Depois da noite em que Caliban compartilhou suas lembranças mais intensas e tristes, nós não tocamos mais naquele determinado assunto. Eu sabia que era algo delicado demais para ser citado de hora em hora, e de qualquer forma, estava satisfeita o bastante pelo fato de ele ter me confiado a própria história.
Nesse exato instante, se completavam dois dias desde que nossos amigos haviam dito que teriam um encontro. Tempo o suficiente para Caliban ficar rabugento, e mais desconfiado do que o normal. Até mesmo eu estava começando a estranhar o sumiço, mas, optava por não dizer isso, apenas para que ele não enlouquecesse por completo.
- Eles vão voltar logo - eu murmurei, tentando o reconfortar, enquanto acariciava seus fios loiros. - Devem estar resolvendo algo.
- Não entendo o porquê deles terem mentido - Caliban me encarou com seus olhos verdes. Estava com a cabeça deitada em meu colo e o resto do corpo estendido pelo sofá. Uma posição que recentemente descobri que ele gostava muito. O acalmava. - Não gosto de ficar parado enquanto deveríamos estar procurando pela última regalia.
- Também não gosto, e não pretendo ficar parada por mais tempo. Não podemos depender deles para o que, na verdade, deveríamos resolver sozinhos.
- O que você vai fazer? - Perguntou com interesse, saindo de meu colo para se sentar.
- Vamos voltar para o inferno, e procurar pelo histórico das regalias. Quero ver aonde o cálice infernal esteve por último, estudar as possiblidades, e chegar a alguma conclusão - admiti, me virando para ele, com as pernas cruzadas. - Não vamos achar com tanta rapidez quanto Maxon consegue, mas não estaremos parados, pelo menos.
Ele não disse nada, apenas me encarou por longos segundos. Estava começando a me perguntar se havia dito algo errado, quando ele finalmente voltou a si.
- É tão adorável ver você me incluindo em seus planos, princesa - riu baixinho, começando a fazer carícias lentas em minha coxa. Eu engoli seco, sentindo algo dentro de mim começar a se esquentar. - Me dá vontade de te beijar.
- E por que você não faz isso? Tem medo de tomar uma atitude, é? - Eu soube que tinha falado a coisa certa quando o loiro arqueou as sobrancelhas, e algo tomou conta de seus olhos, deixando-os mais escuros. Era luxúria. O provocando ainda mais, eu deslizei sua mão até o meio de minhas pernas. - Não precisa ter medo de me tocar, príncipe.
- Não me provoque, Sabrina - ele riu, respirando fundo quando seus dedos encostaram em minha intimidade por cima de meu short de ceda finíssimo. - Você não vai aguentar as consequências.
Me desvencilhando do toque de sua mão para passar uma perna por cima dele, eu me sentei em seu colo. Quente, confortável e duro...
- Sinceramente? Acho que é você quem não está aguentando - fiz questão de olhar para o meio de suas pernas, antes de voltar a encarar seu rosto perfeitamente bonito.
Um gemido escapou de meus lábios quando Caliban agarrou meu cabelo pela nuca, me fazendo erguer o pescoço para ele. Sua boca deixou um beijo perto de meu queixo, e logo, sua língua estava traçando um caminho lento e provocante até minha clavícula. Um gemido falhado escapou de sua boca quando eu movi meu quadril, consequentemente, me arrastando contra o seu pau. Uma de suas mãos deslizou até minha cintura, causando uma pressão que me fazia ir para frente e para trás lenta e repetidamente, o masturbando por cima das roupas.
O loiro reivindicou meus lábios sem gentileza alguma, havia apenas o mais primitivo desejo. Sua língua, que estava com gosto de uva, acariciava a minha com um grande reconhecimento, como se tivéssemos passado as últimas décadas nos beijando. Simplesmente nos encaixávamos. Ele chupou meu lábio inferior, usando isso como uma deixa para se afastar de mim, e arrancar minha blusa.
Batidas agressivas foram dadas na porta do apartamento.
- Sabrina Morningstar está sendo requisitada no inferno imediatamente! - Gritou uma voz absurdamente grossa, e com um aspecto tão maligno que me fazia duvidar de que teria boas notícias.
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𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐟𝐞𝐫𝐧𝐨
FantasíaO vazio achou uma brecha na vida de Sabrina no exato momento em que ela abdicou do "Spellman" em seu nome, no exato momento em que ela deixou de ser dócil e amável, no exato momento em que... Ela se tornou ela mesma. E, cuidar do inferno estava l...