- 𝘛𝘩𝘳𝘦𝘦

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Mais tarde naquela noite, dançamos. Meus braços ao redor do seu pescoço, a música pulsando. Eu me sentia quente e cheia de energia, da dança e da bebida. Tinha muita gente lá, mas, quando Noah olhava para mim, não havia mais ninguém. Só nós dois.

Noah prendeu uma mecha dos meus cabelos atrás da orelha. Depois disse alguma coisa que não consegui ouvir.

— O quê? — gritei.

Ele gritou de volta:

— Nunca corte o cabelo, está bem?

— Mas eu tenho que cortar! Senão vou acabar parecendo... uma bruxa.

Noah tocou a própria orelha.

— Não estou ouvindo!

— Bruxa!

Balancei os cabelos para enfatizar o que dizia e fingi mexer um
caldeirão e gargalhar.

— Gosto de você que nem uma bruxinha — respondeu ele no
meu ouvido. — Que tal só aparar?

— Prometo não cortar o cabelo curto se você prometer desistir de ter barba! — gritei.

Noah vinha falando em deixar a barba crescer desde o Dia de Ação de Graças, quando alguns amigos dele do ensino médio começaram uma disputa para ver quem conseguia ficar com a barba
mais longa. Pedi a ele que não fizesse isso de jeito nenhum, porque me lembrava demais o meu pai.

— Vou pensar a respeito — retrucou Noah, e me beijou . Ele estava com gosto de cerveja; provavelmente, eu também.

Então, Tom, seu irmão de fraternidade — também conhecido como Redbird, por razões que eu desconhecia —, nos viu e veio correndo feito um touro na direção de Noah. Estava de cueca e
carregava uma garrafa de água. E não era uma cueca boxer: era uma sunguinha.

— Separa, separa! — gritou.

Os dois começaram a se bater de brincadeira, e, quando Noah conseguiu prender Tom em um mata-leão, a garrafa cheia de cerveja virou em cima de mim, molhando o vestido de Anika
todo.

— Foi mal, foi mal — murmurou ele. Quando Tom estava bêbado, dizia tudo duas vezes.

— Tudo bem — falei, espremendo a saia e tentando não olhar para a parte de baixo do corpo dele.

Fui para o banheiro limpar o vestido, mas tinha uma fila enorme, por isso segui para a cozinha. As pessoas estavam tomando shots eróticos em cima da mesa. Luke, outro irmão de fraternidade de Noah, lambia sal do umbigo de uma ruiva.

— Oi, S/n — cumprimentou ele, erguendo os olhos.

— Hum, oi, Luke — respondi.

Então vi uma garota vomitando na pia e saí correndo dali. Subi para usar o banheiro do andar de cima. No topo da escada, passei por um cara e uma garota sentados em um degrau e se
agarrando, e sem querer pisei na mão dele.

— Desculpe! — falei, mas ele nem pareceu notar; estava com a outra mão dentro da blusa da garota.

Quando finalmente consegui entrar no banheiro, tranquei a porta e deixei escapar um breve suspiro de alívio. Aquela festa estava mais louca que o normal. Com o fim das provas e do semestre, todos estavam relaxando.

Fiquei até satisfeita por Anika não ter ido; aquele não era o tipo de ambiente para ela... Não que fosse para
mim. Esfreguei sabonete líquido nas partes úmidas do vestido e torci
para que não ficasse manchado. Alguém tentou abrir a porta, e eu
gritei:

— Só um instante.

Enquanto tentava limpar a roupa, ouvi garotas conversando do lado de fora. Não prestei muita atenção até identificar a voz de Lacie.

We will always have our year • Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora