao meu lado, Rafaella está muito quieta e muito calma enquanto observa.
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- Eles tiraram o cartão de memória da câmera dele - digo a ela. - E não é como se ele tivesse conseguido nada tão emocionante. A não ser que um bando de adolescentes comendo batata-doce faça sucesso nos jornais por aqui, ou algo assim.

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Mas Rafaella balança a cabeça, os longos cabelos deslizando sobre os ombros.

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- Ele já deve ter enviado as imagens. Ele as tirou com o celular, não com a câmera.

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Ela olha para mim.

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- Esse é o truque deles. Aparecem com uma câmera enorme e cara, todo mundo acha que foi isso que usaram, e aí ninguém se lembra do celular. - Ela se vira de volta para olhar para a cena no gramado frontal através das enormes portas de entrada. - É bem esperto da parte deles.

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Com isso, ela se vira para subir as escadas, e eu a sigo, segurando seu cotovelo.
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- Vai dizer isso a eles! - digo. - Sobre o celular. Talvez ele não tenha enviado...

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Mas Rafaella já está se afastando.

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- É uma graça que você se importe, Andrade, mas te garanto que isso já aconteceu.

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Eu a observo desaparecer no topo das escadas, e Marcela aparece ao meu lado, seguindo meu olhar.

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- É por isso que a mãe dela queria uma equipe de segurança aqui - ela me conta. - Rafaella dá mais lucro às revistas do que os dois irmãos juntos.

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- Mais do que o Tato? - pergunto, e Marcela acena com a cabeça antes de enrolar uma mecha de seus longos cabelos claros e me olhar de frente.

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Bom, me olhar de cima, já que ela é uma amazona.
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- Você gosta dela, Bia? - ela pergunta.
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Ah! Minha garganta aperta de repente, a pele do meu rosto provavelmente muda para um tom vívido de vermelho enquanto gesticulo sem rumo.
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- Sim. Quer dizer, nós definitivamente nos damos melhor agora, então...

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- Não. - A mão de Marcela segura a minha, cobrindo-a. - Digo... você gosta dela?

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Encarando-a, eu puxo minha mão de volta.

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- Esse não é o tipo de coisa que deveríamos só falar por bilhetes? Com alternativas pra assinalar sim ou não?

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Ela sorri, mas percebo uma preocupação sincera em seu rosto quando olha para mim. Os cantos de sua boca se curvam para baixo, seus olhos se estreitam um pouquinho.
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