Capítulo/17

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Por Draco Malfoy.

-Você é um babaca de marca maior Draco Malfoy - Pansy grita jogando uma almofada na minha cara - tá chorando a semanas feito um bebezinho idiota. Levanta dessa maldita cama e vamos pra Hogsmeade, é sábado porra! - ela me puxa pelas pernas tentando me tirar da cama.

-Eu não te reconheço mais, cara - Blaise diz sentando na minha poltrona com os pés sobre minha mesa de estudos.

-Vão vocês - digo me desvencilhando de Pansy e me enfiando outra vez na cama - vocês não vão desistir né? - digo bufando olhando para os dois à minha frente.

-A lua cheia é na próxima semana, aproveita esse final de semana com a gente - Pansy diz fazendo bico.

-Ok - digo revirando os olhos - só vou tomar um banho, pode ser ?

-Por favor - Pansy diz correndo até o banheiro abrindo a porta de modo cordial - você está fedendo horrores.

Pansy sempre soube me fazer rir, mesmo que fosse pra rir de mim mesmo.

Depois de um tempo estamos os três andando em direção a porta principal do castelo. Todos os outros alunos já estão à espera da professora McGonagall para que possamos seguir para Hogsmeade.

-Não olha, mas o Harry acabou de passar pela porta junto com a Granger e o Weasley - Pansy sussurra. Eu estou de costas para a porta e de frente com Pansy.

Respiro fundo. Me seguro horrores para não olhar. Mas preciso confessar que estou em uma missão fracassada de ignorar a existência de Harry nas últimas semanas.

Fracassada porque meu coração faz questão de me lembrar do que minha cabeça luta todos os dias pra esquecer. É impossível ignorar a existência da pessoa que ama. E eu amo Harry.

Me viro devagar, mesmo sabendo que vou me arrepender e meu olhar cruza com ele quase de imediato. Ele para de andar e me encara por alguns segundos. Harry começa a andar até mim, mas para quando os gêmeos Weasley aparecem pra falar com ele. Nesse momento solto o ar que nem percebi que estava prendendo nos pulmões.

-Vamos - Pansy diz me puxando pelo braço.

Alguns minutos se passam e finalmente chegamos a Hogsmeade.

-Eu vou na Dedosdemel - Blaise diz

-Eu vou você - Pansy diz - você vem Draco?

-Espero vocês no três vassouras - digo. Os dois assentem.

Pego então o caminho até o três vassouras, tive sorte pois está praticamente vazio, exceto por alguns bruxos que são moradores do vilarejo. Pego uma mesa no canto e peço uma cerveja amanteigada. Aproveito pra respirar um pouco sem Pansy me azucrinando. Eu a amo, ela é uma amiga maravilhosa, mas não tem respeitado meu espaço nesses últimos dias. Mas sei que é porque ela se preocupa comigo.

Quando estou na terceira caneca de cerveja amanteigada ouço a porta do estabelecimento abrir pela primeira vez desde que cheguei. Quando olho, Engulo seco. Harry, Granger e Weasley cruzam a porta.

-Droga - digo a mim mesmo batendo cabeça na mesa de madeira.

Viro a terceira caneca que estava pela metade e em um gole acabo com ela. Peço a quarta. Minha cabeça começa a girar. E para minha alegria. Ou não. Harry e seus amigos sentam na mesa bem de frente com a minha.

Nossos olhares se cruzam por diversas vezes. Até que finalmente Pansy e Blaise chegam, aceno com a mão para que eles me vejam.

Acho que eu nunca estive tão confuso em toda minha vida. Eu estou magoado mas ao mesmo tempo com saudade e morrendo de vontade de sair correndo daqui e me esconder em algum buraco por aí.

-Vou ao banheiro - digo para meus amigos quando meu olhar cruza com o de Harry pela milésima vez. Me levanto e sigo para o banheiro, eu entro e quando vou fechar a porta sinto a pressão de alguém a segurando pelo lado de fora. Olho pela fresta e vejo a mão de alguém abro um pouco mais e reconheço o suéter. Harry. Ele aproveita meu momento de distração para abrir mais porta e passar pela fresta.

-Sai daqui - digo o empurrando de volta pela fresta. Mas estou bêbado demais e com força de menos. - que droga, Harry. - digo me dando por vencido.

-Você não deveria beber tanto - ele diz.

-E você não devia invadir o banheiro quando alguém está com vontade de fazer xixi. - digo e ele ri.

-Só queria falar que eu ainda amo você.

-Vai embora, Harry. - tento abrir a porta mas ele não deixa.

-Eu te amo, Draco. - ele pega meu rosto e vira para ele. - Eu te amo mesmo e só queria te dizer isso uma última vez.

Vejo uma lágrima solitária escorrendo pelo seu rosto. Ele pressiona com força seus lábios contra minha testa.

-Eu te amo muito - ele repete com a voz embargada e sai do banheiro.

Me encosto na porta e deslizo sobre ela me sentando no chão, e com a cabeça sobre os joelho eu choro outra vez. Cerro os dentes tentando conter os soluços. Minha garganta arde, meu peito dói, sinto o gosto da bile na boca, me ajoelho diante do sanitário à minha frente e vômito.

Depois que consigo me recompor, a frase " eu te amo mesmo só queria te dizer isso uma última vez" fica girando na minha cabeça. Voltamos a Hogwarts e depois do que aconteceu no banheiro do três vassouras eu não vi mais Harry em lugar nenhum.

-Droga - digo em voz alta enquanto andamos no corredor de volta a comunal  - ele vai se entregar.

-Hã ?- Pansy pergunta sem entender nada.

-Te vejo mais tarde - digo voltando correndo o caminho que tínhamos acabado de fazer.

Subo correndo pelas escadas que dão na comunal da Grifinória.

-Eu preciso entrar - digo ao quadro da mulher gorda.

-Você é da sonserina, não vai entrar aqui coisa nenhuma - a mulher gorda vira de costas pra mim. Nesse momento um menino da Grifinória aparece. Neville Longbottom, eu acho.

-Neville, né? - digo

-Sim - ele responde receoso.

-Preciso falar com o Harry ou com algum dos amigos dele.

-Espera aqui - ele diz.

Alguns longos minutos se passaram e finalmente Granger apareceu.

-Cadê o Harry ? - pergunto impaciente.

-Não é da sua conta - Rony aparece dizendo logo atrás.

Granger olha para Rony e os dois se mantêm firmes em não me dizer nada.

-Por favor - suplico.

-Ele voltou pra casa Malfoy. Esquece o Harry, pro bem de vocês dois - Granger mantém os olhos em mim por alguns segundos depois entra outra vez na comunal.

Droga
Droga
Droga
Droga
Droga

Repito enquanto desço as escadas.

Mesmo que Granger diga que ele foi pra casa, não sei se consigo acreditar. Meu coração diz que tem algo errado. O jeito como ele falou mais cedo parecia uma despedida. Harry estava se despedindo de mim.

Estou andando de um lado para o outro do meu quarto a alguns minutos. No impulso, no desespero, acabo fazendo algo que eu jamais faria se não tivesse realmente preocupado com Harry. Envio uma carta a Sirius Black. Horas se passam, já é hora do jantar quando minha coruja volta com uma resposta.

Harry não foi pra casa.

Sinto um arrepio tomar meu corpo inteiro quando leio aquilo, meu olhar cruza com o Granger do outro lado do salão que parece entender de imediato que algo muito errado está acontecendo. Meu coração fica apertado. Nunca tive tanto medo de perder alguém antes.

É culpa minha.
É tudo culpa minha.

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Lycanthropy - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora