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Sean e Joan

Sean resmungou ao olhar para as prateleiras da loja de cama, mesa e banho. Precisava aprender a ficar com a boca fechada. Um dia a sua mania feia de falar mais do que a boca causaria problemas a ele, pior do que simplesmente comprar uma cama, lençóis novos e toalhas. Sean coçou a nuca olhando os diversos travesseiros a sua frente. Qual seria o melhor a levar para o Alfa e a sua companheira? Não estava no clima de retornar à loja caso comprasse o travesseiro errado.

– Posso lhe ajudar?

Sean se virou agradecido pela interrupção, apreciaria uma ajuda naquele momento, afinal, não entendia nada de travesseiros. Ele se virou e sentiu a mágica acontecer. Seus pulmões dilataram causando uma grande falta de ar no mesmo instante que seu coração acelerou e um forte calor tomou todo seu corpo. A mulher a sua frente era magnifica! Cabelos loiros presos no alto da cabeça, grandes olhos verdes, lábios finos e vermelhos, mas o que realmente mexeu com Sean foi o sorriso dela. Era gentil. Sean fechou os olhos e respirou fundo, não queria parecer um louco.

– Algum problema? – ela perguntou tocando de leve o braço do Sean.

Sean não tinha forças para responder, era a primeira vez que se sentia daquele jeito, nem mesmo sabia explicar o que estava acontecendo, o sentinela simplesmente balançou a cabeça negando.

– Então voltamos à primeira pergunta. – A mulher sorriu gentilmente. – Você precisa de alguma coisa?

– De você – Sean respondeu sem realmente entender o efeito e a confusão que aquelas palavras eram capazes causar.

– Desculpe? – A confusão nos olhos verdes da mulher fez com que Sean entendesse que ele, como sempre, havia falado besteira.

– Desculpe. – Sean passou as mãos nos cabelos. – Eu... Hum... Você pode me informar qual é o melhor travesseiro que você tem?

– Sim. – Ainda meio desconfiada a vendedora caminhou em direção ao monte de travesseiros na prateleira. – Temos esse. – Ela colocou um travesseiro macio nas mãos de Sean e virou para pegar outros. – Mas o que mais vende é esse. – Ela sorriu ao pegar um travesseiro grande. – Não só pelo preço que é em conta, mas porque ele é realmente bom. É para você? – ela perguntou ainda sorrindo.

O sorriso da vendedora era fácil, parecia ser natural para ela sorrir com tanta paixão, mesmo que seus olhos não apresentassem o mesmo brilho, melhor dizendo, não havia brilho algum em seus olhos.

– Não – Sean respirou fundo ao responder.

– Posso ver se tem mais algum. – Ela virou para prateleira e Sean se aproximou dela.

Havia um cheiro delicioso que emanava da pele dela, algo doce que fez a papilas gustativas vibrarem. Ele podia sentir o próprio açúcar em sua boca, algo que o lembrava... chocolate! E pensar que a mulher a sua frente podia ter gosto de chocolate fez com Sena salivasse, ele a queria! Ele queria prova-la.

A vendedora virou e mais uma vez e se assustou! Além do Sean estar perto demais ele estava de olhos fechados, apreciando o cheiro dela.

– Você levará o travesseiro? – ela perguntou assustada.

Sean abriu os olhos e a viu o encarando.

– Você pode pegar quatro desses para mim, por favor. – Não desconfiava do julgamento dela, se a mulher maravilhosa a sua frente afirmava que o travesseiro era o melhor, ele acreditava.

Nunca desconfiaria do julgamento da sua companheira de sangue.

– Me siga então.

Ele fez como ela mandou, a seguiu em direção ao caixa e esperou que ela preenchesse o que precisava para efetuar a compra. Depois de alguns minutos ela se virou sorrindo.

MATILHA NEGRAOnde histórias criam vida. Descubra agora