O vazio achou uma brecha na vida de Sabrina no exato momento em que ela abdicou do "Spellman" em seu nome, no exato momento em que ela deixou de ser dócil e amável, no exato momento em que... Ela se tornou ela mesma.
E, cuidar do inferno estava l...
Era uma missão difícil caminhar ao lado de Caliban, enquanto tentava não pensar na noite passada a cada maldito segundo.
E ele parecia fazer questão de complicar as coisas, sendo tão atraente, com o cabelo preso num coque bagunçado. Haviam alguns fios rebeldes em sua nuca e rosto, que me fazia querer tocá-las frequentemente.
Respirei fundo, tentando focar minha atenção na trilha traiçoeira. Ramona e Maxon seguiam logo á frente, discutindo com um grande mapa na mão. Ah, isso era porque eles sabiam o caminho, com certeza.
Ajustei minha mochila, fazendo ela ficar mais firme em minhas costas. Eu estava levando apenas o básico, que precisaria para me manter "bem" no meio da mata. Diferente de Ramona e Caliban, que carregavam mochilas enormes, como se estivessem indo para outro país.
— Ei. — chamou o príncipe, erguendo uma mão para me ajudar a saltar um galho caído no meio da floresta. — Posso te fazer uma pergunta? — Aceitei sua mão, esbarrando em seu peito com o impacto de meu pulo.
— Acabou de fazer uma. — me desvencilhei de seu corpo, voltando a caminhar. — Mas, te dou um passe livre para fazer outra.
— Você ainda acha que será terrível se casar comigo, Sabrina?
A esperança em seus olhos brilhou por poucos segundos, sendo ofuscada por algum tipo de insegurança. Virei minha cabeça para o lado, confusa com o questionamento repentino. Confusa por não ter mais a certeza de que casar com ele seria desastroso.
Será que seria?
— Sinceramente? Não sei. — voltei a encará-lo, vendo suas sobrancelhas se levantarem antes dele sorrir, atraindo minha total atenção para seus lábios. Tão beijáveis.
— Então, acredito que eu esteja evoluindo. — fechou a boca, ainda com um sorriso discreto estampado nela. — Até o final dessa missão, você estará caidinha por mim.
— Grande convencido. — sorri, cruzando os braços. — O que exatamente você ganha com isso?
Ele riu alto, como se a resposta fosse óbvia.
— Você.
Meu coração vibrou com a firmeza em sua afirmação, e ainda mais com a convicção que seu rosto expressava.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Passamos quase o dia inteiro andando e andando, com pequenas pausas e, agora, estava anoitecendo. Felizmente, o casal já tinha pensado em tudo antes de revelarem que sabiam sobre a segunda regalia profana.
Tínhamos duas barracas para dormir, longe do frio noturno. Não foi necessário muito esforço para montá-las, o mais trabalhoso foi arrumar lenha para a fogueira, que agora já estava acesa.
— Finalmente vocês vão ter uma primeira noite. — Ramona comentou, sentada do outro lado da fogueira, com um espetinho de frango nas mãos. Eu ri, sem acreditar no quanto ela não poupava as palavras. — O que? Eu teria sentido o cheiro se algo tivesse acontecido, querida.
— Não sentiu quando estava prestes a acontecer. — Caliban resmungou, do meu lado, desenhando uma estrela no chão com seu palito.
— Ela não tem culpa se vocês não sabem como trancar uma porta. — Maxon riu, balançando a cabeça.
— Realmente precisamos conversar sobre isso abertamente? — Suspirei, chamando suas atenções. — Não é algo tão relevante assim.
— Oh, não precisamos conversar. — Ramona levantou, puxando Maxon pela blusa. — Até porque, estou exausta... — piscou para Caliban, rindo. — Não façam muito barulho, pombinhos.
Dito isso, o casal saiu gargalhando, indo até sua devida barraca.
Mordi a boca com força, tentando não me irritar com o fato de que Ramona tinha usado minhas próprias palavras para me deixar sozinha com o loiro.