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5 de maio de 2017 - GLENDALE - 18:05

-Nicollas, eu já falei que não vou te procurar! Está na hora do banho e você tem que ajudar a mamãe, essa brincadeira não tem graça. -gritei pela casa mais uma vez enquanto me abaixava para ver se ele estava embaixo da cama. Toda vez é a mesma coisa.

-já olhou dentro da pia? -Isabele perguntou do outro lado da linha tentando me ajudar.

-é sério, Isabele?! -perguntei desacreditada. -não sei como uma criança com um cérebro ainda em formação consegue ter tanta criatividade, principalmente quando se trata em se esconder. -desabafei.

-eles não precisam trocar a própria fralda, então tem mais tempo de pensar. -ela disse e eu ri.

-provavelmente. -disse.

Respirei fundo pronta para colocar em prática minha última arma contra ele.

-sabe o que acontece com crianças que desobedecem suas mães? Viram comida de monstro! -disse e rapidamente ouvi um choro vindo dentro do vaso. Mas que diabos...?!

Não gosto de ficar ameaçando ele e criando esses medos de monstros, mas tem horas que uma mãe precisa apelar.

-céus... agora sim você precisa de um banho. -resmunguei e Isabele fez um grunhido de nojo.

-desculpa, mamãe. -Nick disse saindo de dentro do vaso.

-como ele...

-não sei. -cortei a pergunta da Isabele tão chocada quanto ela.

-fique aqui enquanto eu vou buscar sua toalha, tudo bem? -disse e sai do banheiro antes que ele resolvesse agarrar minhas pernas como na semana passada.

-sabe, são momentos como esse que me fazem mudar de ideia sobre formar uma família. Talvez gatinhos.

-eles também fazem cocô, você sabe bem, já limpa vários deles na clínica.

-deixa pra lá. -disse se dando por vencida.

-ah não! Vou ter que desligar, Isi. -disse jogando a cabeça para trás totalmente exausta.

-ele sumiu de novo. -ela constatou. Não é como se fosse novidade.

-é. -confirmei vendo o banheiro vazio.

Desliguei a ligação e me sentei no vaso por 5 minutos já cansada dessa brincadeira.

-Nicollas, vou contar até 3! -determinei. Isso as vezes funciona e eu torço para que hoje seja um desses dias. -1,2... -quando ia terminar vejo a tela acender com uma chamada do Justin no facetime. -Nicollas, vem falar com o seu pai! -gritei atendendo a chamada e levantando do vaso bufando. -oi Justin.

-que alegria em me ver. -ele debochou. Arqueei as sobrancelhas para ele. -cadê o meu garotão?

-a pergunta não é onde ele está, mas sim onde ele estava. -disse passando o olho pelo corredor para ver ele correndo em direção ao celular.

-me poupe dos detalhes... -ele resmungou com uma careta. Ele sabe do que o filho é capaz.

Justin ficou conversando com o Nicollas enquanto eu dava banho naquele porquinho, por fim ele acabou pegando no sono com o Justin cantando uma música para ele. Sempre funciona. Sai bem devagar do quarto para não acorda-lo.

-parece cansada. -ele disse assim que me sentei no sofá da sala.

-obrigada, é muito gentil da sua parte me dizer o óbvio. -ironizei e ele riu.

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