O vazio achou uma brecha na vida de Sabrina no exato momento em que ela abdicou do "Spellman" em seu nome, no exato momento em que ela deixou de ser dócil e amável, no exato momento em que... Ela se tornou ela mesma.
E, cuidar do inferno estava l...
Caliban parecia tão diferente de quando nos conhecemos, mas, ao mesmo tempo parecia igual. Naquela época, ele aparentava ser tão fechado em seu casulo, tão impenetrável, tão sem emoções. E agora, ele demonstrava afeto de uma forma tão espontânea, que eu não poderia deixar de ficar chocada quando ele simplesmente resolvia me abraçar no meio da rua, ou quando me dava apelidos carinhosos e me beijava de forma romântica á noite, ou quando fazia questão de ficar repetindo que estávamos juntos.
Saí de minha bolha de pensamentos quando esbarramos com Maxon e Ramona na porta do apartamento, prontos para sair. A súcubo estava com os olhos novamente cinzas - havia se alimentado -, vestindo uma jaqueta de couro grossa, e uma calça jeans preta que se ajustava de uma forma incrível em seu quadril largo. Maxon vestia roupas parecidas com a dela, o único diferencial além da falta de um quadril rechonchudo e perfeito, era uma mochila que ele carregava nos ombros.
Caliban arqueou as sobrancelhas, notando o mesmo diferencial que eu.
- Estão indo aonde ? - Ele perguntou, sem vergonha alguma, encarando o próprio irmão.
- Vocês não são os únicos que podem ter encontros secretos, sabe? - Ramona interviu, com um sorriso cínico estampado em sua boca. - Também queremos nos divertir.
- Ótimo, vou fingir que não vi essa mochila extremamente suspeita. - ele retribuiu o sorriso, revirando os olhos e entrando no apê.
- Esses dois são muito temperamentais. - Maxon reclamou antes de segurar a mão de sua parceira, guiando-a para as escadas.
- Aproveitem muito bem a noite que vão ter sozinhos, crianças! - Ramona gritou, enquanto era puxada escada a baixo.
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- Eles estavam estranhos. - Caliban comentou, olhando para o teto de nosso quarto temporário. - acho que estão escondendo alguma coisa.
Me remexi na cama, até estar com a cabeça descansada em seu peito, que subia e descia repetidamente.
- É tão difícil acreditar que eles só queriam passar um tempo juntos? - Brinquei com o tecido de seu moletom, enrolando meu dedo na lã. - eles perderam uma considerável parte da privacidade que tinham quando chegamos aqui, Caliban.
- Eu sei, mas eu continuo sentindo que há algo errado. - colocou o braço em baixo da própria cabeça, usando-o como um travesseiro extra. - minha mente não parou de criar suposições desde que vi eles saindo.
- Eu posso te distrair, príncipe.
- Pode? - Um sorriso maldoso começou a se abrir em sua boca.
- Claro que sim, tenho algumas perguntas sobre você. - eu disse rapidamente, antes que ele começasse a sugerir coisas sujas.
Um suspiro preguiçoso saiu dele.
- Você sabe tudo sobre mim. - resmungou.
- O quê?! - Fechei a boca com força, tentando não gargalhar. - Eu não sei absolutamente nada sobre você.