Capítulo 5 - Corpos Colados

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A morena a olhou sem reação, abriu e fechou a boca várias vezes sem falar nada. Não acreditou que Palloma tinha falado assim com ela. Ninguém nunca havia falado assim com ela!

- Quem você pensa que é, hein garota? - disse irritada fuzilando-a.

- Palloma Albuquerque. Diria até prazer, se não fosse tão chata. - Palloma respondeu a olhando.

- Hahaha, muito engraçada você!

- Eu sei, dizem. - disse Palloma convencida. A morena ficou em silêncio encarando-a. - O que foi? Me puxou só pra ficar olhando pra mim? Não precisa disso, pode babar de longe também. Ou então, se quer ficar comigo é só falar, não precisa ficar fazendo essa cena toda. - deu um sorriso.

- Você se acha, não é? Queridinha, você não é tudo isso não ta?! E não estou fazendo cena porra nenhuma!

- Moça, você anda muito estressada, vai ali e pega um suco de maracujá pra ti.

- Vai tomar no seu cu.

- Sozinha eu não vou, só se você vir comigo, linda.

- Ai! Garota irritante! - a morena falou e saiu batendo pé em direção ao meio da pista. Palloma viu e riu.

- Essa menina é louca! - falou alto para si mesma.

Olhou para o lado e viu a Beatriz em um cantinho da parede beijando uma menina. Ou melhor, devorando a menina, era capaz de se comerem ali dentro da boate. Palloma não duvidava nenhum pouco de que isso pudesse acontecer, conhecia muito bem a amiga. Olhou para o outro lado e viu o Flávio conversando com um homem, um pouco mais alto que ele, forte. Flávio estava praticamente se jogando em cima do homem. Palloma riu vendo a cena.

Voltou seu olhar para pista de dança e viu a morena dançando, se esfregando em uma mulher mais magra do que o normal, de cabelos vermelhos e curtos. Os olhos de Palloma começaram a queimar de raiva. Ficou olhando-a furiosa. Não sabia bem o porque disso, mas não gostou nenhum pouco. A morena reparou que Palloma estava a olhando e se esfregou mais ainda na mulher. Até que a mulher beijou-a, agarrando a morena pela nuca, que por sua vez retribuiu, com vontade. Palloma viu e virou-se indo em direção ao balcão de bebida novamente. Sentou-se, deixou o copo em cima do balcão, pegou um cigarro de seu bolso e acendeu o mesmo.

''Por que estou com tanta raiva assim? Quem tem que pegar ela sou eu, não aquela garota. Se eu pudesse ia lá e quebrava a cara daquela guria. Ah, foda-se, vou pegar ela uma hora ou outra. Vai ser só mais uma, como sempre.'' Palloma ficou repetindo isso em sua cabeça várias vezes até ver a morena caminhar para dentro do banheiro, sozinha.

No mesmo instante em que viu a morena entrar no banheiro, Palloma apagou o cigarro e jogou-o no chão, pegou o copo com a bebida, deu um gole e foi caminhando lentamente para dentro do banheiro. Entrou no banheiro e viu que tinha só uma cabine fechada. Posicionou-se em frente a cabine, esperando que a porta abrisse. Quando a morena abriu a porta, deu de cara com Palloma a encarando. Deu um grito bem alto. Palloma a empurrou para dentro da cabine de volta, tampando a boca dela, impedindo-a de gritar mais. Encostou a morena na parede da estreita cabine.

- Ow ow, fala baixo! - Palloma disse e logo depois tirou a mão da boca da morena que tentava ser mais forte e arrancá-la de sua boca por breves segundos antes.

- Você ta ficando louca? - perguntou ofegante.

- To louca por você.

- Que? Ai, deixa de ser idiota menina, me deixa sair!

- Palloma.

- O que?

- Meu nome é Palloma, já disse.

- Tanto faz.

Palloma foi pra cima da morena e colou os corpos, com a morena presa, grudada na parede. A morena ficou olhando-a paralisada, um pouco assustada pela atitude da outra.

- Qual seu nome?

- O... O que? - gaguejou.

- Eu perguntei o seu nome. - Palloma disse olhando a morena de uma forma um tanto quanto sedutora. Inclinou a cabeça para poder ter uma visão melhor do rosto da morena, deixando os rostos muito perto, esperando alguma resposta.

- Vanessa. Agora me solta. - disse e empurrou Palloma, afastando-a de perto, logo depois saiu da cabine.

Vanessa foi caminhando até a porta do banheiro rapidamente, mas Palloma foi mais rápida. Puxou-a pela mão, encostando-a de novo na parede e colando os corpos com mais força para não deixar brecha para que ela pudesse fugir.

- Mesmo você sendo chatinha, Vanessa. - deu ênfase no ''Vanessa'' - Você é linda, e sabe, eu ficaria contigo.

- Ah é? Pena que eu não! - Vanessa respondeu e deu um sorriso sarcástico. Palloma riu.

- Qual é, é só um beijo. Não sou tão feia assim.

- Realmente, não é feia. - Palloma sorriu.

- É horrível. - Vanessa começou a rir e Palloma ficou séria olhando-a.

- Você é muito metida.

- Não sou, não.

- É sim.

- Não sou.

- É sim! - Palloma disse e viu que a morena já a fuzilava. - Você fica mais linda ainda me olhando assim.

- Garota, você pensa que eu sou que nem as outras que caem em papinhos baratos como esse? Ah, por favor! Você não vai me pegar, nunca!

- É o que vamos ver! Pode demorar, mas você ainda vai desejar um beijo meu. E ainda vai pedir por ele. - Palloma disse extremamente séria, o que fez com que Vanessa desse uma risada gostosa.

- Ah, faça-me o favor. Depois eu que sou a metida, não é?

- É diferente.

- Diferente como?

- Apenas tenho auto estima e confio muito no meu taco. Não sou idiota ao ponto de gritar, xingar alguém por ter derrubado minhas coisas no chão. E mesmo depois da pessoa ter apanhado as coisas pra mim.

- Eu estava estressada, desculpa.

- Hum... Tudo bem, mas, dá meu beijo logo, dá?

- Eu não vou te beijar.

- Por que não?

- Não sou tão fácil quanto você pensa, meu amor.

- Seu amor? Bom começo. - Palloma riu.

- Idiota. Agora dá pra me soltar, por favor?

- Não dá não. - disse olhando para boca da morena que por sua vez desceu o olhar para os lábios da outra também. Palloma foi aproximando os rostos lentamente, olhando para a boca da morena, a morena já estava fechando os olhos.

Se afastaram depois que escutaram:

- Vanessa!

Branca Como A NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora