Capítulo/22

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Por Draco Malfoy

Estamos sentados à mesa, bem à minha frente Lupin insiste para que Sírius coma nem que seja um pouco, eu reviro na comida e coloco algumas colheradas na boca. Enquanto eu espalho o purê de abóbora pelo prato com a colher, penso em Harry no andar de cima.

Ele está se levantando e descendo as escadas correndo dizendo que está morrendo de fome, então eu me levanto tão eufórico que acabo deixando a cadeira cair para trás, vou até a cozinha e preparo a melhor comida de todas mesmo não sabendo cozinhar, ele está parado atrás do balcão me olhando sorrindo enquanto belisca algumas torradas com geleia eu sorrio enquanto sirvo para ele o prato de seila qual comida e então observo comer até o fim.

Sou tirado dos meus devaneios quando alguém bate a porta.

-Eu vejo quem é - digo levantando e caminhando até a porta - Dumbledore - digo surpreso.

-Posso entrar ? - Dumbledore pergunta.

-A pelo amor de Merlin - Sirius diz irritado - na situação em que estamos dispensamos cordialidades, entre logo, espero que tenha novidades.

-Desculpe - digo baixo quando Dumbledore passa por mim - Sírius não está muito bem.

Ele assente e passa por mim, logo atrás um homem tão velho ou até mais que ele passa por mim e me comprimenta acenando com a cabeça. Meu coração começa a saltar dentro do peito, só pode ser o medibruxo.

-Esse é o Dr.Rosberto - Dumbledore aponta para o velho ao seu lado - o medibruxo de quem eu falei.

-Muito prazer - o medibruxo passou cumprimentando todos nós.

-Só vou dizer que foi um prazer te conhecer se você for capaz de nos dar uma resposta - Sirius disse ríspido.

-É um prazer tê-lo aqui Dr - Lupin diz - Sirius anda nervoso por conta do afilhado.

-Não precisa justificar, eu entendo completamente a situação de vocês - o medibruxo diz simpático.

Eu fico em um canto apenas observando enquanto eles conversam com o medibruxo e contam tudo o que aconteceu o Harry, o motivo pelo qual ele se encontra nesse estado.

-Eu sou especialista em medicina bruxa e em médica trouxa também, seja qual for o motivo pelo seu afilhado não ter acordado ainda vamos descobrir qual é.

O medibruxo diz e em seguida Lupin o leva para o quarto de Harry. Depois de alguns minutos Lupin volta sozinho.

-Confiem no Dr.Rosberto ele nunca fracassou em um caso - Dumbledore diz e todos nós nos mantivemos em silêncio.

Se passou 1 hora. 2 horas. 3 horas e nada do medibruxo retornar, estávamos todos ficando impacientes, Sirius já tinha tentando subir até o quarto diversas vezes mas Lupin tinha o contido.

-Precisamos confiar no médico - ele dizia repetidamente.

Finalmente, quase 4 horas depois, o médico desceu as escadas.

-Eai Dr - Sirius disse esperançoso se levantando.

-Por tudo que vocês me disseram, em relação ao acontecido, pude fazer uma análise mais completa no seu sobrinho e acabei descobrindo que o motivo pelo qual ele não acorda é que metade do coração dele foi destruído durante a batalha, isso não seria nada grave se ele estivesse em condições boas de saúde, mas ele já devia estar fragilizado quando tudo aconteceu.

-Sim, faz sentido ele ficou dias sendo prisioneiro antes da guerra acontecer - digo preocupado.

-Isso quer dizer que ele não vai acordar ? - Sirius disse aos prantos.

-Temos uma solução, é radical, mas é a única que temos.

-Diga logo, qual é? - Lupin pergunta.

-Podemos fazer um ritual antigo de magia, onde alguém que tem algum elo de amor com ele doe então metade do seu coração.- o medibruxo se aproxima - Sendo mais específico alguém que tenha alguma ligação de amor com o Sr.Potter, pode doar metade do coração para que ele possa voltar a vida - medibruxo dá uma pausa e o silêncio se espalha pela sala - não temos outra solução, o coração dele não tem forças para voltar a vida sozinho.

-Eu faço o ritual - Sirius diz se levantando e perdendo o equilíbrio em seguida. Ele está fraco demais pelos dias sem comer direito.

-A pessoa que vai passar pelo ritual precisa estar saudável - o medibruxo diz - você me parece doente, não é uma boa opção.

-Eu faço o ritual - digo me levantando.

-Qual sua ligação com o Sr.Potter ? - medibruxo pergunta.

-Ele é o amor da minha vida - digo segurando o choro.

-Antes de você passar por isso - Lupin diz vindo até mim - quais são as complicações que esse ritual pode trazer ? Porque é assim que funciona não é ? Todos os prós tem os seus contras - Lupin diz olhando o medibruxo.

-Nisso você tem razão - o medibruxo diz desviando o olhar para baixo - tudo tem um risco - ele senta e pega sua maleta colocando-a no colo - a pessoa doadora pode não aguentar ficar sem metade do coração e vir a óbito em seguida, por isso é importante que o elo de amor seja forte, para que quando a metade do coração sair de você - ele aponta para mim - e ir para o Sr.Potter ele sinta que vai continuar aonde pertence. - ele se levanta e começa andar pela sala - o coração não é só um órgão fundamental para que nosso corpo funcione adequadamente, é nele que carregamos o amor mais puro que temos, e o amor salvar Sr.Malfoy.

-Eu topo - digo dando um passo à frente - vamos fazer agora mesmo.

-Se acalme Draco - Dumbledore diz tocando meu ombro - Quer arriscar sua vida assim?

Olho para Sírius em prantos no sofá, olho para Lupin parado ao meu lado segurando as pontas com sempre mas visivelmente destruído por dentro. Essas duas pessoas não são minhas, essa não é a minha casa, a minha família, é tudo do Harry, essas pessoas estão sofrendo por ele. Eles merecem ter o Harry de volta.

-Eu quero fazer isso professor, eu não tenho mais ninguém, se eu morrer, vou morrer feliz sabendo que o Sirius e o Lupin vão ter o Harry de volta - enxugo as lágrimas - mas vocês precisam me prometer uma coisa- vou até Sirius e me ajoelho em sua frente - se eu morrer promete me apagar da memória do Harry para que ele não sofra.

Digo aos prantos.

-Me prometa Sirius, prometa que se eu morrer você vai apagar todas as memórias que Harry tem de mim, que não vai permitir que ele sofra um dia se quer. Assim que ele acordar, se eu não tiver mais aqui e ele perguntar por mim, me apague da memória dele.

Sirius chorava muito e eu também.

-Você não vai morrer, Draco. - Sirius levou as mãos em meu rosto e limpou minhas lágrimas - nós amamos você, o Harry ama você. O amor de vocês já venceu coisas bem maiores que esse feitiço vagabundo - ele riu fraco - vamos vencer essa juntos - ele segurou firme em minhas mãos - somos uma família agora e quando vocês estiverem passando pelo ritual não é só o amor de vocês que vai estar presente, é o amor da nossa família também.

Sirius me abraçou com tanta ternura que sou capaz de dizer que nem minha mãe nunca me abraçou daquela forma.
Aquelas eram as minhas pessoas. Aquela era a minha casa. Aquela era a minha família.

Lycanthropy - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora