Capítulo 26 - Horror

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- Vanessa. - indagou, virando-se de frente para a mesma.

- Oi. - disse a morena apenas a olhando.

- Posso te fazer algumas perguntas?

- Mais perguntas?

- Sim. Se não se incomodar... Mas é que eu quero saber.

- Pode perguntar.

- Hum... Já namorou com alguma menina?

- Já.

- Quantas vezes?

- Duas.

- Durou quanto tempo?

- A primeira cinco meses e a segunda um ano e dois meses.

- Por que acabou a primeira?

- Não tava mais conseguindo gostar dela...

- E por que não?

- Ela era ciumenta de mais, muito mesmo.

- Entendi... E a segunda?

- Ela foi morar fora do país.

- Ta gostando de alguém?

- Não fico com alguém gostando de outra, e no momento to ficando com você.

- Então quer dizer que você gosta de mim? - perguntou Palloma, com um sorriso se abrindo.

- Não disse isso. - disse, dando uma pequena risada, desviando o olhar para lagoa, sendo acompanhada por Palloma pela sua risada. - Já escureceu...

- Quer ir pra casa?

- Não, mas já ta escuro, pra voltar lá pro carro...

- Vamos no shopping? Que tal?

- Ótimo.

- Vem. - Palloma chamou-a, levantando-se da extensão de madeira logo após e ajudando a morena a levantar-se com sua mão.

Caminharam lentamente por dentro do mato, tomando cuidado para não tropeçar em algo, pois já estava escuro e a única coisa que se via era uma luz do poste mais à frente, perto de onde o carro havia sido estacionado. Logo chegaram e adentraram no carro rapidamente, logo depois dirigiram-se para o shopping no centro da cidade. Assim que chegaram no shopping, procuraram uma vaga para o carro, estacionaram um pouco longe da entrada.

Desceram do carro e Palloma foi caminhando ao lado da morena, com a mão em sua cintura. Algumas pessoas olhavam estranhamente pelo fato de estarem coladas até demais. Quando estavam quase para entrar no shopping, Vanessa virou-se, olhando para trás.

- O que foi? - Palloma perguntou-a com uma expressão passiva.

- Nada. - disse, ainda olhando ao redor.

- Fala.

- Senti que alguém tava olhando pra gente.

- Ah, besteira, impressão sua!

- É, deve ser.

- Vamos. - Palloma disse para a morena, fazendo-as voltarem a andar.

Foram em direção à uma mesa na praça de alimentação do shopping que estava em um local mais vazio. Logo, Vanessa avisou a Palloma que iria em uma das ''lojas'' de lanche, pedir sua comida.

- Pede pra mim a mesma coisa.

- Ta bom. - respondeu a morena, virando-se rapidamente, afastando-se de Palloma.

A mente de Palloma gritava, várias coisas se passavam por lá, assustando-a, aterrorizando-a, fazendo ela pensar no pior. Como assim Vanessa sentiu que tinha alguém as olhando? Bruna? Ela realmente estava levando a sério isso de ''vingança''?

''Não, ela não teria coragem.'' O subconsciente de Palloma gritava isso, porém ela sabia que Bruna não era lá a pessoas mais normal e controlada que existia. Passou o olhar por toda a praça de alimentação e parou o mesmo na morena que estava encostada no balcão, esperando ser atendida.

''Não, não posso deixar que ela faça algo com Vanessa. Eu tenho que proteger ela, eu vou proteger ela. Não vou deixar que nada aconteça, não vou. Não posso perdê-la. Ela não.'' Pensou, enquanto a olhava de longe.

Assim que deixou Vanessa em frente a sua casa, saiu dirigindo até seu apartamento. Adentrou no apartamento vagarosamente, cansada, seus pés estavam doloridos. Caminhou até seu quarto e se jogou em cima da cama de casal, aliviada. Respirou fundo, enquanto fitava o teto branco. Depois de alguns minutos, Palloma levantou-se da cama e logo se dirigia até o banheiro, algo fez com que impedisse sua entrada no mesmo, seu celular tocava. Caminhou novamente até a cama, onde encontrava-se seu celular. Logo pegou-o.

- Não conheço esse número... - disse para si mesma, enquanto logo atendia a ligação. - Alô?

- Senhorita Albuquerque?

- Sim. Quem é?

- Aqui é a secretária do hospital do centro, e eu fui mandada para lhe informar que a senhora e o senhor Albuquerque, pelo que eu saiba, seus pais, eles estão aqui internados no hospital, sofreram um acidente de carro agora pouco e chamaram a ambulância. O seu pai está bem, está em uma sala, vai ficar apenas até amanhã de noite, os médicos precisam fazer exames... - Palloma escutou tudo calada, em choque, paralisada. Suas mãos começara a tremer.

- E... E a minha... E a minha mãe?

- Sua mãe... Bom, ela ta em coma. Eu não sei muito bem o que aconteceu, to apenas ligando para avisar, entende? Aconselho a senhorita vir aqui, procurar os médicos que estão examinando eles...

- O... Obrigada. - disse, antes de desligar o celular e deixá-lo cair no chão de seu quarto.

Lágrimas escorriam pelo rosto de Palloma involuntariamente, seus olhos dilataram, ela olhou para um ponto do quarto mas ao mesmo tempo não via nada de onde estava, seus olhos, sua mente, imaginava o que acontecera com seus pais, imaginava como acontecera. Ainda em transe, em estado nervoso, quando se tocou finalmente, saiu correndo pelo seu apartamento, batendo a porta logo depois. Logo encontrava-se na garagem de seu prédio e ligava seu carro. Saiu em velocidade alta.

Palloma chorava descontroladamente, seus olhos já ardiam, estavam inchados, soluçava cada vez mais. Se tremia mais ainda quando imaginava a cena de seus pais em um acidente. Seu pai estava bem, mas e sua mãe?

- Não, minha mãe não. Ela não pode, ela não vai me deixar! - Palloma repetira o caminho inteiro, porém havia uma ponta de medo, insegurança e horror dentro de si.

Dirigia em alta velocidade, ultrapassando carros, passando por sinais fechados, colocando sua vida em perigo. Porém, o que importava agora, era saber sobre seus pais, a única coisa que lhe importava. Com a velocidade que andara, logo estacionava o carro em frente ao hospital. Desceu do carro e saiu correndo, adentrando o hospital.

Palloma correu até o corredor que direcionava as salas de internação quando foi parada por um enfermeiro.

- Me solta! - gritava, desesperada, tentando fugir dos braços do enfermeiro que lhe impedia passar por aquele corredor.

Logo, a secretaria encontrava-se ao lado de Palloma e logo disse:

- Moça, se acalme! Você não pode entrar aí sem permissão, acalme-se, por favor!

- Calma um caralho, me solta! - Palloma continuava a gritar, esperneando, avançando em cima do enfermeiro pra ver se conseguia brecha pra passar.

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