A mulher fitou - o com assombro, os braços erguidos levantavam uma pesada viga oxidada, sentia a austera presença lhe ferir e os olhos imersos em um brilho impetuoso.
As mãos acariciaram o ventre, que era protegido por uma fina camada de tecido, que umedecido colava a mão calejada da mulher, espalmada, como se cobrisse os olhos da criatura que crescia dentro de si com uma força poderosa que lhe causava medo. Pressionou a barriga gemendo de dor, como se estivesse segurando o filho contra seu ser, desejando tornar as coisas mais fáceis.
- Salve - o, ele não merece. - A mulher gemeu com a pronúncia arrastada, sibilando pelos lábios que sofregamente emitiam os sons entrecortados pela respiração ofegante.
- Seu ser imundo, por que se deitou com ele? - O homem berrou guturalmente, o corpo trepidava pela bebida, mas a adrenalina o fazia forçar o aperto contra o objeto de metal. - Eu sou o seu marido, o seu companheiro, o seu prometido, então me diga, por que você fez isso, sua escória? - A voz aumentou o timbre, mas transcorreu em mágoa no qual ele tentou sobrepor com o semblante conturbado e os dentes rangendo.
A mulher levantou - se de prontidão, tropeçando e abrindo os braços para agarrar o peitoral do marido em súplica, recebendo um tapa rápido, no qual fê-la cambalear e trepidar contra as rochas grosseiras dispostas pelo chão. Estava oscilante, a marca da palma grosseira estendia em sua bochecha lhe trazendo uma sensação de formigamento, a adrenalina escapava por si lhe enviando ondas eletrizantes de desespero por seu corpo esguio, fazendo derramar-se em lágrimas.
O homem bufou, aparentemente mais contido, mas o semblante de desgosto ainda estava mantido, como uma máscara de tortura, os olhos eram um martírio que pesaroso compunha uma pressão palpável sobre a mulher. Se moveu bruscamente, estralando os dedos contra a palma, fazendo com que o ambiente silencioso fosse ocupado pela presença vacilante da mulher, cujo coração disparava de maneira aflita.
- Vista - se e vá dormir, não quero te ver hoje. - O homem disse contidamente, mergulhado em uma falsa serenidade, saindo do cômodo a passos brutos.
E então Hanabi estava sozinha mais uma vez, sentindo se derreter por mais uma noite pela acusação de seu pecado mais cruel, os dedos percorriam a marca do homem, fazendo a mulher gemer em tristeza. Cobriu o ventre com os braços abraçando seu próprio corpo, carente de afeto, sentindo - se a criatura mais inferior que já caminhara pela terra, uma pecadora sedenta por contaminar os demais. Queria acalento, nunca vivera uma situação de tamanho desgosto, apanhava por não ser capaz, seu pai sempre ressaltara isso.
" Seja uma boa mulher e case com um bom homem "
Maldita seja a ironia da sua vida, não era uma boa mulher e tampouco seu marido, que havia há muito a abandonado para esquentar camas alheias lhe trazendo desgosto e o sentimento de infimidade, fazendo a mesma sentir como se houvesse falhado em cumprir sua única tarefa.
Estava presa àquele homem e nunca se libertaria, era um pássaro engaiolado pelas virtudes da época e pela trágica decisão ao qual trouxe fenecimento á sua felicidade.
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A enviada | JiraTsuna
FanfictionTsunade sabia que não estava lá para superar perdas ou ser perdoada, ela só sabia que não tinha aonde pertencer, passava noites se sentindo vazia, frustrada, cansada, apenas para se render a igreja e a ideais considerados corretos que a sociedade ju...