Capítulo 3 - Reencontros pt.1

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- S/N! SOCORRO! TA ME QUEIMANDO!

- Touya? - Vou em direção da voz e quando chego tomo um susto, vejo o Touya, criança envolto em chamas azuis. - TOUYA! Touya, eu vou apagar! Eu vou te salvar dessa vez! - Tentei ativar minhas individualidades, mas nenhuma saiu. Estava quase alcançando ele quando tudo ficou escuro.

-S/N... Tu me deixou morrer... Quebrou a tua promessa de ajudar e de me curar sempre... - De repente não era mais ele criança e sim de um homem adulto alto com a voz grave, quase em um tom rouco e as chamas tomaram conta de tudo envolta de nós nos cercando.

-T-Touya? - Coloco uma mão no meu peito enquanto a outra estendia para o homem alto que estava na minha frente. - Me perdoa, por favor. - Lágrimas começaram a cair dos meus olhos.

-Fácil assim? Acha que eu te perdoaria fácil? Onde tu estava enquanto eu me queimava vivo até morrer? - Seus olhos... seus lindos olhos azuis ciano abriram, mas pareciam vazios, ele levanta a mão direita com uma pequena chama. -Vamos ver como tu se sentir quando passar pela mesma dor e angústia que eu passei! - Direcionou para mim.

Fechei meus olhos e de repente estava em um lugar que não reconheci na hora. Eu estava suada, com umas cobertas tapando a metade inferior do meu corpo com as mãos na mesma posição que antes, uma em meu peito e a outra esticada para a frente e chorando.... Um sonho... Foi tudo um sonho, ou melhor, um pesadelo. Uma semana sonhando com ele já. Nesses 11 anos eu só sonhava nos primeiros meses depois que ele morreu, depois disso muito raramente, nunca foram tantas vezes, será que ele está querendo me alertar algo?

- S/N, relaxa criatura. Foi só um pesadelo de um dia cansativo que tu teve ontem, ainda mais depois que aquele cara estava te seguindo. - Falo para mim mesma enquanto massageio minhas têmporas. -Sim! Teve aquele cara! Será que a vó sabe algo de mana? Antes, lavar essa cara e controlar a cabeleira.

Pego meu celular, 08:30h da manhã, ótimo acho que hoje consigo arrumar pelo menos as minhas roupas e talvez de noite montar meu computador. Tiro as cobertas pro lado e um frio bate arrepiando o corpo, saiu me arrastando e toco meus pés no tapete *Se foi um sonho, por que ele apareceria como adulto? Ainda mais com aquela voz... Era tão real.* penso comigo mesma e me levanto indo ao banheiro do meu quarto. Faço minha higiene e minha skincare, pego minhas duas escovas, uma penteio meu cabelo e a outra minha cauda e desço.

Quando estou no meio das escadas escuto vozes vindo da cozinha, abençoada seja minha audição.

- Ela não tem muito segredo, não precisa se preocupar, só que provavelmente vamos voltar com o esquema de limpeza de quando meu marido era vivo. Caso ela te dê trabalho, só me avisar, às vezes é mais teimosa que mula. - Era a voz da minha vó.

- Sem problema, avisarei todas, senhora S/S. Com licença. - Uma voz feminina, mas não parecia ser muito jovem.

Fico espiando de cantinho e a vejo passando, era uma moça entorno dos 45 anos bem magra, com uma roupa social grafite, cabelo preto preso em um coque e leves marcas envolta dos olhos, provavelmente por sorrir. Quando ela passa por mim, a comprimento.

- Bom dia!

- Bom dia senhorita! - Ela responde com um sorriso e fazendo uma reverência.

- S/N! Acordou cedo, pensei que ficaria a até tarde na cama para descansar. - Minha vó aparece no corredor. - Esta é Shizume Keiko, governanta da casa.

Riscos de um amor criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora