Capítulo 31 - Ela será amada

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Vanessa dormia, até sentir uma pequena brecha de luz que atravessava a cortina, tocar o seu rosto com intensidade. Gemeu baixo, em tom de reclamação. Tapou seus olhos com a mão e logo virava-se para o outro lado. Ficou com os olhos fechados por um tempo.

Respirou fundo e foi levantando-se da cama vagarosamente. Olhou e encontrou Palloma, a mesma não se encontrava mais coberta por seu lençol, estava jogada na cama, ''de qualquer jeito''. Vanessa riu admirando a mesma na cama.

Caminhou até o banheiro, escovou os dentes e foi em direção a cozinha. Preparou quatro mistos quentes e encheu dois copos com achocolatado. Voltou até o quarto. Palloma ainda dormia, aproximou-se da mesma e sentou-se ao lado dela, na cama. A morena desceu seu rosto até o de Palloma, e ali, depositou um beijo em sua bochecha.

- Acorda, meu amor. - falou baixinho no ouvido de Palloma, a mexendo levemente, tentando fazê-la acordar. Aos poucos... Palloma acordou. - Fiz misto quente pra gente, vamos comer?

- Hum... Vamos. - respondeu e sorriu.

Foram até a cozinha abraçadas, Palloma por trás de Vanessa, a abraçando pela cintura. Sentaram-se e comeram em silêncio.

- É... Palloma.

- Oi?

- Eu tenho trabalho, esqueceu? Você também.

- O meu patrão deixou eu faltar esses dias no trabalho, enquanto minha mãe ta no hospital.

- E eu?

- E você não vai. Liga pro hospital, fala que ta doente.

- Ai, Palloma.

- Por favor, Vanessa. To precisando de você... - olhava para a morena com o famoso olhar pidão.

- Não me olha assim!

- Por favor! Vai, por favor! - Palloma levantou-se da cadeira e foi pra cima de Vanessa. A morena tentava afastá-la com seus braços, que os segurou. As duas riam. - Vai, por favor, Vanessa! - pediu mais uma vez e conseguiu dar um selinho demorado em Vanessa, o que fez com que seus braços parassem de se agitar naquele mesmo instante. Após alguns segundos, descolaram seus lábios e se olharam. Ficaram por um tempo em silêncio, até Palloma o quebrar. - E aí... Vai ligar ou não?

- Vou... - disse, fazendo com que Palloma sorrisse largamente.

- Então, liga, que eu vou tomar um banho rapidão e já volto! - disse e foi se retirando da cozinha, em direção a suíte.

Enquanto isso, a morena levantou da cadeira, com um sorriso no rosto, foi até o telefone residencial. Antes de discar o número do hospital, pensou.

''É, tem que ser hoje mesmo!''

Após ter ligado para o hospital e ter dado a bela e famosa desculpa de que estava doente, a morena foi para o quarto, percebeu que Palloma ainda estava no banho. Deitou-se na cama, a espera dela. Assim que ela saiu do banheiro, Vanessa perguntou:

- A gente vai no hospital agora, né?

- Sim, se não se importar...

- Não, claro que não. - disse, dando um sorriso.

- Ótimo, então vai tomar banho enquanto ligo pro meu pai.

- Ta. - disse e foi até o banheiro, fechando a porta do mesmo depois, deixando-a trancada.

Palloma ouviu o som da chave girando e riu, pensando na mesma coisa que Vanessa. Pegou seu celular e discou o número do seu pai.

- Pai?

- Oi, filha. - assim que ouviu a voz de seu pai, sentiu uma coisa diferente, alegre, talvez.

- E a mamãe?

- Ela saiu da UTI, foi pro quarto. - isso fez com que Palloma sorrisse como nunca sorriu antes.

- To indo pro hospital agora! Qual o quarto que ela ta?

- 524.

- Ok, valeu pai. - disse e encerrou a chamada.

Foi até a porta do banheiro e bateu duas vezes, em seguida, pediu para que Vanessa apressasse um pouco. Ela o fez. Logo saíra do banheiro e Palloma entrava.

Minutos depois, as duas saíam do apartamento e iam em direção ao hospital. Logo chegaram e Palloma foi correndo até a recepção.

- Oi, eu quero visitar a minha mãe, ela ta no quarto 524.

- Hum... Vou chamar o médico, pode ser?

- Pode.

A recepcionista saiu a procura do médico e deixou que ficassem na recepção somente Palloma e Vanessa.

A morena se aproximou de Palloma, e a mesma a abraçou, dando um beijo em sua cabeça.

- Daqui a pouco ela sai desse hospital. - Vanessa disse e Palloma apenas sorriu, assentindo.

Logo a recepcionista voltou com o médico.

- Então, posso ver ela ou não? - Palloma perguntou diretamente ao médico.

- Pode, mas como ela saiu da UTI faz poucas horas, eu queria pedir pra que ficasse apenas alguns minutos lá.

- Pode deixar. - respirou fundo e virou-se pra Vanessa. - Já volto, amor. - disse e deu um selinho na mesma.

Saiu acompanhando o médico até o quarto da mãe. Vanessa sentou-se, a espera dela.

20 minutos depois, Palloma vinha em direção a morena. A mesma se levantou e posicionou-se na frente dela.

- E ai?

- Ela ta bem... - disse, sorrindo. Vanessa retribuiu o sorriso.

- Vai vir aqui de novo quando?

- O médico disse que eu viesse amanhã...

- Ah...

- Hum... Vamos?

- Pra onde?

- Pro apartamento...

- Hum... Vamos. - disse e olhou para o chão.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou, inclinando a cabeça para poder ver seu rosto.

- Eu tenho que te falar uma coisa.

- Pode falar.

- Não, aqui não...

- Por que não aqui?

- Porque eu prefiro que seja em outro lugar.

- Então vem. - disse e foi saindo do hospital, puxando a mão da morena.

Caminharam até o carro, entraram no mesmo. Palloma virou seu corpo, inclinada para Vanessa, enquanto a mesma, olhava para frente.

- Ei...

- Hum...? - ainda olhando pra frente.

- Olha pra mim. - pediu e ela o fez. - Fala...

- Eu quero falar Palloma, mas, ta travando. - a morena falou e olhou para as próprias pernas, fugindo do olhar da outra. Palloma pegou a mão dela, beijando-a levemente. Se aproximou mais, tendo a oportunidade de passar seus dedos por aqueles fios de cabelo macios e cheios de brilho. Por fim, deixou suas mãos em repouso na nuca de Vanessa. Alisando a mesma delicadamente, provocou calafrios na morena. - Relaxa... - disse, olhando nos olhos dela.

Vanessa respirou fundo, fechando seus olhos por breves segundos, pensando em como poderia demonstrar tudo o que sentia, como iria fazer pra que falasse, com coragem, sem medo de olhá-la nos olhos, sem medo da sua reação... Abriu seus olhos e eles foram diretamente nos de Palloma e...

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