Sempre fui alguém que apreciava muito os momentos que tinha sozinha, no entanto, o silêncio dentro da barraca estava começando a me enlouquecer. Revirei os olhos, percebendo o quanto eu estava mentalmente insuportável e bipolar. Talvez fosse o efeito que a natureza causava em mim.
A porta de tecido foi aberta, revelando Caliban se abaixando para tentar entrar sem arregaçar o teto. Seu sorriso foi iluminado pela minúscula lanterna improvisada como lampada, no canto.
— Reforcei a proteção. — se jogou ao meu lado.
— Está com medo dos coelhinhos da floresta? — Perguntei, com um sorriso cínico. — Ou das corujas?
Ele levantou as sobrancelhas, me encarando com descrença.
— Tem coisas bem piores aqui.
— Como por exemplo...? — Apertei os olhos, fingindo ter dificuldade em pensar em algo.
— Eu.
— Claro, você realmente é muito maligno.— Não brinque comigo se não for capaz de aguentar até o final, princesa. — um indício de sorriso malicioso surgiu no canto de seus lábios. — Você aguenta?
— Acho que quem não aguenta aqui é você, princípe. — provoquei, me distraindo em olhar para minhas unhas.
— Quer fazer uma aposta? — O rapaz tocou delicadamente meu rosto, me fazendo olhá-lo. Inferno! Ele realmente tinha a necessidade de ser bonito a todos os momentos?
A sensação inebriante de ser desafiada mexeu comigo, fazendo-me curvar o corpo para mais perto dele.
— E o que eu ganho quando você perder?
— Não irei perder. — se aproximou de minha orelha, apenas para sussurrar : — você ganha o que quiser...
Mesmo que meu corpo estivesse intensamente quente, os pelos de minha nunca ainda se arrepiavam como se estivéssemos num frio condenável.
— Acredito que essa aposta não tenha regras, certo?
— Apenas uma, que vai determinar quando acaba. — se afastou, com os olhos verdes cintilando. — Não podemos nos beijar, então, quem ceder primeiro... Perde.
Suspirei, sentando de pernas cruzadas e me virando para ele. Por sorte, estávamos na maior barraca e isso permitia que nossos movimentos não fossem tão limitados. Ergui a mão para ele, de forma involuntária.
Quando o demônio dentro de mim queria fazer um acordo, ninguém conseguia contê-lo.
Caliban aceitou o aperto, consequentemente fazendo uma onda de satisfação e competitividade me atravessar com tudo. O mesmo pareceu ter ocorrido com ele, quando o loiro me olhou sedutoramente, antes de tirar a própria blusa.
A vontade de olhar para seu abdômen exposto foi incontrolável. Ele não era magro ao extremo, tinha músculos perfeitamente definidos, exibindo as curvas mais sensuais que eu já havia presenciado. Até mesmo sua clavícula parecia ter sido desenhada. Contraí meus lábios para não deixar que um "uau" escapasse.
Antes que ele pudesse zoar da minha cara de boba, sorri sugestivamente, deslizando um dedo de seu pescoço até a barriga, dedilhando sua pele. Parei de tocá-lo no momento em que um gemido rouco saiu de sua boca.
— Você joga sujo — murmurei, arrancando minha própria blusa. —, mas eu também sei.
Caliban abriu a boca para responder e fechou assim que reparou em meu sutiã de renda, quase transparente, e completamente vermelho.
— Não há dúvidas de que você sabe. — sorriu.
Sua mão se aproximou de meu corpo, tocando-o devagar, como fiz com ele. Seu polegar foi de meu pescoço até o bico de meu seio esquerdo, fazendo movimentos circulares. Quando me senti enrigecer em sua mão, tirei-a de mim, me desvencilhando de seu toque, apenas para colocar seu dedo indicador na boca.
Como uma demonstração clara de surpresa, suas pupilas se dilataram, enquanto eu abocanhava seu dedo num gesto insinuador, olhando diretamente para seu rosto.
— Oh, que princesa ousada. — sua voz estava grossa, carregada de desejo. Ele puxou o dedo para fora, relutantemente. — Podemos nos divertir mais, se você ceder a aposta...Sua mão foi até meu pescoço, o apertando com firmeza. Seu toque foi tão satisfatório, que tive que cruzar ainda mais as pernas, tentando conter minha excitação.
— Ou então, você pode ceder. — curvei os lábios num sorriso, me levantando um pouco, para sentar em seu colo. — Você não me quer? — aproximei meu rosto do loiro, ainda com sua mão em meu pescoço.
Seu toque afrouxou quando beijei seu rosto, extremamente perto da boca, deixando um gemido baixo escapar.
Forcei meu corpo para baixo, deixando que ele sentisse a úmidade que atravessava meu short.
— Foda-se essa aposta. — Caliban apertou minha cintura, finalmente atacando meus lábios.
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𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐟𝐞𝐫𝐧𝐨
FantasyO vazio achou uma brecha na vida de Sabrina no exato momento em que ela abdicou do "Spellman" em seu nome, no exato momento em que ela deixou de ser dócil e amável, no exato momento em que... Ela se tornou ela mesma. E, cuidar do inferno estava l...