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BRADY E ANABETH

– Então? – Marc perguntou com as feições retorcidas em desagrado, claro que assim como Lok, ele havia escutado os gemidos de Aíko do outro lado da linha.

– Ele disse que aparecerá assim que possível — Lok falou e devolveu o celular a Anabeth.

– Eu disse que eu tinha pena da amiga de vocês. — Anabeth debochou e Lok a olhou de um jeito nada agradável. — Takoda, necessito de um lugar para ficar nas próximas horas.

– Por quê?

– Luz do sol te lembra de algo?

– O quintal é um bom lugar — Brady sussurrou.

– Eu acho que eu estou precisando de um bronzeado mesmo. – A vampira o retrucou, se havia algo que Anabeth tinha, era a língua afiada e nunca abaixaria a cabeça para ninguém, nem mesmo para o seu irmão que era o seu mestre.

– Brady – Lok chamou pelo sentinela que travava uma guerra de olhar com Anabeth. – Você está encarregado de arrumar um lugar para sua... convidada.

– Eu? – Brady se afastou da parede e se aproximou mais do centro do escritório. — Será que ninguém ainda entendeu que eu não a quero por perto?

– Dominic — Lok chamou por seu outro sentinela, a ideia era mexer com a cabeça de Brady. — Faça um favor, leve nossa convidada ao seu quarto e...

— Lok — Brady interrompeu o Alfa ao bradar com os braços abertos. — Ela é minha e... saco! Darei um jeito nisso.

Lok se segurou para não rir enquanto Brady fazia um sinal para Anabeth segui-lo.

Os dois saíram do escritório e caminharam lado a lado em silêncio. Os olhos afiados de Anabeth esquadrinhavam tudo ao seu redor, a mansão da Matilha Takoda era escura comparada a mansão dos vampiros, por viverem sob a luz da lua, Raphael fez questão que a casa dele fosse clara. Ainda em silêncio, ela seguiu o Shifter até o segundo andar e parou quando Brady fez o mesmo em frente a uma porta.

– Entre. – Brandy abriu a porta e deu passagem a Anabeth. – Eu não sei como você tem o costume de dormir em casa, se em um caixão ou em qualquer buraco de merda que vocês vampiros gostam, mas o máximo que tenho aqui é uma cortina que bloqueia a entrada do sol. A uso quando faço ronda de noite e preciso dormir na parte do dia e...

— Não me recordo de pedir explicações a você, cachorro. — Anabeth o interrompeu e Brady a encarou com mais raiva.

Não percebeu

– Dê seu jeito então, sanguessuga. — Brady deu as costas para Anabeth e saiu.

Ela o observou sair com um sorriso implicante nos lábios, sim, era adorável mexer com ele e ver toda aquela raiva.

— Brady — Anabeth o chamou e Brady parou se virando para encará-la.

— Se você quiser, podemos caçá-los.

— Quem? — ele perguntou confuso.

— Os vampiros que te fizeram mal em alguma parte da sua vida.

As narinas de Brady inflaram com a menção daquelas palavras e ele saiu fechando a porta com muita força, assim que estava sozinha o sorriso de Anabeth sumiu. Sempre quis encontrar seu companheiro, mesmo sabendo que alguns vampiros nunca conseguiam essa proeza e agora que havia o encontrado, podia ver nas atitudes de Brady que ele a odiava, não só ela, mas como toda sua espécie.

Anabeth suspirou pesadamente e caminhou até a cortina a arrumando de um jeito que não permitisse a entrada do sol. Rapidamente ela tirou a calça e já sentindo a fraqueza tomar seu corpo, caminhou em direção à cama e se deitou. Logo que chegasse à noite ela daria um jeito em toda aquela confusão com o Brady, mas por ora ela só precisava recuperar as forças.

MATILHA NEGRAOnde histórias criam vida. Descubra agora