Minutos mais tarde, Palloma se levantou, Bruna ainda dormia. Balançou a cabeça em negação, antes de pegar um pedaço de papel pequeno e escrever-lhe um bilhete.
''Depois te procuro.''
Palloma não costumava fazer isso, principalmente quando se tratava da Bruna, mas fez, sem saber exatamente o porquê.
Passou em casa rapidamente antes de ir para seu trabalho.
Entrou no restaurante e olhou para a mesa onde a Vanessa tinha sentado dias atrás. Imaginou-a ali.
Ela não voltaria ali tão cedo. Palloma sabia disso.
E assim o dia em seu trabalho correu, lentamente. Quieta, perdida em seus próprios pensamentos.
Assim que cumpriu seu horário, foi para o apartamento.
Depois de horas deitada no sofá da sala, Palloma pegou seu celular. Leu e releu as mensagens que Vanessa havia lhe mandando.
Ela tinha se arrependido.
- Como você é idiota, Palloma.
Sentiu vontade de ligar. Mas não podia.
Discou o número do Flávio, que rapidamente a atendeu.
- Só vem atrás de mim agora, né? Depois de anos. Não quero você mais, sua escrotinha!
- Você é dramático.
- Ih. O que aconteceu?
- Preciso sair.
- Brigou com a esposa?
- Para - ouviu Flávio suspirar no outro lado da linha, antes de lhe responder.
- Você nunca vai se divertir tanto como vai se divertir hoje, passo aí às nove. Vou levar um boy.
- Fechou.
- Ai, aprende a falar como mulher!
- A única mulher aqui é você, Flavinha.
- É, não tem jeito mesmo, sapatãozinha de quinta - os dois riram.
- Valeu.
- Beijo gata.
Após a ligação, Palloma pegou uma garrafa de vinho e sentou-se no sofá novamente. Ligou a televisão, enquanto acendia um cigarro.
Ficou assim até a hora de se arrumar para sair.
Mandou mensagem para Bia.
''Rolê hoje, bora?''
''Onde?''
''Não sei. Fala com o Flávio.''
''Ok... Vou levar uma menina.''
''Tá de lancinho?''
''KKKKK... Não sei.''
''Uau! Te encontro mais tarde.''
''Valeu.''
Palloma releu a pequena conversa, ainda em choque. Riu, sem ter motivo para isso. Mas riu.
A vida as vezes chega a ser engraçada.
- É cada coisa que eu vejo nessa vida - falou antes de entrar debaixo do chuveiro.
Ia sair do banheiro, mas parou encostada no portal. Dali, ficou observando sua cama.
Ouviu seu celular tocar.
- Amor.
- Oi.
- Você vem me ver?
- Bruna, eu disse que te procurava, caramba.
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Branca Como A Neve
RomancePalloma, com seus 24 anos, não concluiu a faculdade e está a procura de um trabalho. Sendo de família rica, mas pé no chão. Homossexual assumida para quem quiser ouvir ou ver. Ela não sabe o que te espera. Ainda. Depois de ter passado por vários a...