CapítulO 23 - Sincronia

25 2 0
                                    


- E-eu... Desculpa. – Ele se afastou e virou de costas para mim.

- Pelo que?

- Eu disse que queria ir devagar e quase lhe beijei sem nem perguntar se queria. – Virou novamente para mim com um sorriso nervoso no rosto.

- Oh... Sem problema, eu não me importaria.

- Tenho certeza que não, mas melhor deixar para uma próxima. Bom descanso, Baby Bird. – Ele beijou as costas da minha mão, me deu uma piscadela e voou em direção ao céu negro.

Fiquei um tempo admirando o local onde ele havia sumido, logo entrando, pois, estava muito frio. Tirei a maquiagem, tomei uma ducha, coloquei meu pijama, deixei meu celular carregando e me joguei na cama pensando na noite que tive. Hawks era um cara legal, nas entrevistas e reportagens o fazem parecer ser arrogante e egocêntrico, mas na verdade ele parece ser alguém bem solitário com um coração bom, seria bem legal ter pelo menos uma amizade com ele.

Cai no sono sem nem perceber até acordar com a luz do sol queimando meus olhos, ia me levantar para fechar as cortinas quando lembrei de uma habilidade que minha vó me ensinará durante semana passada, apontei minha mão concentrando a mana para a porta e imaginei ela se fechando, respirei fundo e joguei a energia como fazia com os discos de ataque, com um estrondo, as cortinas se fecharam.

- Sou foda. – Sorri e voltei a dormir.

Mais tarde, minha vó me acordou para almoçar e depois nos encontramos nos fundos para treinar, pedi sua ajuda com algumas dúvidas em relação a mana.

- Vó, eu percebi que a maioria das habilidades com a mana, nós concentramos e imaginas o que ela tem que fazer, depois a lançamos e ela faz, isso é para tudo?

- Sinceramente, quase tudo. A mana, como é a essência de tudo e nós, seres de energia, podemos moldá-la como quisermos, as individualidades não passam de uma forma de expressão da mana de cada um, agora, quem nasce sem individualidade ou que não é compatível, quer dizer que seu corpo e mente não estão em um tipo de sincronia. – Ela explicava com calma. – Com a mana, podemos até mesmo alterar o que vemos, como se fosse uma ilusão, vou lhe dar um exemplo. – Ela pegou na minha cauda, me causando um arrepio, colocou a outra mão por cima e pude ver seus olhos ficando rosa fúcsia e logo minha extensão sumindo.

- QUE?! – Dei um pulo assustada, o mais estranho era que eu a sentia, só não estava enxergando. – O que a senhora fez?!

- Fiz a mana cobrir sua cauda e se camuflar, é assim que nós podemos ficar invisíveis. – Ela me encarava segurando a risada. – Agora vamos. Precisamos treinar arduamente hoje, mais que durante a semana, amanhã você volta ao serviço.

Passamos a tarde e o início da noite treinando, mas ao contrário das outras vezes, não era uma habilidade específica e sim como concentrar e moldar a mana como eu desejar, ela me explicou que muitas coisas a gente nem precisa do grimorio, basta lembrar dos nossos limites, não podemos dar mana para os mortos para tentar trazê-los de volta, pois quando alguém morre, sua energia é distribuída para a natureza ou, se for pessoas que nem nós, para os parentes.

- Acho que por hoje chega. Vamos entrar, que amanhã treinamos mais. – Ela bagunçou meus cabelos entre minhas orelhas e seguimos para dentro.

Depois de jantar fui para o meu quarto, tomar um banho e me preparar para voltar ao serviço. Quando me deitei na cama fiquei encarando o teto por um tempo até escutar meu celular tocando, só estiquei o braço até o aparelho.

Riscos de um amor criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora