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6 de fevereiro de 2015 - RUMO À STRATFORD - 9:58

Garganta seca e coçando, rosto levemente inchado, falta de ar, entre outros sintomas, era a minha exata situação no momento.

O cheiro daquelas flores que entrava pelas minhas narinas a cada segundo só serviam para me desesperar mais e não tinha muito o que fazer a não ser esperar chegar no Canadá e correr para o hospital.

Essa seria uma maneira ridícula de morrer! E pior que nem poderia culpar o Justin, ele não sabia, mas a minha maior preocupação agora era o meu filho, não sei se isso de algum modo afeta ele.

Justin ligou para o meu obstetra e está a mais de uma hora ouvindo a explicação dele e seguindo o que ele manda fazer, enquanto Kenny, Pattie e mais dois seguranças estão tentando me ajudar.

Pattie já se irritou com o Justin pelo menos umas 15 vezes porque ele está uma pilha e parece que é ele quem está com falta de ar e não eu. Me pergunto como ele vai reagir quando eu estiver dando a luz, se só uma crise alérgica já deixa ele essa pilha de nervos achando que eu vou morrer a qualquer instante.

-a gente precisa se livrar dessas flores! -ele gritou no telefone como se o obstetra pudesse resolver essa parte do problema.

-não podemos simplesmente abrir a porta do jato, Justin! Se acalma. -Kenny disse começando a se irritar e eu continuei fazendo o exercício de respiração que o obstetra dizia por telefone, enquanto tinha uma toalha molhada e gelada na minha testa e eu estava quase de cabeça para baixo na poltrona.

-na verdade, abrir a porta e jogar essas flores por lá é uma ótima ideia! -ele disse realmente acreditando naquilo e revirei os olhos.

-Justin, meu filho... se acalma! Pelo amor de Deus! -Pattie quase berrou e foi pegar mais um copo de água para mim.

-que ideia de girico essa a sua, quem que lota um jatinho de flores?! -Kenny disse em tom de repreensão e Justin semicerrou os olhos para ele.

-foi ideia sua! -ele acusou e Kenny sorriu amarelo para mim.

-eu não sabia que você é alérgica. -murmurou para mim se defendendo e eu sorri de leve e voltei a fechar os olhos.

-tá! -Justin respondia no telefone. -tá legal... olha, quer saber... você não está ajudando em nada, eu vou cuidar da minha mulher, tchau. -ele disse e desligou engolindo a seco vendo o olhar de repreensão da Pattie.

-não foi essa educação que eu te dei, garoto! -ela disse passando por ele e dando um tapa no seu braço.

-AI! -ele reclamou e eu segurei o riso.

-não sou sua mulher, Justin! -disse com a voz fraca, mas a autoridade alta.

-isso é um bom sinal, não é?! Ela está me rejeitando, significa que está ótima. -ele disse debochado sentando do meu lado e fazendo um carinho na minha mão. -me desculpa, baby. Eu não sabia mesmo que você é alérgica, quer saber... assim que a gente pousar você vai fazer uma lista de tudo que você é alérgica ou não gosta e eu vou decorar, prometo! -disse e eu ri de leve.

-assim que a gente pousar e formos para o hospital você quer dizer, não é?! -disse com a voz falha e Pattie segurou meu ombros.

-acho melhor poupar o fôlego, querida. Assim sobra mais ar para você e o bebê. -ela disse e eu assenti.

-mãe, acha que ela vai mesmo precisar ir para o hospital? -Justin perguntou em um sussurro, como se eu não pudesse escutar, sendo que eu estava entre ele e Pattie então óbvio que escutaria!

-claro que sim, Justin! -Pattie respondeu em um tom normal e incrédulo. -meu Deus! E você ainda diz que a trouxe da França para cuidar dela, olha querida, eu tenho pena de você. -ela disse e eu não consegui segurar uma risada.

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