Verdade ou desafio

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             É madrugada, Vinnie anda de um lado pro outro na tenda. Fiquei deitada no colchão olhando seu desconforto, pensando no que eu poderia fazer pra que ele lembrasse.

—Já posso ir embora agora? -falava aflito

—Não.

—droga.! -voltou a andar de um lado pro outro, isso estava me irritando.

—cacete, dá pra sossegar por um minuto??

—Óbvio que não, eu estou em uma barraca com uma estranha. Por mais que a Moli diga sobre eu amar você, não sinto nada! Não lembro de nada! -seu tom era sério, suas palavras me machucam.

—olha, quer saber...que tal começarmos do zero? Até você se lembrar de tudo. —ele me observava, parecendo pensar na proposta!

—hm...vai me ajudar a lembrar então? -ele argumentava.

—sim! Quer se lembrar né? -me levantei do colchão.

—acho que quero, pelo menos a parte de ter parado nessa ilha.

—bom, então tem que colaborar! Promete?

—prometo! -disse apertando minha mão.

—eu tô com fome, quer assaltar a barraca de comida??? -ele sorria.

—óbvio. -sorri também! Saímos de fininho da tenda, não se ouvia um pio além das árvores balançando. Estava frio, o vento me arrepiava por inteira, meus lábios tremiam automaticamente com a brisa gelada que percorria.

—chegamos! -Vinnie sussurrava.

—O que vai querer?

—não acha que isso é errado? A comida está meio que contada. -sussurrei!

—Ah deixa de ser chata, não pegaremos muita coisa. -ele mexia nos mantimentos da barraca.

—aqui! Tem salgadinho, nem sabia que tinha isso aqui. -Vinnie olhou estranho pra embalagem.

—Será que é bom? -comentei.

—Espero que sim! Segura. -disse ele, me entregando o pacote de salgadinho.

—E por fim, dois energéticos. -ele segurava duas bebidas. Saímos de fininho novamente até chegar em nossa barraca! Cada passo era um cuidado, por ser tudo silencioso, dá pra escutar qualquer barulhinho a sua volta.

—Finalmente! -Vinnie sentou no colchão, colocando os energéticos do lado. Sentei do outro lado do colchão, com o pacote de salgadinho nas mãos. Ele esticou a mão e pegou um cobertor ao lado, cobrindo nossas pernas. Abri o pacote, o cheiro forte de queijo subia!

—O famoso salgadinho com cheiro de chulé

—as vezes são os melhores. -falei, logo colocando um pouco na boca. Ao mastigar, o salgadinho grudava nos dentes. O gosto era bom, mas deixava a mão com cheiro ruim! Ficamos compartilhando o petisco até não haver mais nenhum. O energético descia igual água pela garganta, estávamos sem uma gota de sono, parecia que conseguia correr uma maratona com a energia que estava.

—Então, valeu a pena? -Vinnie chupava os dedos cheios de farelo.

—Sim! -Também limpava os meus dedos sujos de salgadinho com a boca. Peguei minha latinha de energético e dei o último gole, não sobrando mais nada.

—Então, topa um verdade ou desafio? -Vinnie disse animado.

—Hmmm, eu amo um desafio! -esfreguei as mãos e sorri como se fosse vencer ele nessa brincadeira.

365 dias na Ilha - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora