Any desde de pequena foi diagnosticada com infantilismo... Após a morte de sua mãe tudo veio a piorar, ver sua mãe sendo esfaqueada pelo seu próprio pai não é algo fácil para ninguém, ainda mais para uma garotinha, que acreditava em contos de fadas...
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Sinto Thomas soltar meu seio e o olho, meu menininho parecia estar bem... Tudo que sofri foi para Thomas, como não me alimentava, não me cuidava e isso passou para ele.
Thomas tem os ossos um pouco fracos e com o tempo desenvolveu anemia pela falta de alimentos saudáveis.
Deitei ele com cuidado em minha antiga cama e fui até o guarda roupas procurar algo para vestir. Escolho uma blusinha de frio para tampar os meus arranhões e uma calça de moletom, seco meus cabelos e suspiro me olhando no enorme espelho que ficava no meu antigo quarto.
Adorava brincar na frente desse espelho, lembro que todas as tardes quando chegava da escola triste, Josh estava lá para me fazer olhar para aquele espelho e ver a menina incrível que ele dizia ver.
Limpo rapidamente a lágrima que escorria, me viro e vou até a cama pegando Thomas com cuidado em meu colo.
Eles tinha três aninhos, mas parecia ter menos pela sua aparência fraca, ele não conseguia andar ainda e com dificuldade ele conseguia se sentar.
Eu precisava ajudar meu filho, não podia continuar vivendo no meu cantinho achando que um dia ele iria melhorar, sendo que não tinha nem dinheiro para alimenta-lo direito.
Passo meu nariz sobre seus cabelinhos, ele era minha última esperança para viver, não poderia deixá-lo sozinho nesse mundo tão solitário e cruel.
Saiu dos meus pensamentos com algumas batidas na porta e logo é aberta mostrando Joshua, sabia que teria que contar tudo para ele se quisesse ajuda.
- Podemos conversar agora? - ele fala entrando lentamente no quarto.
- Acho que sim... - falo acariciando as bochechas de Thomas. Levo ele em um cantinho com um tapetinho e deito ele perto de alguns brinquedos para ele se destrair.
- Eu preciso saber tudo que aconteceu meu bem, só assim vou conseguir ajudá-la - Joshua fala se sentado ao meu lado na cama - Aquele dia eu juro que tentei fazer de tudo para te tirar de lá Soso, mas eu acabei falhando e desmaiei. Eu não consigo lembrar de nada depois disso - ele falava me olhando com os olhos marejando.
- A-aquele homem pegou a-a faca e passou pelo meu pescoço - fecho os olhos não querendo olhar para ele - eu sangrei até desmaiar - sinto meus olhos arderem - Eu acordei em uma casa toda suja e mofada que parecia ser no meio do nada, aquele homem apareceu rindo de mim - dou uma fungada alta e começo a chorar.
- E-ele m-me bateu e xingou a So-sofya de muitas coisas - falo não aguentando mais me repreender ou tentar ser forte.
Sinto os seus braços em minha volta e me deixo levar o abraçando também.
- Eu fiquei muito tempo lá sem comida, água, um banho quentinho, sentia falta de todos, um dia aquele homem apareceu lá com mais dois cara e eles me tocaram de uma forma que a Sofya não gostou nadinha - falo chorando mais alto e abraço mais ainda Josh.
- De-depois eles me deixaram lá por mais alguns dias até eu começar a passar muito mal, eu vomitava o tempo todo, não conseguia me levantar até que desmaiei e ele me levou para o hospital, aí descobri que teria um neném... - começo a tremer ao lembrar do pior dia da minha vida.
- Quando ele descobriu me bateu tanto tanto que Sofya não tinha mais neném - falo tocando minha barriga ao lembrar da dor horrível.
- Eu não sabia mais o sentido da vida, porque eu era tradata daquele jeito se nunca havia feito nada pra ninguém, aquele homem começou a falar coisas sobre você, mamãe e a Sina. Não acreditava mais que seria feliz... - falo fungando.
- Não sei quanto tempo se passou, mas ele começou a me tocar todos os dias, eu tentava sair, bater nele ou fugir. Começei a sentir coisas estranhas novamente e me dei conta de que tinha outro neném dentro de mim, não queria que tudo acontecesse de novo, então fiz um plano para fugir - seco minhas lágrimas e respiro fundo pra não chorar de novo.
- Consegui fugir daquela casa no meio do mato, me escondi por dias naquela floresta enorme e depois fui para uma cidade que não sabia aonde ficava, lá arrumei um trabalho de garçonete e a dona do restaurante me acolheu. Depois que Thomas nasceu fui despejada já que não servia para nada - olho para meu menino que estava deitadinho no tapetinho tentando pegar os brinquedos.
- Com o pouco dinheiro que tinha consegui alugar uma quitinete um pouco precária, fui levando minha vida assim, trabalhava para pagar as contas e ter onde morar até ser despedida essa semana. Thomas é assim frágil por culpa minha, não tenho dinheiro o suficiente para comprar remédios ou comida... Preciso salvar ele antes que eu mate meu próprio filho de fome ou alguma doença pelo estado aonde vivemos...
Eu não sabia se ele estava me ouvindo ou não, pois não disse nenhuma palavra só me apertava mais em seus braços, essa foi a primeira e última vez que conto a alguém sobre tudo que passei, fiz isso pois preciso muito de ajuda.
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Boa tarde...
Capítulo grande em.
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