Vinte e um.

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— E então, como você pode imaginar, ninguém na família McGregor nunca mais comeu uma truta.

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— Totalmente — murmuro em resposta à história do sr. McGregor, mesmo só tendo ouvido metade.

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Estou sentada no banco de trás de um Land Rover com Rafaella, nós duas – bom, nós três, contando com o sr. McGregor – estamos voltando para Gregorstoun na escuridão. Graças a Marcela e Elisabeth, que estavam com suas mochilas e dispararam sinalizadores, razão pela qual o sr. McGregor está nos levando de volta ao colégio.

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— Só estou dizendo, meninas, que vocês tiveram sorte que foi um veado e não uma truta — ele continua dizendo antes de sacudir a cabeça com tristeza. — Pobre Brian.

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Agora eu queria ter prestado atenção à história, mas já estávamos chegando ao estacionamento do colégio, com todas as luzes acesas, fazendo o prédio brilhar na escuridão.

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Eu daria um suspiro de alívio diante dessa visão se a dra. Sorrah não estivesse em pé nos degraus de entrada, com os braços cruzados sobre o peito.

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— Droga — Rafaella murmura ao meu lado, e eu concordo.
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— Droga demais.
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Estou cansada e molhada e com frio e sem a menor vontade de tentar explicar toda essa situação para a dra. Sorrah.

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Mas, quando saímos juntas do carro, ela simplesmente diz:
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— Vamos conversar sobre isso amanhã.
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E então volta para dentro do colégio.
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Olho para Rafaella, que apenas dá um longo suspiro antes de dizer:

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— Bom, vamos nos preocupar com isso mais tarde, o.k.? Vou tomar um banho. Talvez eu nunca consiga tirar o cheiro de rio do meu cabelo.
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[…]

Mas a convocação para comparecer ao escritório da dra. Sorrah não vem na próxima manhã. Ou na manhã seguinte. Apenas quando todo mundo retorna do Desafio e eu finalmente começo a relaxar, pensando que talvez não levarei uma bronca desta vez, é que o dr. Santana me impede de entrar na aula de história e me diz que a dra. Sorrah quer me ver.

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E assim, mais uma vez, estou sentada ao lado de Rafaella na frente da diretora.
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Desta vez, nós nos encontramos em seu escritório em vez da capela, e, mesmo que Rafaella estivesse certa de que sua mãe apareceria de novo, não há procissão real alguma.

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Apenas nós.

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Sentada do outro lado da mesa, ela nos observa com a testa franzida de leve.

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— Moças — ela começa, e se interrompe, sacudindo a cabeça. — Desculpa, eu não sei nem como começar, já que as histórias que ouvi da senhorita McGowan e da senhorita Graham foram um pouco confusas e envolviam um veado.

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Rafaella acena com a cabeça.

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— Sim, nós fomos atacadas por um veado e foi assim que perdemos nossas coisas. Foi muito traumático. Não foi, Andrade?

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Por mais que eu tenha dito que não seguiria o plano estúpido de Rafaella, me vi concordando com a cabeça.

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— Um veado. Trauma — digo, e a dra. Sorrah solta um suspiro.
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SUA ALTEZA REALOnde histórias criam vida. Descubra agora