A morena e Palloma ficaram se encarando em silêncio até a ruiva o quebrar.
- Acho melhor você falar com ela, meu amor. - disse a ruiva olhando para Palloma que por sua vez sorriu com o ''meu amor'', sabendo que ia deixar a morena ainda mais irritada.
- É, eu também acho melhor. - Vanessa disse dessa vez encarando a ruiva que se retirou logo após ter recibo a olhada raivosa da morena.
- E então... - Palloma deu incentivo a morena para que ela falasse o que queria.
- Eu quero falar com você.
- Isso eu já percebi, eu acho.
- Fala direito comigo.
- Ué, to falando. Ainda não disse ''vaza daqui'', eu acho. - disse Palloma sarcasticamente dando um sorriso logo depois. Vanessa abaixou a cabeça por breves segundos e depois olhou para Palloma com uma expressão um pouco triste. Palloma percebeu mas não se deixou abalar. - O que é que você quer? Não vai falar? Se não for pra falar nada prefiro chamar a menina de novo.
- Caralho, to falando contigo direito, para de falar assim.
- Caralho, eu fui falar com você e você me mandou vazar.
- Você queria satisfação, uma coisa que eu não lhe devo.
- Eu pensei que a gente tava ficando, mas pelo visto me enganei.
- Eu pensei que você só quisesse um beijo.
- Eu também pensei isso Vanessa, eu também pensei. - Palloma falou impulsivamente, olhando nos olhos da morena que travou e retribuiu seu olhar, ficando em silêncio, não sabia o que falar. - Satisfeita? - disse e saiu da frente da morena indo em direção à mesa em que estava, deixando-a sozinha em pé apenas a olhando.
Flávio não se encontrava mais lá, estava no meio da pista dançando. Palloma pegou suas coisas da mesa e foi em direção à ele.
- Preciso ir embora. - disse e tirou dinheiro de seu bolso, e rapidamente, entregou o mesmo ao amigo. - Vai de táxi. - saiu sem esperar resposta.
Antes de ir embora, queria mais um copo de bebida, foi até o barman e pediu a mesma bebida novamente. Rapidamente pegou seu copo e foi se dirigindo ao caixa. Colocou o dinheiro sobre a mesa da atendente, estava esperando o troco quando sentiu uma mão puxando seu braço, já sabia quem era. Virou-se a olhando seriamente. Palloma não falou nada, apenas ficou em silêncio esperando que a outra falasse algo.
- O que você quis dizer com aquilo?
- Aquilo o que?
- ''Eu também pensei isso.''
- Ainda preciso explicar, Vanessa? - olhou para a morena que abaixou a cabeça. Palloma bufou, virou-se de costas pegando seu troco. Estava começando a andar até a saída do boteco.
- Espera. - Vanessa disse caminhando atrás dela. Palloma suspirou, virou-se novamente de frente para ela. - Eu ainda quero conversar com você.
- Não conversamos?
- Não, Palloma.
- Acho que já conversamos sim.
- Para! Por favor.
- Ta, a gente conversa lá fora. - Palloma disse e Vanessa afirmou com a cabeça.
Caminharam até a saída e Palloma foi até seu carro, Vanessa estava atrás a acompanhando, as duas em silêncio. Palloma se encostou no carro, ficando de frente para a morena que estava parada na sua frente. Palloma cruzou os braços e as pernas e ficou olhando a outra.
- Pode falar, Vanessa.
- É... Na verdade eu não sei bem o que falar. - enrubesceu e abaixou a cabeça. Palloma inclinou a cabeça para poder olhá-la, o que fez com que a morena levantasse a cabeça novamente e a olhasse.
- Não sabe, ou não quer falar?
- Não quero falar.
- Por que?
- Não sei.
- Sabe sim. - Vanessa ficou calada.
Palloma puxou a morena pela mão fazendo-a ficar perto, passou a mão pela cintura de Vanessa e colou os corpos, ainda encostada no carro. Vanessa ficou apenas a olhando atentamente, passou seus olhos por todo o rosto de Palloma, admirando cada pedacinho de pele dela. Palloma desceu seu rosto até o pescoço da outra e depositou um selinho, fazendo a morena se arrepiar, como sempre acontecia. Palloma voltou a olhá-la.
- Por que me tratou daquele jeito?
- Eu não sei, não sei se foi porque você veio toda autoritária e eu não aguento isso, ou se foi por raiva.
- Raiva de que?
- Você disse que só queria um beijo, e tinha conseguido. Isso me deixou por baixo, eu perdi.
- Você não gostou?
- Gostei, mas é que eu perdi.
- Isso não importa.
- Pra mim, importa.
- Não, eu gostei, você gostou, foi só isso.
- E por que me tratou daquele jeito? - a morena repetiu a pergunta que Palloma havia feito.
- Você me tratou mal, eu tinha que tratar também.
- Desculpa. - disse e abaixou a cabeça.
- Por que ficou tão irritada quando me viu com a menina lá?
- Eu... Eu não sei exatamente.
- Tem certeza?
- Ai, não sei! Só não gostei, me incomodou.
- E por que te incomodou?
- Para de fazer pergunta difícil, Palloma. - a morena disse irritada e Palloma riu.
- Com ciúmes de mim senhorita Vanessa?
- Eu? Quem disse?
- Acho que ta sim. - Palloma riu.
- Idiota. - Palloma puxou a morena fazendo-a colar mais em seu corpo, fazendo a morena soltar um gemido involuntariamente baixo.
- Quero um beijo. - Palloma falou manhosa no ouvido da outra.
- Pede lá pra ruivinha, ué. Ela tava praticamente dando pra você na frente de todo mundo mesmo. - Vanessa falou emburrada e em seguida desviou o olhar, a outra deu uma gargalhada. - Aí você acha graça, né?
- Claro.
- Eu não acho a mínima.
- Eu quero um beijo seu.
- Ih, gostou dele?
- Muito. - Palloma disse e sorriu maliciosamente.
- Hum. - aproximou o rosto do da morena, deixando os lábios quase se tocando.
- Deixa, eu te beijar, deixa? - sussurrou na boca da morena que automaticamente assentiu com a cabeça.
Com as mãos na cintura da morena, puxou-a ainda mais. Beijou-a lentamente, quanto mais a beijava, mais a queria. As línguas roçando uma na outra, sem pressa. Depois de um tempo, o beijo foi ficando mais acelerado, mais rápido. Palloma havia se esquecido completamente de que estavam no estacionamento. Desceu sua mão que se localizava ainda na cintura da morena e as desceu para sua bunda, apertando-a com força, a outra alisava a coxa da morena.
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Branca Como A Neve
RomancePalloma, com seus 24 anos, não concluiu a faculdade e está a procura de um trabalho. Sendo de família rica, mas pé no chão. Homossexual assumida para quem quiser ouvir ou ver. Ela não sabe o que te espera. Ainda. Depois de ter passado por vários a...