Capítulo 33 - Nós 🔞

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- Eu... Eu sei que você é o Touya.


Meu coração estava acelerado, não poderia se quer imaginar que tipo de reação ele teria. Será que ele negaria? Será que vai brigar? Será que ele sumiria novamente, mas dessa vez para sempre?

Ele me encarava em silêncio com seus lindos olhos turquesa inexpressivos, como se ele estivesse pensando no que deve fazer ou falar.

- Está querendo dizer que eu pareço o seu amigo morto?

- Não. Eu estou dizendo que você É ele.

- De onde você tirou isso?

- Acho que quando você se queimou, torrou alguns neurônios junto. – Brinquei, pois, senti ele ficando tenso. – Se esqueceu que eu consigo sentir e ver a mana das pessoas?

Ele então fechou os olhos respirando fundo e se afastou um pouco.

- Desde quando você sabe disso? – Ele estava sério, não consigo dizer se está bravo, ou sei lá.

- Eu percebi desde um pouco depois que a gente se conheceu. Antes de nos encontrarmos naquela noite para ir a montanha, eu já estava suspeitando, mas quando mostrou as chamas para mim no hospital, eu tive certeza. – Tentei me aproximar para me aninhar de volta, mas ele me segurou.

- Então só fez de conta esse tempo todo que não sabia quem eu era?

- Não é isso...

- Você só se aproximou de mim por achar que eu ainda era o Touya?! – Seu tom de voz era visivelmente irritado.

- Dá para parar de falar besteira e me escutar ou está difícil?!

- Fala, então.

- Eu quis me aproximar de você no início por sentir algo diferente, algo que eu só senti quando estava com o meu Touya quando mais nova, não fazia ideia até então que, de alguma forma, havia sobrevivido. Eu que achei seus restos mortais carbonizados, tem noção disso, cérebro torrado? – Ele não disse nada, apenas encarava o fundo da minha alma com aqueles lindos olhos, catando algum sinal de mentira. Respirei fundo e continuei. – Quando eu descobri que você era você, fiquei muito, mas muito feliz mesmo, mas eu não sabia em quem tinha se transformado. Imaginei que de alguma forma não queria ser lembrado como "Touya", se não já teria me dito. Eu queria saber quem era você agora, queria conhecer o "Dabi" e acabou que me apaixonei por vocês dois.

- Espera mesmo que eu acredite nisso? – Ele sentou na beirada da cama de costas para mim.

Aquilo foi como uma facada em meu peito já tão ferido, um nó na garganta começou a se formar e eu sentei na cama encolhendo meus joelhos para tentar amenizar a dor.

- Acredite se quiser, não vou forçar a nada, nunca forcei. – Olhei para baixo com os olhos marejados. – Eu queria ter contado naquele telefonema antes de eu invadir a fábrica.

- Por que não me contou antes?

- Porque eu tinha medo da sua reação. – Agora não conseguia mais segurar as lágrimas que escorriam pela minha bochecha, senti ele se levantar da cama e caminhar pelo quarto, eu enfiei minha cabeça entre meus joelhos para esconder meu rosto. – Faça o que quiser, acho que as coisas não podem ficar piores que já estão.

- Sempre tão dramática... – Ele sentou perto de mim e me abraçou ainda em formato de bolinha, sussurrando em minha orelha. – Olha para mim. – Levantei o rosto já todo vermelho. – Nossa que cara horrível. Escute bem o que vou dizer, eu prometi nunca te abandonar, lembra?

Riscos de um amor criminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora