Capítulo 38 - O Roots e a lua

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Minutos mais tarde, Palloma se levantou, Bruna ainda dormia. Balançou a cabeça em negação, antes de pegar um pedaço de papel pequeno e escrever-lhe um bilhete.

''Depois te procuro.''

Palloma não costumava fazer isso, principalmente quando se tratava da Bruna, mas fez, sem saber exatamente o porquê.

Passou em casa rapidamente antes de ir para seu trabalho.

Entrou no restaurante e olhou para a mesa onde a Vanessa tinha sentado dias atrás. Imaginou-a ali.

Ela não voltaria ali tão cedo. Palloma sabia disso.

E assim o dia em seu trabalho correu, lentamente. Quieta, perdida em seus próprios pensamentos.

Assim que cumpriu seu horário, foi para o apartamento.

Depois de horas deitada no sofá da sala, Palloma pegou seu celular. Leu e releu as mensagens que Vanessa havia lhe mandando.

Ela tinha se arrependido.

- Como você é idiota, Palloma.

Sentiu vontade de ligar. Mas não podia.

Discou o número do Flávio, que rapidamente a atendeu.

- Só vem atrás de mim agora, né? Depois de anos. Não quero você mais, sua escrotinha!

- Você é dramático.

- Ih. O que aconteceu?

- Preciso sair.

- Brigou com a esposa?

- Para - ouviu Flávio suspirar no outro lado da linha, antes de lhe responder.

- Você nunca vai se divertir tanto como vai se divertir hoje, passo aí às nove. Vou levar um boy.

- Fechou.

- Ai, aprende a falar como mulher!

- A única mulher aqui é você, Flavinha.

- É, não tem jeito mesmo, sapatãozinha de quinta - os dois riram.

- Valeu.

- Beijo gata.

Após a ligação, Palloma pegou uma garrafa de vinho e sentou-se no sofá novamente. Ligou a televisão, enquanto acendia um cigarro.

Ficou assim até a hora de se arrumar para sair.

Mandou mensagem para Bia.

''Rolê hoje, bora?''

''Onde?''

''Não sei. Fala com o Flávio.''

''Ok... Vou levar uma menina.''

''Tá de lancinho?''

''KKKKK... Não sei.''

''Uau! Te encontro mais tarde.''

''Valeu.''

Palloma releu a pequena conversa, ainda em choque. Riu, sem ter motivo para isso. Mas riu.

A vida as vezes chega a ser engraçada.

- É cada coisa que eu vejo nessa vida - falou antes de entrar debaixo do chuveiro.

Ia sair do banheiro, mas parou encostada no portal. Dali, ficou observando sua cama.

Ouviu seu celular tocar.

- Amor.

- Oi.

- Você vem me ver?

- Bruna, eu disse que te procurava, caramba.

Branca Como A NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora