Lycanthropy - Drarry

Capítulo/21

Por Draco Malfoy.

Carta para Harry Potter.

Harry, meu amor.
Já se fazem exatos 3 meses do final da guerra e você ainda não despertou. Ninguém consegue entender o que de fato aconteceu com você.
Dumbledore chamou um medibruxo da Romênia que deve chegar ainda na próxima semana. Mais um de centenas de medibruxos que já te examinaram e nenhum sabe explicar o que aconteceu. Seus padrinhos estão despedaçados. Sirius vive à base de calmantes e remédios para dormir, já que toda vez que fecha os olhos em uma tentativa frustrada de descansar ele sonha que está enterrando você. Eu já não sei mais o que pensar, tento me passar de confiante perto deles mas a verdade é que toda vez que chego perto de você desacordado parece que não está mais ali. Eu só queria te sentir. Sentir o mínimo de reação que fosse para que a esperança pudesse voltar ao meu coração. Eu não estou desistindo de você, jamais faria isso, mas é que eu estou cansado, exausto de tentar ser positivo para tudo, talvez seja a hora de encarar a verdade de que você se foi…
Ah, antes de terminar essa carta, queria te dizer que agora eu consigo controlar o lobo, alguns especialistas em Lycanthropia veio até hogwarts me conhecer e disseram nunca ter visto um caso como o meu, e a todos eu digo a mesma coisa, que quem me curou foi o amor, o meu amor por você e o desejo de lutar pela sua vida e pelo nosso amor.

Eu te amo Harry, amo você até quando a última lua cheia surgir no céu. Por favor, volte pra casa. Volte pra mim.

Quando termino a carta percebo o pergaminho manchado pelas minhas lágrimas, está cada vez mais difícil entender e aceitar essa situação.
Com a morte dos meus pais agora estou literalmente sozinho no mundo, Harry era a única coisa que tinha me sobrado. Desde o final da guerra, estou hospedado na mansão Black, junto com Sirius e Lupin. Foi algo que aconteceu espontaneamente, quando vimos que Harry não acordava e seu corpo foi trazido para cá eu não conseguia sair do seu lado, passei semanas dormindo em uma poltrona ao lado de sua cama, foi quando Lupin chegou um dia com minhas malas e as colou no quarto de hóspedes.

-Você precisa comer - Hermione está parada no batente da porta me observando.

-Estou sem fome - digo enrolando o pergaminho e limpando o rosto com a manga da camisa - você deveria dizer isso a Sirius, está cada vez mais difícil fazer ele comer.

-Lupin está lá no quarto fazendo ele comer - Hermione se aproxima com o prato na mão e coloca na minha frente - essa situação é difícil para todos nós Draco - ela coloca a mão em cima de minha - mas você precisa comer, você acha que ninguém está percebendo o quanto essa situação vem afetando você - ela senta a minha frente - você está com a mesma camisa a no mínimo uns 4 dias, não penteia o cabelo mas e as olheiras viraram parte de você.

Respiro fundo e apoio o cotovelo na mesa, debruçando minha cabeça sobre as mãos.

-Eu tenho passado as últimas semanas tentando me convencer de que tudo vai ficar bem e que Harry vai acordar a qualquer momento, mas … - dou uma pausa e sinto um aperto no peito - quando eu me aproximo, não sinto mais ele ali.

-Vai ficar tudo bem Draco, Harry já sobreviveu uma vez e vai sobreviver de novo.

-Ninguém é tão invencível assim Mione - levanto e ando até a janela que dá de frente ao lago.

-Acontece que não estamos falando de qualquer pessoa - sinto a mão dela no meu ombro - estamos falando dele, o famoso Harry Potter.

-Finalmente consegui fazer ele comer - Lupin vem dizendo descendo a escada.

-Precisamos fazer alguma coisa, Sirius não pode ficar assim para sempre. - digo olhando para lupin.

-Ele não vai ficar assim para sempre - Lupin diz colocando o prato na bancada - ele vai ficar bem quando o Harry acordar.

-Lupin tá na hora da gente… - minha voz falha com as lágrimas vindo à tona e trancando minha garganta com soluços - da gente pensar na possibilidade do Harry não voltar mais.

Vejo uma lágrima solitária escorrer dos olhos de Lupin, ele vem se mantendo forte esse tempo todo, sendo o pilar para que essa casa não desmorone em uma tristeza profunda. Ele respira fundo e olha para o chão.

-Vamos ouvir essa última opinião, do tal medibruxo da Romênia que Dumbledore está trazendo. Se ele não tiver uma solução, vamos pensar em algo para fazer com que Harry descanse.

-Eu não vou ficar aqui ouvindo vocês falarem da morte do meu melhor amigo, que ainda está vivo - Hermione diz com a voz carregada pelo choro indo até a rede de Flu - eu já perdi o Rony, nós éramos um trio e agora eu estou sozinha, eu não posso perder o Harry e nao vou deixar vocês matarem ele, eu só vou voltar quando tiver respostas - ela então some pela rede de flu.

-Harry não morreu - Sírius diz fraco descendo as escadas - ele está vivo e vai acordar.

Olho para Lupin que também olha para mim e então vamos até Sirius dar apoio para que terminei de descer os degraus. Ele anda fraco e frágil demais.

-Só estamos pensando em todas as possibilidades - Lupin diz me olhando de canto - mas é claro que Harry vai ficar bem, ora bolas ele é um Potter, nunca vi um fugir da luta antes.

E então Sirius sorri fraco assentindo, e eu tento engolir o choro porque eu desejo do fundo do coração recuperar a esperança que Sirius ainda carrega.

Lupin leva Sirius para tomar um sol na beira do lago e eu subo para o quarto onde Harry está. Quando chego a porta vejo seu corpo esticado perfeitamente na cama, parece que está dormindo um sono profundo. Me aproximo e sento ao seu lado na cama pego em uma de suas mãos e ela continua quente, Sirius tem razão Harry ainda está vivo.

-Porque você não acorda ? - sussurro enquanto deito sobre seu peito, sinto sua respiração freneticamente e escuto seu coração. Coloco uma de minhas mãos sobre o coração dele e a outra sobre o meu, mas nossos corações batem em sintonias diferentes.

Dou um beijo em sua testa e vou até a janela do quarto a abro e saio na forma de lobo correndo pela floresta tentando falhamente pensar em algo que o traga de volta pra mim.