Desci as escadas e fui em direção aos fundos do terreno para me juntar aos mais velhos e dar de cara com a seguinte cena: minhas novas tias sentadas no sofá do deck tampando o rosto como se estivessem com vergonha, tio Shin deitado no chão, roxo de tanto rir, meus tios gêmeos rolando pelo chão batendo um no outro enquanto minha vó apenas massageava as têmporas, 30 anos tendo que aguentar essas brigas não era para qualquer um.
- Gente... O que aconteceu aqui? – Perguntei completamente perdida.
- Depois que seu tio Kenji foi lhe chamar, Tadashi perguntou se havia acontecido alguma coisa, então ele respondeu "Noé", mas ninguém entendeu e os dois começaram a se encarar, o Tadashi perguntou "Noé?" e o Kenji respondeu "Noé da tua conta", então um avançou no outro e estão brigando. – Tsunade respondeu em tom de tédio, não me contive e me ao tio Shin rindo. – Outra doida da família.
- Isso é pegadinha de otário! – Falei me dobrando de tanto rir.
- ESTÁ ME CHAMANDO DE OTÁRIO?! – Tio Tadashi me encarou parado com o punho cerrado pronto para descer no rosto de seu gêmeo.
- Sim! E lerdo ainda por cima! Quem é idiota suficiente para cair em uma dessas?! – Sentia minhas bochechas e barriga doendo já.
Ficamos lá fora rindo e conversando por mais um tempo até anoitecer, então entramos para jantar. Dessa vez resolvemos dar uma folga a Shimizume-san e cada um foi fazer uma coisa. Sabe na época de escola que havia os trabalhos em grupo e resolvia que, cada um faria sua parte e depois juntava? No final sempre da merda, certo? Agora multiplica isso por 5 pessoas que controlam mana e ficam discutindo enquanto usava a individualidade para pegar as coisas sem precisar sair do lugar.
Eu fiquei responsável por fazer a maionese, as três tias por arrumar a mesa e cuidar das crianças, meus tios se dividiram entre lavar a salada e ajudar a picar os temperos pois segundo minha vó, as mulheres precisavam de descanso da cozinha e das crianças grandes que elas chamam de "marido", minha vó era a chefe de cozinha e cuidava do fogão, enquanto Shimizume-san apenas ria das nossas palhaçadas.
-PARA SEU IMBECIL!
- PARA VOCÊ DE ROUBAR MINHA FACA!
- VOCÊS DOIS, DA PARA SOSSEGAR?! EU QUE ESTOU CORTANDO A CEBOLA NÃO ESTOU RECLAMANDO! Tio Shin Gritou com o rosto vermelho e chorando por causa das cebolas.
- Tio Shin, o senhor chora por qualquer coisa. – Falei bem séria, sentada em uma cadeira no balcão da cozinha sem tirar os olhos da caneca a qual eu batia a maionese, tirando proveito do momento e os gêmeos explodiram em risadas.
Mais algumas brigas aqui ou ali, por conta de "um atrapalhar o outro", roubando utensílios com mana e finalmente terminamos o Jantar, carne assada no forno, salada verde, salada de maionese, arroz branco, um molho especial da minha vó que ninguém sabe como ela faz, mas fica uma delícia, refrigerante, suco, água... Mesa farta!
- Agora sim, parece até almoço de domingo no Brasil! – Minha vó comentou radiante.
Nos sentamos à mesa e foi uma folia só, era "me alcança tal coisa" de lá para cá. Éramos 13 pessoas, mas parecia que havia uma multidão, conversávamos tanto que nem parecia que passamos o dia inteiro juntos.
- Nós ainda não terminamos o assunto da S/N estar namorando. – Satanás agiu através da Alisa no momento que eu engolia um pedaço enorme de carne me fazendo engasgar.
- Calma, prima! – Akane deu tapinhas em minhas costas com suas mãos pequena e Keisuke me alcançou água.
- Obrigada, crianças. Salvaram minha vida.
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Riscos de um amor criminoso
ChickLitDepois de tantas tragédias em sua via, S/N resolve voltar para o Japão e morar por um tempo com sua avó e recomeçar a vida do zero. O que não esperava era encontraria alguém do passado que a faria questionar sobre a sociedade atual em que trabalha e...