- 𝘍𝘪𝘧𝘵𝘦𝘦𝘯

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Mason : As vezes a gente tem que perder , para se dar conta do que tinha antes

( Jogo de amor em Las Vegas)

Minha mãe e eu não nos falamos por uma semana. Eu a evitei, e ela me ignorou. Trabalhei no Behrs principalmente para poder ficar fora
de casa. Almoçava e jantava lá. Depois dos turnos, ia para a casa de Taylor e, quando chegava em casa, ligava para Noah.

Ele implorou para que eu ao menos o deixasse tentar conversar com
minha mãe. Eu sabia que Noah não queria que ela o odiasse e lhe garanti que não era com ele que minha mãe estava furiosa. O problema era comigo.

Uma noite, depois de um longo turno no restaurante, estava indo para o meu quarto, mas parei de repente. Ouvi o som abafado da minha mãe chorando atrás da porta fechada. Fiquei paralisada, o coração disparado. Ali, do lado de fora, ouvindo-a chorar, quase
desisti de tudo.

Naquele momento, eu teria feito qualquer coisa, dito qualquer coisa, para fazê-la parar de sofrer. Naquele momento, ela conseguiria o que quisesse de mim. Eu já estava com a mão na maçaneta, e as palavras estavam na ponta da minha língua: “Tudo bem, não vou fazer isso.”

Mas então o som parou. Minha mãe tinha parado de chorar.
Esperei mais um pouco e, quando não ouvi mais nada, soltei a
maçaneta e fui para o meu quarto. No escuro, troquei de roupa, me
deitei na cama e chorei também.

☆☆☆


Acordei com o cheiro do café turco do meu pai. Apenas por aqueles
poucos segundos entre o sono e o despertar, voltei a ter dez anos
de idade — meu pai ainda morava com a gente, e minha maior preocupação era o dever de matemática. Já estava quase adormecendo de novo quando despertei com um susto.

Só havia uma razão para meu pai estar em casa. Minha mãe tinha
contado para ele. Eu queria que tivesse sido eu a contar, a explicar.
Mamãe tinha tirado esse momento de mim. Fiquei com raiva, mas
ao mesmo tempo feliz. Se minha mãe contou ao meu pai, então
finalmente estava levando a ideia a sério.

Tomei banho e desci. Os dois estavam sentados na sala de estar,
tomando café. Meu pai usava suas roupas de fim de semana —
jeans e uma camisa xadrez de mangas curtas. E um cinto, sempre
um cinto.

— Bom dia — falei.

— Sente-se — mandou minha mãe, pousando a caneca em um porta-copos.

Foi o que fiz. Meus cabelos ainda estavam molhados, e eu
tentava desembaraçá-los com um pente.

Meu pai pigarreou e disse:

— Sua mãe me contou o que está acontecendo.

— Pai, eu mesma queria ter contado a você, de verdade.

A mamãe me atropelou.

Lancei um olhar sério para ela, que não pareceu nem um pouco abalada.

— Também não sou a favor disso, S/a. Acho que vocês são
novos demais. — Ele pigarreou de novo. — Sua mãe e eu
conversamos e, se você quiser morar com Noah em um apartamento no próximo período, vamos permitir. Vocês vão ter que arcar com os custos extras se for mais caro do que os quartos nos alojamentos, mas vamos continuar pagando nossa parte.

Eu não esperava por aquilo. Uma proposta de acordo. Tinha
certeza de que fora ideia do meu pai, mas não podia aceitar.

— Pai, eu não quero só morar com o Noah . Não é por isso que
vamos nos casar.

We will always have our year • Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora