Luau na praia

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Capítulo três 


Sentado na escada, Bright não percebeu quando Win se aproximou sorrateiramente e se encostou no corrimão, com as mãos em frente ao corpo, dedos entrelaçados e falou em tom baixo para não assustar o dono do Velence.

- Você está com fome?

Bright fechou os olhos e respirou profundamente antes de levantar o rosto para fitar Win parado ao seu lado. Só de ouvir a voz dele, já sentia todo o corpo responder ao desagrado que ele havia se tornado.

- Não.

Win mordeu o lábio e assentiu encarando Bright sentado e de mau-humor.

- Bom, se tiver com fome deixei um prato de massa no micro-ondas.

- Não, obrigado.

- Todos disseram que estava uma delícia.

Bright revirou os olhos e suspirou pesadamente, fechando os olhos para não perder o restante da paciência que ainda restava. Ele se levantou e passou por Win, indo para a cozinha, sem a intenção de comer a comida. Caminhou até a pia e encheu um copo de água em mãos, bebendo a água em seguida. Win entrou no cômodo e parou próximo a bancada, comentando sobre os temperos que usou, de forma natural, mas para Bright soou como uma provocação.

- Ok, eu já entendi tudo isso, mas eu realmente não quero.

- Certo. Mas se sentir fome...

- Qual é a sua? Por que anda está aqui? Vai embora, você não está ajudando em nada.

Bright disse forma ríspida e se virando para fita-lo, vendo-o se encolher assim que as palavras lhe atingiram. Não era de Bright ser assim, grosseiro, estressado, mas ele realmente estava fora de si desde que Win chegou. Ainda nervoso, Bright bateu o copo na borda da pia, que acabou quebrando em sua mão e o sangue escorreu na hora.

A ardência na palma da mão foi imediata, o fazendo travar os dentes para reprimir um gemido de dor. Ao ver o sangue escorrer e pingar na pia, seu corpo se arrepiou todinho, o cheiro de ferro já atingiu seu olfato, o fazendo prender o ar. Win se aproximou imediatamente, pegando a mão machucada e colocando embaixo da água gelada da torneira, com seu corpo colado ao de Bright ele manteve a mão ali.

- Você tem curativos aqui?

Win perguntou enquanto analisava os cortes na mão de Bright, que olhava para o perfil preocupado de Win. Olhando assim ficaria tocado com a cena, mas Bright sentia ainda mais raiva, misturada a dor que sentia ao ter o machucado atingido pela água gelada.

- Me solta, eu posso cuidar disso sozinho.

Bright puxou a mão e viu Win se desequilibrar e bater o cotovelo na bancada. Ele soltou um gemido baixo enquanto lutava para recuperar a estabilidade e olhar para Bright surpreso. Ele já tinha aguentado bastante coisa desde que chegou e não conseguia entender naquela grosseria toda, mas continua ali, porém se Bright queria usar a força, ele também sentia que poderia. Ao se manter firme no chão, ele encarou Bright e usou seu tom firme para questioná-lo.

- Eu só quero ajudar.

Bright se virou e colocou a mão embaixo da torneira, mantendo toda sua atenção para o sangue que escorria. Ele odiava sangrar daquela forma por causa de uns cortes, mas sabia que não poderia fazer muita coisa sozinho. Ele odiava o cheiro de sangue, seu estômago embrulhava. Depois de alguns segundos, virou a cabeça por sobre o ombro e sem realmente fitar Win, apontou com o queixo onde ele poderia encontrar os curativos.

Estrela do mar ⭐ {Parte I}Onde histórias criam vida. Descubra agora