23 de setembro.
Haviam se passado 4 meses, desde a última briga e separação de um quase relacionamento sério entre Palloma e Vanessa.
Vanessa agora não estagiava mais, era definitivamente uma funcionária do hospital. O que lhe tomava bastante tempo, para sua sorte.
Palloma ainda trabalhava no tal restaurante, mas tinha decidido o que queria cursar, finalmente, para o alívio de seus pais. Ela cursa Design Gráfico. Começou a faculdade no segundo semestre do ano e anda indo muito bem. A faculdade anda sendo um essencial instrumento de distração, cujo assunto é sua vida pessoal, mais diretamente, amorosa. Assim como a morena, com seu trabalho.
Durante esses quatro meses, não se comunicaram mais, de qualquer forma que seja. Nem um encontro por acaso sequer, lamentava Palloma. Ela havia tentado ligar para a morena dentro desses quatro meses, apenas uma vez. Apenas para escutar sua voz. Mas o seu celular deu desligado. Ela devia ter trocado de número. Pensou em ir à sua casa, mas não queria ir embora sendo enxotada de lá. Medo e orgulho.
Mas todo mundo sabe, quando se quer alguém, isso não existe, não é? Mas, e quando se tem medo de machucar de novo, como sempre faz? Mesmo gostando? Esse tem sido o motivo principal de Palloma não ir atrás dela. Ir atrás da única mulher que já mexeu com todos os sentidos dela, que só de olhá-la, fica de pernas bambas. Que só de minutos longe, já fica sufocada de saudades. Esse tem sido o motivo, porque gostava demais, para machucar mais uma vez. Ela mesma não suportaria.
E aí estão. 4 meses. Sem olhares, sem palavras, sem sorrisos, sem beijos, sem toques. 4 meses vazios.
Começando pela sexta-feira de toda semana, Palloma saía as noites. Todas as sextas, sábados, e ainda sim, os domingos. Nenhuma dessas saídas fez se encontrar com a morena.
A vida de Palloma se resumia a bebidas, festas e mulheres. Já Vanessa, o hospital, quando tinha tempo, usava-o para descansar.
Palloma acordara logo cedo esta manhã. Ela havia dormido na casa da Bruna. Fazia exatamente duas semanas que as duas começaram um relacionamento. A Bruna estava nas nuvens, vivendo seu melhor sonho, enquanto Palloma não se importava, saía do mesmo jeito e ficava com outras garotas, como o esperado. Saiu da casa da namorada sem se despedir, como costumava fazer. Passou em seu apartamento antes de seguir para o restaurante.
Assim que adentrou o restaurante, encaminhou-se para o balcão, a fim de abraçar a Luciana. Nesse tempo que trabalhara lá, Palloma criou uma forte ligação com a Luciana. Ela parecia conhecâ-la melhor que sua própria mãe.
― Bom dia ― disse, dando-lhe um abraço apertado.
― Bom dia, como você está hoje? ― perguntou, olhando sua expressão.
― Como sempre.
― Vai passar.
― Vai ― disse, logo depois baixando seus olhos.
Luciana lhe deu um beijo na bochecha de Palloma. Olhou-a e deu um tapa em seu ombro.
― Vai, trabalho! ― falou, conseguindo arrancar um sorriso sincero de Palloma.
E mais um dia de trabalho se seguiu. Logo depois do horário cumprido, Palloma foi para seu apartamento, encontrando a Beatriz e a Ariel na entrada, a sua espera. Ela e a Beatriz haviam se resolvido do desentendimento ocorrido meses atrás.
― E aí?! Faz tempo que estão aqui?
― Faz ― disse a Bia. Palloma deu de ombros.
― Problema seu ― indagou, sorrindo, logo caminhando para o hall de entrada juntos com as meninas.
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Branca Como A Neve
RomancePalloma, com seus 24 anos, não concluiu a faculdade e está a procura de um trabalho. Sendo de família rica, mas pé no chão. Homossexual assumida para quem quiser ouvir ou ver. Ela não sabe o que te espera. Ainda. Depois de ter passado por vários a...