- 𝘛𝘸𝘰

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A fraternidade de Noah fez uma festa para comemorar o fim do ano letivo. Em menos de uma semana iríamos para casa passar o verão e só voltaríamos no final de agosto. Eu sempre fui apaixonada pelo verão, mas, agora que finalmente estava indo para casa, me sentia um tanto melancólica.

Já tinha me acostumado a tomar café
da manhã com Noah todos os dias no refeitório, a lavar minha roupa na lavanderia da fraternidade dele, tarde da noite. Noah era em expert em dobrar minhas camisetas. Naquele verão, ele ia estagiar de novo na empresa do pai, e eu arranjara um emprego como garçonete no Behrs, o mesmo restaurante em que trabalhara no verão anterior. Nosso plano era
nos encontrarmos na casa de praia em Cousins o máximo possível.

No ano anterior, não conseguimos ir para lá nem uma vez, por causa do trabalho. Peguei todos os turnos que podia para guardar dinheiro para a faculdade, mas eu me senti oca por dentro — era o meu primeiro ano longe de Cousins.

Havia alguns vaga-lumes do lado de fora. Já começava a escurecer, e a noite estava fresca. Estava calçando sapatos de salto — uma estupidez, já que, por impulso, tinha resolvido caminhar em
vez de pegar o ônibus. Eu tinha me dado conta de que aquela seria
a última vez em muito tempo que atravessaria o campus em uma
noite bonita como a que estava fazendo.

Eu havia convidado Anika e outra amiga nossa, Shay, para virem
comigo, mas Anika tinha uma festa da companhia de dança, e Shay já terminara as últimas provas e pegara o avião para o Texas. A irmandade de Taylor também estava dando uma festinha, por isso ela não pôde vir.

Éramos só eu e meus pés doloridos.
Mandei uma mensagem para Noah mais cedo, avisando que estava a caminho e que decidira ir a pé, por isso demoraria um pouco. Tinha que parar e ajeitar os sapatos toda hora, que estavam machucando o calcanhar. Foi realmente uma idiotice usar sapatos
de salto.

No meio do caminho, encontrei Noah sentado no meu banco favorito. Ele se levantou ao me ver.

— Surpresa!

— Não precisava ter vindo — falei, mas estava feliz por ele estar ali. Eu me sentei no banco também.

— Você está incrível — disse ele.

Mesmo depois de dois anos de namoro, eu ainda enrubescia quando Noah dizia coisas assim.

— Obrigada.

Estava usando um vestido leve que tinha pegado emprestado de
Anika. Era branco com florezinhas azuis, de alcinhas com babados.

— Esse vestido me lembra A noviça rebelde, mas de um jeito sexy.

— Obrigada — repeti.

Depois fiquei me perguntando se aquele vestido realmente me fazia parecer com Fräulein Maria, o que não soava nada bom. Alisei um pouco o babado das alças.

Dois caras que não reconheci pararam para cumprimentar Noah, mas continuei sentada no banco descansando os pés. Quando os dois foram embora, ele chamou:

— Pronta?

Gemi.

— Meus pés estão me matando. Foi uma idiotice ter colocado
salto.

Noah se inclinou para a frente e disse:

— Então pode subir, mocinha!

Eu ri e subi nas costas dele. Sempre ria quando ele me chamava de “mocinha”. Não conseguia evitar. Era engraçado.

Noah ergueu o corpo, e passei os braços pelo pescoço dele.

— Seu pai vem na segunda-feira? — perguntou, enquanto atravessávamos o gramado principal.

We will always have our year • Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora