Nossa sala de estar era em um tom bege bem clarinho, como se fosse apenas para não dizer que era branco. Havia três sofás no centro, o do meio com quatro lugar e os outros dois de três lugares, entre eles havia um criado mudo com abajur e fotos das crianças pequenas e algumas poltronas bem confortáveis e uma daquelas "poltronas do papai" que pertencia ao meu avô, mas ninguém tem coragem de sentar ali pois conseguimos sentir a mana dele ainda no lugar, chega a ser um tanto quanto assustador...
No centro havia uma mesinha que fora empurrada para o lado para que as crianças pudessem brincar sentadas em um tapete branco com alguns brinquedos. Nas paredes havia fotos de todos os mais velhos, minhas, da minha mãe, dos meus tios, a foto do casamento de cada um deles incluindo dos meus avós. Me sentei em uma das poltronas com as pernas cruzadas e observei cada um conversando, aquilo me deixava em paz.
- S/N, você tem que passar na loja um dia desses, estou para lançar um sabor novo de onigiri e queria muito que experimentasse! – Tio Tadashi falou me incluindo na conversa.
- Oi?
- Nós temos uma loja de onigiri em Musutafu, garantimos a satisfação dos clientes! – Ele disse estufando o peito.
- Claro, e o assalto pelo preço também... – Tio Kenji falou baixo, mas que todos escutaram, apenas para provocar o acinzentado.
- Assalto é o que você prática! Um horror de caro apenas para dar aulas de vôlei para criancinhas.
- Isso se chama investimento, meu caro Watson. Não é algo que as pessoas depois vão no banheiro e coloca para fora.
- Claro, investimento que os pequenos peguem trauma do esporte, sabia que ele é carrasco com as crianças? Fica falando que se não conseguem contra outras crianças, nunca terão sucesso na vida.
- Como é? Eu não digo isso! – Tio Kenji puxou a gola do Tio Tadashi e a confusão foi armada, suas esposas conversavam em outro sofá afastadas deles, pelo jeito nada mudou, então as esposas viraram para mim, como se já estivessem acostumadas.
- E você, minha querida? Como decidiu que se tornaria super-herói? – Alisa me perguntou.
- Então... Eu e um amigo de infância combinamos de nos tornarmos juntos, infelizmente ele morreu, mas eu ainda queria ajudar e cuidar das pessoas, então continuei treinando até conseguir.
- Que linda!
- Aquele menino que vivia para lá e para cá com você? – Tsunade perguntou.
- Ele mesmo.
- Eu não sabia que ele tinha morrido, sei que não vai adiantar nada agora, mas sinto muito. Vocês eram mais grudados que chiclete na sola do pé no calor do verão. – Essa analogia acabou nos fazendo rir.
- Lembro quando era pequena, também queria ser uma, mas minha individualidade não combina muito bem. – Alisa soltou um sorriso nervoso
- E qual é?
- Eu consigo transformar coisas pequenas em pelúcia, qualquer tipo de pelúcia que eu quiser, desde que também seja pequena.
- Ah! Pode me mostrar?!
- Claro! – Ela retirou uma caneta do bolso, deixando na palma da mão e com a outra tampou, um PUF e então surgiu uma miniatura minha de pelúcia em suas mãos.
- QUE COISA MAIS LINDA! – Peguei o pequeno objeto como se fosse de porcelana. – Eu estou me segurando muito para não ter uma crise de fofura! – Minha voz ficava cada vez mais aguda, como se estivesse falando com um bebê.
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Riscos de um amor criminoso
ChickLitDepois de tantas tragédias em sua via, S/N resolve voltar para o Japão e morar por um tempo com sua avó e recomeçar a vida do zero. O que não esperava era encontraria alguém do passado que a faria questionar sobre a sociedade atual em que trabalha e...