Palloma bufou, balançando a cabeça, olhando para o celular em suas mãos. Logo depois jogava o mesmo na cama.
- Teimosa. - falou, enquanto levantava-se da cama e ia para o banheiro.
Pouco tempo depois, Palloma saía do banheiro, enrolada na toalha branca. A campainha tocou.
- Espera! - gritou alto suficiente para que Vanessa ouvisse do outro lado da porta.
Caminhou até o guarda-roupa rapidamente para procurar uma vestimenta qualquer. A campainha tocou mais uma vez.
- Calma! Já vou! - Palloma gritou.
Abriu a gaveta de roupas íntimas rapidamente, estava bagunçando toda a gaveta, procurando alguma coisa que servisse. A campainha tocou novamente.
- Puta que pariu, Vanessa! - gritou, dessa vez correndo até a porta ainda com a toalha enrolada. Abriu-a.
Assim que abriu a porta, Vanessa adentrou no apartamento as pressas. Palloma fechou a porta calmamente e virou-se para a morena. Olhou-a de cima a baixo, soltou um sorriso pequeno.
- Você disse que não tava dormindo. - Vanessa estava com um short jeans e com uma regata de dormir.
- É... - a morena olhou para sua roupa. - Eu esqueci de trocar a blusa. - disse, olhando para Palloma.
- Percebi.
- Mas você esqueceu de se vestir, pelo visto.
- Você não deixou. - disse e sorriu exageradamente para a morena, deixando a mesma enrubescida de vergonha. - Vou vestir uma roupa agora. Posso ou não? - Palloma perguntou, inclinando um pouco a cabeça, segurando o riso.
- Ah... Po... Pode. Claro que pode. - disse e deu um sorriso sem graça. Palloma deu uma pequena risada.
- Já volto. - disse, enquanto dirigia-se para seu quarto.
Foi até seu guarda-roupa. Vestiu um short folgadinho de dormir e uma regata branca, leve. Voltou vagarosamente para a sala. Viu a morena de costas. Parecia mexer no celular. Palloma caminhou lentamente, tentando fazer com que Vanessa não percebesse sua existência ali. Foi chegando perto da morena para ver o que ela mexia no celular, quando Vanessa se virou, dando de cara com Palloma.
- Queria ver o que tava mexendo. - Palloma disse, franzindo a testa.
- Você nunca vai conseguir me pegar de surpresa assim.
- Assim como?
- Com esse cheiro... - a morena disse e olhou para o chão.
- Nossa, já gravou meu cheiro? - deu uma pequena risada, enquanto abraçava Vanessa de leve e dava um beijo em seu pescoço, fazendo a mesma arrepiar-se e fechar os olhos por breves segundos.
- É... Não parece que ta tão mal. - Vanessa disse, olhando-a nos olhos.
- Você me faz bem.
- Hum... É... Vem. - disse, puxando Palloma para o sofá. Pegou em suas mãos e a olhava atentamente. - O que aconteceu com seus pais?
Palloma abaixou a cabeça e começou a falar.
- Meu pai ta bem... Ele vai sair do hospital amanhã. Eu falei com ele hoje. Ele disse que ele tava dirigindo e a minha mãe no banco do passageiro. Eles estavam na estrada, vindo pra casa.
- E onde eles estavam?
- Na fazenda.
- Continue...
- A estrada tem algumas curvas. Foi na hora da curva. Meu pai disse que um carro vinha na mesma direção que eles, o cara tava errado, na contra mão. Meu pai viu e girou a direção do carro pro lado, mas o outro carro vinha rápido demais e bateu do mesmo jeito. O carro do meu pai girou pro lado do mato e capotou. Deu duas voltas e parou com as rodas pra cima. Algumas ferragens se soltaram e atingiram minha mãe, as ferragens prenderam ela também... E agora ela ta na UTI.
Silêncio.
Vanessa aproximou-se de Palloma, levantando seu rosto logo depois, passando seus dedos delicadamente pelo rosto dela, enxugando suas lágrimas.
- Tenta se acalmar... Ela vai ficar bem.
- Tomara.
- Vem aqui. - disse a morena, puxando Palloma e dando um selinho na mesma.
- Você não tem trabalho amanhã?
- Amanhã não, hoje.
- Você não devia ter vindo, eu disse. Vai ficar com sono no trabalho.
- Ei, relaxa.
- Você vai dormir aqui, não é?
- Você quer? - perguntou a morena.
- Quero. - respondeu Palloma, olhando diretamente em seus olhos.
- Bom... Eu to sem roupa.
- Isso não é problema, a gente vê isso mais tarde, pode ser?
- Pode. - respondeu Vanessa, com um sorriso no rosto.
- Vamos deitar? - Palloma perguntou e Vanessa apenas assentiu com a cabeça.
Levantaram-se do sofá, Palloma puxando a mão da morena, em direção ao quarto. Chegaram no cômodo, Palloma foi até seu guarda-roupa e de lá tirou uma camiseta de algodão branca, um pouco transparente. Entregou a mesma para Vanessa, que estava sentada na cama.
- Veste ela pra dormir... É fresquinha. - Palloma disse, com um sorriso discreto.
- Mas eu já to com uma blusa de dormir.
- Veste a minha, Vanessa.
- Ta... E o short?
- Fica de calcinha.
- Não, Palloma.
- Qual o problema?
- É... Sei lá.
- Ah, para vai. Já te vi com menos roupa que isso. Já te vi sem roupa. Normal.
- Palloma! - exclamou Vanessa, com seu rosto vermelho de vergonha. Palloma riu.
- E não é verdade?
- É, mas mesmo assim. - disse, olhando para o chão, com o rosto enrubescido. Palloma sorria exageradamente.
Dando a volta na cama, caminhou até Vanessa, sentando-se do lado da mesma logo depois. Levantou o rosto da morena com as mãos e a olhou sorrindo.
- Você fica linda assim, com vergonha.
- Não acho.
- Mais linda do que você já é, sabia?
- Hum... - murmurou, tentando fugir do olhar de Palloma.
- Olha pra mim. - disse e a morena olhou-a diretamente. - Você ta gostando?
- De que?
- Da gente... Do que a gente ta tendo. - Palloma explicou, enquanto passeava com seu dedo suavemente pelo rosto da morena.
- To.
- Sério mesmo? - perguntou, franzindo a testa.
- Sério. Não acredita?
- Acredito. Quem não gostaria de estar comigo? - perguntou Palloma, fazendo Vanessa rir.
- Nem se acha você, né?
- Claro que não. - disse, sorrindo, olhando para Vanessa.
- Ahan, ta bom. Acredito.
- Sabe, quando eu disse que você me fazia bem... Era sério. - Palloma disse, fazendo Vanessa parar de rir e a olhar seriamente. - E... Obrigada por isso. - disse, olhando a morena.
Vanessa a olhou por poucos minutos, sem emitir som algum, apenas a olhando, digerindo tudo o que havia escutado, lentamente.
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We Love Tonight
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Branca Como A Neve
RomancePalloma, com seus 24 anos, não concluiu a faculdade e está a procura de um trabalho. Sendo de família rica, mas pé no chão. Homossexual assumida para quem quiser ouvir ou ver. Ela não sabe o que te espera. Ainda. Depois de ter passado por vários a...