- 𝘛𝘸𝘦𝘯𝘵𝘺 𝘛𝘸𝘰

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Kirsten : Algumas vezes você faz com que seja difícil te odiar.
Sandy : Eu sei , faz parte do meu charme.
Kirsten : E algumas vezes você faz com que seja muito mais fácil

( The O.C — Um estranho no paraíso )


Quando acordei na manhã seguinte, os garotos ainda estavam surfando, por isso peguei meu fichário, meu bloco, um copo de leite e fui para o deque.

De acordo com as instruções de Taylor, tínhamos que preparar a
lista de convidados antes de qualquer outra coisa. Bem, fazia
sentido. Caso contrário, como saberíamos de quanta comida
precisaríamos e tudo o mais?

Até ali, minha lista era curta. Taylor e a mãe, algumas amigas de
infância — Marcy, Blair, talvez Katie —, Anika, meu pai, Louis e minha mãe. Eu nem sabia se minha mãe iria. Meu pai, com certeza — eu sabia que sim. Não importava o que minha mãe dissesse, ele estaria lá. Eu gostaria que minha avó também fosse, mas ela tinha
sido internada em uma casa de repouso no ano anterior. Ela nunca
havia gostado muito de viajar e agora não podia mais.

Decidi que, no convite dela, escreveria um bilhete prometendo visitá-la com
Noah nas férias seguintes.

Para mim, eram só esses convidados. Eu tinha uns poucos
primos do lado do meu pai, mas não era particularmente próxima de
nenhum deles.

Noah tinha Aidan, os três amigos da fraternidade com que havíamos concordado, o colega de quarto do primeiro ano de faculdade e o pai. Na noite passada, Noah havia comentado comigo que tinha percebido que o pai estava começando a se acostumar
com a ideia do casamento.

Ele disse que o Sr. Gallagher havia
perguntado quem celebraria a cerimônia e quanto estávamos
planejando gastar nesse tal casamento.

Noah explicara qual era
nosso orçamento previsto: mil dólares.

O Sr. Gallagher só fungara. Para
mim, mil dólares era muito dinheiro. No ano anterior, levei o verão
inteiro para conseguir juntar essa quantia trabalhando como
garçonete no Behrs.

Nossa lista de convidados teria menos de vinte pessoas. Com
essa quantidade, poderíamos organizar um almoço com frutos do
mar e alimentar todo mundo sem problemas. Compraríamos alguns
engradados de cerveja e algumas garrafas de champanhe barato.

Como nos casaríamos na praia, não precisaríamos nem de
decoração. Só algumas flores para as mesas de piquenique, ou
conchas.

Conchas e flores. Eu me senti muito produtiva. Taylor ficaria orgulhosa de mim.

Estava anotando minhas ideias quando
Noah subiu os degraus. O sol cintilava atrás dele, tão forte que machucou meus olhos.

— Bom dia — falei, estreitando os olhos para encará-lo. — E o Aidan?

— Ainda está lá fora. — Noah se sentou ao meu lado e me perguntou, sorrindo: — Nossa, você fez todo o trabalho sem mim?

Ele estava pingando, e uma gota de água caiu no meu bloco.

— Vai sonhando. — Sequei a água. — Ei, o que você acha de frutos do mar pro almoço?

— Gosto muito da ideia.

— De quantos engradados de cerveja você acha que vamos precisar, pra vinte pessoas?

— Se Peterson e Gomez vierem, pelo menos dois.

Apontei a caneta para o peito dele.

— Combinamos três caras da fraternidade e só. Certo?

Ele assentiu, então se inclinou para a frente e me beijou. Seus
lábios tinham gosto de sal, e sua pele estava fria contra a minha
pele morna.

Rocei o nariz no rosto dele antes de me afastar.

— Se você molhar o fichário de casamento da Taylor, vai acabar
morrendo — avisei, protegendo o fichário com o corpo.

Noah fez uma cara triste, então pegou meus braços e os apoiou em seu pescoço, como se estivéssemos dançando uma música lenta, com os rostos coladinhos.

— Mal posso esperar pra me casar com você — murmurou.

Dei uma risadinha. Sentia muitas cócegas no pescoço, e Noah sabia disso. Ele sabia quase tudo a meu respeito, mas me amava mesmo assim.

— E você?

— E eu o quê?

Ele soprou meu pescoço, e caí na gargalhada. Tentei me afastar,
mas ele não deixou. Ainda rindo, falei:

— Está bem, também mal posso esperar pra me casar com você.

We will always have our year • Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora